Culto do dia 17/03/2024
“Depois, foram Moisés e Arão e disseram a Faraó: Assim diz o Senhor, Deus de Israel: Deixa ir o meu povo, para que me celebre uma festa no deserto.” Êxodo 5:1
A Bíblia nos fala de um povo escravizado, cuja vida era marcada por trabalho árduo, fabricando tijolos de sol a sol e construindo para atender às demandas do faraó. Do amanhecer ao anoitecer, o povo trabalhava incansavelmente. Deus ergueu um libertador chamado Moisés e seu irmão Arão, ambos da Tribo de Levi, e colocou-os diante do faraó e o interpelaram, para que deixasse o povo ir. O faraó, por sua vez, respondeu: “Quem são vocês e que Deus é esse? Este povo está ocupado demais para parar suas tarefas e ir adorar ao Senhor. Eles são meus e eu os mantenho sob um cativeiro de trabalho incessante.” Imediatamente o faraó deu ordens aos superintendentes do povo e aos capatazes, dizendo: “Daqui em diante, não lhes dêem mais palha para fazer tijolos como antes. Eles mesmos que vão e juntem palha para si. Exigirei deles a mesma quantidade de tijolos que antes faziam. Não diminuam sua carga de trabalho.”
Sem dúvida, trabalhar é princípio bíblico, mas há uma diferença entre trabalhar segundo princípios e ser escravizado. O povo se espalhou buscando por restolho em vez de palha. Eles eram pressionados a produzir o mesmo com maiores dificuldades. Por não conseguirem, eram açoitados e maltratados.
Além de não permitir que os hebreus adorassem o seu Deus, o faraó decidiu aumentar a carga sobre eles. Propositalmente, impôs uma palavra opressora. Neste contexto, o faraó representa o sistema do mundo, onde Satanás exerce sua influência. Ele é astuto, conhece as estratégias para desviar a atenção do homem do Reino de Deus. Certamente, se Satanás tivesse uma arma mais poderosa no tempo presente, a usaria para desviar o foco do povo de Deus. No entanto, ele é sutil; não chega com uma abordagem direta, mas tenta convencer que o trabalho é um princípio divino (o que é verdade), induzindo as pessoas a se tornarem escravas do próprio trabalho. Em nossos dias, Satanás tenta nos afastar das coisas de Deus, utilizando artifícios como a sobrecarga de trabalho. Embora a Bíblia ensine sobre a importância do trabalho, também enfatiza a moderação em todas as coisas.
Existe um tipo de trabalho que representa um princípio, e outro, que é uma forma de escravidão, uma carga que o diabo deseja aumentar constantemente. Você se vê como alguém que vive apenas para cumprir tarefas intermináveis? Cada vez mais tarefas se acumulam sobre você e seu coração começa a puni-lo por não alcançar as metas diárias? É como se seu próprio ser interior, seu supervisor, estivesse dizendo que, apesar de ter feito muito, você não alcançou os resultados esperados? Desta forma, sua jornada se torna uma luta incessante e você se vê incapaz de cumprir tudo o que precisa ser feito, chegando até mesmo a questionar se ainda tem tempo para viver plenamente.
No entanto, é importante lembrar que Aquele que nos promete vida em abundância é o mesmo que está comprometido conosco. Os filhos de Israel enfrentaram um aumento muito consistente da carga imposta sobre eles, até se tornarem escravos. Esse é o padrão do mundo, da carne, mas não é o padrão do Senhor. Enquanto trabalhamos por princípio, dependemos de Deus.
“Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela.” Salmos 127:1
Trabalhamos por princípio, mas também reconhecemos que é Deus quem sustenta os seus amados.
Quando faraó foi questionado sobre o porquê de serem tratados tão injustamente, respondeu: “Vocês estão ociosos, por isso querem ir adorar ao seu Deus.” Essa é a palavra que o diabo, às vezes, coloca no nosso coração e nos açoita com angústia e ansiedade. Será que querermos ter um tempo com Deus significa ociosidade em nossa vida? É exatamente isso que o diabo sugestiona. Ele pega um princípio que é correto e o distorce, tornando-o um sofisma. Como está a sua agenda? Atolada de tarefas? Eu não estou dizendo que não podemos ter uma agenda bem organizada e produtiva, mas atenção: produção é uma coisa, tarefa é outra.
Na continuidade do texto, ainda no capítulo 5 de Êxodo, os filhos de Israel encontraram Moisés e Arão e os questionaram, pois a situação deles somente havia piorado. Moisés leva a queixa do povo a Deus: “Ó Senhor, por que afligiste este povo? Por que me enviaste? Pois desde que me apresentei a Faraó para falar em teu nome, eles têm maltratado este povo e tu de nenhuma sorte livraste o teu povo.” Veja que aquilo que mais tarde libertaria o povo, torna-se o alvo da ira destes, que questionam as escolhas de Moisés, dizendo que tudo estava melhor antes de ele trazer a proposta de adoração, de sacrifício e de seguirem a voz de Deus.
Deus já havia levantado um libertador, Moisés. Porém, quando o inimigo percebeu que iria perder território, o que ele fez? Ele aumentou a carga. Quando essa estratégia maligna chega até a nossa vida, somos oprimidos para que não tenhamos tempo para pensar em nosso Deus e no Seu Reino, não há mais tempo para adorá-Lo, nem para orar, ler a Bíblia… Não é mais prioridade estar em comunhão com os irmãos na célula e nos cultos, porque agora é só trabalho, é só tarefa. O inimigo é realmente astuto criando circunstâncias que nos envolvem cada vez mais, muitas vezes sem que percebamos, colocando coisas em nossas vidas que não deveriam estar lá.
A mentalidade era de que seria melhor não ter se envolvido nisso. Mas Moisés, em sua liderança, vai à presença de Deus, reconhecendo suas dificuldades diante do faraó. Ele ainda não compreendia completamente sua missão. Assumir liderança não significa que os desafios serão fáceis. Sempre haverá oposição ao nosso redor. Porém, nosso Deus é maior do que qualquer oposição que enfrentamos. Ele está conosco, fortalecendo-nos. Não devemos sucumbir ao sistema opressor deste mundo, que nos sobrecarrega e nos impede de viver o propósito para o qual fomos criados. Quando estamos cativos do mundo, não conseguimos viver plenamente o propósito de adorar, servir e celebrar a Deus conforme fomos destinados.
Jesus oferece um conselho valioso: “Vinde a mim todos aqueles que estão cansados e sobrecarregados”. Não se trata de ir ao faraó, mas ir a Ele para encontrar alívio. Ele promete: “e eu vos aliviarei; meu fardo é leve, meu jugo é suave”. Mudar de emprego ou de lugar não é a solução, mas sim, buscar a presença de Jesus. Mesmo diante de pressões, é essencial manter o foco no Senhor.
O conselho de Jesus é destacado em Mateus 6:25-33, onde Ele aborda a preocupação do homem com a provisão. Deus não tem dificuldade em abençoar abundantemente, mas o homem muitas vezes se deixa enganar pelo sistema do mundo, sem perceber a suficiência do cuidado divino. Jesus orienta a evitar a ansiedade em relação às necessidades básicas da vida e aponta para a confiança na provisão de Deus, exemplificada na maneira como o Senhor cuida dos lírios e das aves.
“Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? Ou: Com que nos vestiremos? Porque os gentios é que procuram todas estas coisas; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas; buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” Mateus 6:31-33
Quando priorizamos o reino de Deus em nossa vida, estamos buscando Sua vontade e Seu governo em nós e ao nosso redor. Isso implica em trabalhar para estabelecer Seu Reino na Terra, assim como Jesus instruiu Seus discípulos a fazerem quando enviou os setenta:
“Depois disto, o Senhor designou outros setenta; e os enviou de dois em dois, para que o precedessem em cada cidade e lugar aonde ele estava para ir. E lhes fez a seguinte advertência: A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara.Ide! Eis que eu vos envio como cordeiros para o meio de lobos. Não leveis bolsa, nem alforje, nem sandálias; e a ninguém saudeis pelo caminho. Ao entrardes numa casa, dizei antes de tudo: Paz seja nesta casa! Se houver ali um filho da paz, repousará sobre ele a vossa paz; se não houver, ela voltará sobre vós. Permanecei na mesma casa, comendo e bebendo do que eles tiverem; porque digno é o trabalhador do seu salário. Não andeis a mudar de casa em casa. Quando entrardes numa cidade e ali vos receberem, comei do que vos for oferecido. Curai os enfermos que nela houver e anunciai-lhes: A vós outros está próximo o reino de Deus.” Lucas 10:1-9
Buscar o Reino de Deus em primeiro lugar não apenas envolve a busca por justiça e verdade, mas também o empenho em implantar Seu governo e propósito em nossa esfera de influência. É um convite para cooperarmos com Deus na expansão de Seu reino aqui na Terra, através de nossas ações e testemunho.
Portanto, Jesus nos encoraja a não nos preocuparmos com o futuro, pois cada dia traz suas próprias preocupações. Ao buscarmos primeiro o reino de Deus, Ele promete cuidar de nossas necessidades e nos conduzir à prosperidade e segurança. “Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal.” Mateus 6:34
Saiba que Deus não o criou para cumprir tarefas, mas para realizar um propósito. Se você não compreender isso, corre o risco de se tornar um mero cumpridor de tarefas nas mãos de faraó. Porém, se entender que o seu verdadeiro negócio é com o Rei, perceberá que a sua vida depende sobretudo do reino, depende do Rei. Sua busca primordial é a implantação do reino na terra, mesmo que esteja trabalhando no mundo secular. Nós compreendemos que não há secularismo, mas sim um campo onde Deus o plantou para que o reino se expanda. Não importa onde você está, é ali, onde Deus o colocou, que você deve trazer o reino. Ele está próximo, mas precisa ser implantado. Caso contrário, poderá pensar que o objetivo de Deus é enriquecê-lo, proporcionando-lhe uma vida fácil e confortável.
Quantos já caíram nesse engano do diabo e, em seguida, perderam tudo… Primeiro, ele tenta derrubar a mente, depois toma o resto. A única segurança verdadeira está em estar firmado no Senhor. Todo o resto é passageiro, algo em que não podemos confiar plenamente. Mas o reino de Deus é o que permanece real e para sempre. Mesmo que o faraó diga “aumenta a carga!”, chegará o dia em que ele dirá “podem ir!”. Há um momento em que até mesmo o faraó cede, porque quando Deus deseja, ninguém pode resistir.
A decisão de Deus é soberana. Observe que o faraó só manteve o povo cativo porque o próprio Deus endureceu o coração dele, pois havia um propósito ali. Mas se Deus colocar a mão em sua vida, se você compreender isso, não cairá nos enganos e equívocos de Satanás.
Você está recebendo hoje a libertação do seu entendimento. Libertação não é apenas expulsar demônios. A verdade, a revelação, a Palavra são suficientes para nos libertar. Elas nos libertam porque as verdadeiras batalhas ocorrem em nossas mentes, onde o diabo busca tomar território e, muitas vezes, nos conduz ao caminho da perdição, simplesmente porque não entendemos suas artimanhas contra nós.
Deus abençoe a sua vida!
Alexandre Paz
Assista ao culto completo através do link abaixo:
