(Culto do dia 30/07/2023)
Em nossa época, é notável a presença de uma geração frágil em sua fé e em sua disposição para enfrentar as adversidades. Uma geração com essas características não alcança as promessas de Deus, pois a fragilidade pode nos levar a abalos e desistências.
Enfrentamos um cenário em que algumas atitudes são rotuladas como “raiz” ou “nutella”, representando profundidade ou superficialidade em nossas ações. Nosso foco está em compreender como podemos superar a fragilidade e não nos deixar abater por circunstâncias desafiadoras.
Em Números 14: 1-12, encontramos a narrativa dos espias que foram enviados para explorar a terra prometida. Embora tenham testemunhado as maravilhas da terra, depararam-se com gigantes e obstáculos aparentemente intransponíveis. A visão distorcida que tiveram de si mesmos como “gafanhotos” denunciou seu medo e insegurança. Da mesma forma, nossas próprias visões distorcidas de nós mesmos podem nos paralisar diante dos desafios. Isso pode ocorrer por conta de feridas emocionais e conflitos internos não resolvidos. A autoimagem distorcida pode nos impedir de enfrentar com coragem os desafios e alcançar o que Deus tem para nós. É crucial compreender a influência transformadora de Cristo, capaz de corrigir nossa autoimagem e nos capacitar a enfrentar as dificuldades com confiança.
Neste momento, somos convidados a reconhecer nossa fragilidade, mas também a abraçar a força de Deus em nós. Através de Sua graça e poder que escorre até nós através de uma vida de intimidade com Ele, podemos superar as visões distorcidas de nós mesmos, enxergando-nos como filhos amados e capacitados por Ele.
A congregação de Israel se viu diante de desafios e gigantes que ameaçavam suas perspectivas. A resposta emocional daquela geração à dificuldade é uma lição importante para todos nós. O povo reagiu em desespero, chorando e murmurando contra Moisés e Arão. A visão dos gigantes e obstáculos fez com que desistissem, ansiando pelo retorno ao Egito. Eles haviam perdido a perspectiva da promessa e se viram enfraquecidos pelas circunstâncias. A reação deles destaca a importância de manter nossa visão correta mesmo diante dos desafios, assim como Josué e Calebe, que focaram no objetivo, na missão e na palavra de Deus. Eles entenderam que a terra prometida era boa e que, se Deus estivesse com eles, conquistariam. Escolheram não ser rebeldes, mas confiar na promessa e na presença de Deus.
É comum enfrentarmos obstáculos e dificuldades, mas nossa reação a eles é crucial. Devemos lembrar que Seu plano se cumpre em Seu próprio tempo, não no nosso. Não sejamos uma geração frágil que desiste diante das dificuldades. Através da confiança em Deus e da perspectiva correta, podemos superar os obstáculos e caminhar em direção às promessas daquilo que Ele preparou para nós. Abraão confiou nas promessas de Deus, apesar das circunstâncias aparentemente contrárias. Ele não questionou quem ele era, mas sim confiou naquilo que Deus havia prometido. Abraão nos ensina que a fé verdadeira é um elemento vital em nossa jornada.
Uma geração frágil na sua fé opta pelo conforto daquilo que já é conhecido em vez de avançar em fé para conquistar o que Deus tem para nós. Devemos lembrar que a fé não é desprovida de razão, embora não esteja baseada nela. A fé está intrinsecamente ligada à obediência. Obedecer a Deus é agir por fé, o que não significa que devemos agir de forma impulsiva ou imprudente, mas uma resposta confiante à voz de Deus. Devemos agir de acordo com Suas instruções, seja para caminhar sobre águas desconhecidas, empreender um novo negócio ou comprometer-se em relacionamentos. Não devemos agir sem Sua direção, pois a verdadeira fé se expressa na obediência. A timidez paralisante nos impede de avançar na vontade de Deus. A Palavra nos lembra que os tímidos não entrarão no Reino de Deus, pois a verdadeira fé nos impulsiona a agir corajosamente.
“disseram-lhes os filhos de Israel: Quem nos dera tivéssemos morrido pela mão do Senhor, na terra do Egito, quando estávamos sentados junto às panelas de carne e comíamos pão a fartar! Pois nos trouxestes a este deserto, para matardes de fome toda esta multidão.” Êxodo 16:3
Neste texto, encontramos uma ilustração da fragilidade de uma geração. Os filhos de Israel expressaram desejo pelo passado, relembrando com saudade os momentos em que estavam no Egito, mesmo que isso significasse escravidão e sofrimento. O novo e os desafios nos levam a buscar resiliência para seguirmos com olhos no futuro, mas o povo preferiu olhar para o passado, que já conhecia. Nossa carne anseia por prazeres imediatos, levando-nos a perder o foco nas coisas do espírito. Uma verdadeira jornada de fé frequentemente requer sacrifícios e renúncias, como o jejum, que enfraquece a carne e fortalece o espírito, ativando nossa conexão com Deus.
Assim como os israelitas que temeram a opinião dos habitantes da terra prometida, muitas vezes nos preocupamos com a aprovação dos outros. O apóstolo Paulo nos lembra da importância de buscar agradar a Deus ao invés de buscar a aprovação humana:
“Porventura, procuro eu, agora, o favor dos homens ou o de Deus? Ou procuro agradar a homens? Se agradasse ainda a homens, não seria servo de Cristo.” Gálatas 1:10
Paulo não deixou de servir os homens. Ele serviu à igreja diligentemente. Tudo o que ele deixou escrito é valioso para nós até hoje. Paulo contribuiu enormemente para a igreja, mais do que muitos dos apóstolos que andaram com Jesus. No entanto, Paulo deixou claro que sua motivação final era agradar a Deus, não aos homens. Se buscarmos constantemente a aprovação dos homens, acabaremos decepcionados, pois nunca estarão plenamente satisfeitos. Portanto, Paulo declara que ele serve os homens, abençoando a igreja e trabalhando para Cristo, mas seu objetivo último é agradar ao Senhor. Ele compreende que é Deus quem recompensará a fidelidade.
Na igreja de Jesus temos muitos líderes: pastores, apóstolos, líderes de células, profetas, mestres, evangelistas… No entanto, há apenas um Senhor, e todos trabalham juntos para agradá-Lo. A fraqueza da geração atual é que, frequentemente, tem como foco a aprovação dos homens. Quando não recebem elogios, suas emoções ficam abaladas. No entanto, devemos lembrar que andar no Espírito significa mortificar as inclinações da carne.

Outra questão que afeta essa geração frágil é a constante perda do foco espiritual.
Vemos pessoas saindo de um Encontro com Deus impactadas e emocionadas, testemunham com entusiasmo, mas depois, na semana seguinte, parecem perder o ritmo e desanimar, por perderem o foco espiritual e não investirem na manutenção de uma vida com Deus. Então, diante das circunstâncias e ameaças de gigantes, se perdem pelo caminho. A verdade é que todos nós enfrentamos desafios. No entanto, aqueles que não são frágeis permanecem fortes e não perdem o foco espiritual. Eles se mantêm focados em Cristo e em Sua Palavra. Veja o exemplo de Pedro andando sobre as águas, sob um comando de Jesus. Tudo ia bem, até que: “Reparando, porém, na força do vento, teve medo; e, começando a submergir, gritou: Salva-me, Senhor!” Mateus 14:30. Jesus o chamou, e ele caminhou sobre as águas enquanto manteve os olhos fixos no Mestre. No entanto, quando Pedro começou a olhar para o vento forte, começou a afundar e clamou por socorro. Nós paralisamos quando olhamos excessivamente para as circunstâncias, o que nos leva a perder o foco espiritual e a congelar diante das adversidades. Em vez de focar nas dificuldades e desafios, devemos nos aproximar de Deus em oração.
Cuide do que você alimenta a sua alma diariamente. Em Mateus 6:22-23 Jesus diz: “São os olhos a lâmpada do corpo. Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso; se, porém, os teus olhos forem maus, todo o teu corpo estará em trevas. Portanto, caso a luz que em ti há sejam trevas, que grandes trevas serão!”
Pedro, ao desviar seu olhar de Jesus para as circunstâncias, começou a afundar. Não significa que negamos a existência das circunstâncias, mas que nos concentramos em Deus em vez de ficar obcecados por elas. Ter paz envolve manter nossos olhos em Deus e confiar que Ele agirá.
Para nos concentrarmos no agir de Deus e Suas promessas, precisamos ter coragem para enfrentar o desconhecido.
Mudanças geralmente geram temor, mas algumas são necessárias. Deus instruiu Josué a atravessar o rio Jordão e conquistar a terra prometida. Mesmo enfrentando o desconhecido, Josué e o povo receberam instruções de Deus, que os encorajou a confiar e dar um passo de fé. Embora não soubessem como seria a jornada, eles confiaram que Deus os conduziria.
“Então, Moisés foi e falou estas palavras a todo o Israel e disse-lhes: Já tenho cento e vinte anos, não podendo mais sair e entrar; além do mais, o Senhor me disse: Não passarás o Jordão.” Deuteronômio 31:1-2
Moisés transmitiu palavras de força e coragem ao povo de Israel, especialmente a Josué, que assumiria a liderança após a sua morte. Eles tinham um comando para avançar e, desta vez, foram obedientes.
E você, tem obedecido aos comandos do Senhor em sua direção?
Às vezes, o reconhecimento da desobediência é um ponto de partida crucial. Uma geração desobediente não consegue conquistar as promessas de Deus. Obediência vai além de simplesmente cumprir regras; envolve a transformação do caráter. É necessário que nosso caráter seja fortalecido, tornando-nos obedientes em todas as áreas.
A obediência é poderosa e nos conduz às promessas. Samuel, por exemplo, enfatizou que a obediência é mais valiosa do que sacrifícios e ofertas. Essa lição é vista na experiência de Saul com o rei Agague. Saul desobedeceu a Deus poupando Agague, trazendo a transgressão para sua vida. A mensagem é clara: obedecer integralmente é melhor do que sacrificar parcialmente.
Uma geração frágil está disposta a negociar a palavra de Deus para se adequar às suas preferências. Ela questiona, duvida e tenta adaptar a Palavra aos seus desejos, em vez de aceitá-la incondicionalmente. Essa atitude impede o pleno recebimento das promessas divinas. Uma geração que se compromete com a obediência verá os frutos das promessas de Deus se manifestando em suas vidas.
Muita atenção às influências externas da internet. Devemos estar cientes de que nem tudo que encontramos online é verdadeiro ou alinhado com a Palavra de Deus. A verdade é encontrada na Bíblia e no ensino consistente baseado nela. Nossas crenças e ensinamentos devem ser fundamentados nas Escrituras, e não apenas em experiências pessoais. A verdade é o que importa, e devemos estar dispostos a ser desafiados pela Palavra de Deus, pois é esse confronto que nos transforma. Uma geração forte e corajosa é aquela que abraça a verdade e se compromete com ela, enfrentando desafios com fé e confiança em Deus. Jesus disse que a verdade nos libertará, não apenas do que é exterior, mas também das mentiras que apegamos em nossa mente e coração.
Precisamos nos tornar uma geração forte e corajosa que trabalha na formação das gerações futuras para, de igual modo, serem maduros, fortalecidos na fé e no entendimento.
Quando fortalecemos nossa fé, enfrentamos o desconhecido com coragem e em obediência, então estamos no caminho para conquistar as promessas de Deus.
Hoje o Senhor te convida a ser essa geração que tem coragem de ter um relacionamento com Deus e, também, com outras pessoas. Tenha projetos, forme uma família, ocupe o seu lugar de sacerdote, coloque diante de Deus, planeje e avance! Tome posição de conquista!
Que você não seja um “crente nutella”, mas um crente raiz: forte e corajoso em Deus. Cuide para que sua vida não esteja envolvida apenas com nutrição de carne, com distrações, com telas que alimentam um vício de dopamina (puro prazer) e com fragilidades próprias de um tempo de meninices. Avance em maturidade! Há uma conquista do Senhor diante de você e o céu aguarda seu posicionamento para lhe entregar a terra da promessa.
Deus abençoe a sua vida!
Alexandre Paz
Assista ao culto completo pelo youtube: