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Série: Conhecendo a Vontade de Deus – Sonhos e Visões (Parte 1)

(Palavra ministrada no culto de 11/06/2023)

“Mas o que ocorre é o que foi dito por intermédio do profeta Joel: E acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei do meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos jovens terão visões, e sonharão vossos velhos; até sobre os meus servos e sobre as minhas servas derramarei do meu Espírito naqueles dias, e profetizarão.” Atos 2:16-18

No momento referido no texto, após a ascensão de Jesus os discípulos estavam reunidos e viveram a experiência de participarem do cumprimento da profecia trazida por Joel, que anunciava o derramamento do Espírito Santo. A palavra profética havia sido anunciada muitos anos antes e indicava o que aconteceria num futuro. Aconteceu exatamente 50 dias depois da Páscoa. Um som, como de um vento impetuoso, entrou naquele lugar e a promessa se cumpriu. Então, a partir daquele momento, houve uma liberação de manifestações do Espírito Santo através de profecias, visões e sonhos. Vamos ver um pouco sobre cada uma dessas manifestações.

Ao lermos Romanos 12 (dons de Deus), 1 Coríntios 12 (dons do Espírito Santo) e Efésios 4 (dons de Cristo), vemos que o único dom que encontramos nas três passagens é o dom da profecia. Há um dom de profecia ligado a uma realização do Pai, assim como há um dom de profecia ligado a uma manifestação do Espírito Santo, e um dom de profecia relacionado a um dom ministerial (de serviço) de Cristo.

Paulo diz em 1 Coríntios que a profecia comunicada pelo Espírito Santo (como manifestação) tem por objetivo a exortação, a consolação e a edificação do Corpo de Cristo. No Antigo Testamento, havia a profecia preditiva para que a exortação fosse dada ao povo através do profeta.  O profeta anunciava o erro do povo, anunciava o juízo e, por fim, trazia uma “porta de escape”, que sinalizaria a Deus (Pai) o arrependimento, ou seja, o profeta dava uma direção de como deveriam proceder a partir do seu erro para que o juízo não chegasse sobre o povo. Assim vemos o dom de profecia se movendo no Antigo Testamento.

Já a profecia como dom de manifestação do Espírito Santo realizada a partir do Pentecostes, é uma profecia que traz o consolo (Parákletos), tanto a um grupo como a uma pessoa. Parákletos é o conforto em dias difíceis, o encorajamento diante de desafios. Esse dom tem caráter revelativo. No entanto, a Bíblia não diz que a palavra profética serve para direcionamento.

A profecia como dom ministerial de Cristo é a profecia que traz edificação à Igreja, assim como os demais dons ministeriais (ou dons de serviço) de Cristo anunciados em Efésios 4 (apostólico, pastoral, evangelístico, profético e de mestre). Estes, seguirão até a volta do Messias edificando a Sua noiva. Um exemplo deste dom profético é quando proclamamos bênçãos sobre alguém ou algum lugar. São palavras que edificam.

A profecia preditiva, ligada aos dons de realização do Pai, era vista numa época em que o Espírito Santo ainda não habitava no homem. A partir do Pentecostes, quem convence o homem do pecado, da justiça e do juízo é o Espírito Santo. Você já se perguntou como acontecia o arrependimento do homem antes do Espírito Santo viver no meio de um povo? A resposta é: através dos profetas. Eles eram a voz de Deus sobre a terra. Hoje, porém, temos Alguém morando em nós, o próprio Deus (o Seu Espírito), que nos convence.

Ainda hoje Deus pode usar o dom profético do modo como Ele usava na antiguidade, apontando pecados e apontando o juízo? Claro que sim, mas é improvável porque, depois da ascensão e entronização de Jesus, o Espírito de Cristo foi enviado com esta finalidade e, portanto, é a vontade do Pai que Seus filhos vivam o processo de santificação, gerando amadurecimento, através de um relacionamento direto com Ele através do Seu Espírito.

Há pessoas que correm atrás de palavras proféticas preditivas na expectativa de terem seus futuros pré-anunciados através dos profetas. Do mesmo modo que os sinais, que não devem ser perseguidos, mas que, segundo a Bíblia, “seguirão aqueles que creem”, a palavra profética poderá vir até nós, com finalidade de consolar, exortar ou edificar, mas não deve ser perseguida como um direcionador para nossas decisões. Estas devem ser conquistadas e identificadas no secreto de nossa intimidade, diretamente com nosso Deus. Assim, o Senhor revelará, através de visões e sonhos.

A palavra profética de Joel pré-anunciou que a profecia estaria disponível para todos (“até mesmo sobre os meus servos e minhas servas…”). A linguagem de direcionamento do Espírito Santo, para o tempo presente, se dá através de visões e sonhos, que são revelados em nossos corações através de um relacionamento com Ele. Vamos compreender bem, portanto, o que significam, de fato, esses sonhos e essas visões.

Sonho: pode ser derivado de um desejo humano, uma ansiedade ou um mecanismo da mente para que nosso corpo permaneça adormecido. Portanto, nem todo sonho contém a revelação de Deus sobre algo, mas pode conter.

“O profeta que tem sonho conte-o como apenas sonho; mas aquele em quem está a minha palavra fale a minha palavra com verdade. Que tem a palha com o trigo? — diz o Senhor.” Jeremias 23:28

Há aqui uma orientação para que não saiamos anunciando qualquer sonho como “do Senhor”. Separar a palha do trigo, significa separar o que é natural (palha) do que é sobrenatural (trigo). Em outras palavras, nem todo sonho é sonho de Deus nos revelando algo. Porém, Deus pode falar conosco através de sonhos, porque os sonhos são uma linguagem do Espírito Santo. Já temos relatos de Deus se revelando através de sonhos desde o Antigo Testamento. Em Gênesis lemos sobre o sonho do faraó, que foi dúplice (houve um sonho confirmando o outro) e foi revelado através da vida de José.

“O sonho de Faraó foi dúplice, porque a coisa é estabelecida por Deus, e Deus se apressa a fazê-la.” Gênesis 41:32

Temos aí uma pista de quando um sonho pode vir do Senhor – a duplicidade / confirmação do sonho. Vemos algo semelhante no início da vida de José, quando sonha sobre seu futuro de forma dúplice e revela o que havia sonhado aos seus pais e seus irmãos:

“Atávamos feixes no campo, e eis que o meu feixe se levantou e ficou em pé; e os vossos feixes o rodeavam e se inclinavam perante o meu. Então, lhe disseram seus irmãos: Reinarás, com efeito, sobre nós? E sobre nós dominarás realmente? E com isso tanto mais o odiavam, por causa dos seus sonhos e de suas palavras. Teve ainda outro sonho e o referiu a seus irmãos, dizendo: Sonhei também que o sol, a lua e onze estrelas se inclinavam perante mim.” Gênesis 37:7-9

Não entregue seu futuro e suas decisões a sinais aleatórios ou sonhos isolados. O sonho é uma linguagem do Espírito, sem dúvida, mas deve vir acompanhado de confirmações, assim como a profecia, pois a Palavra nos orienta a julgar a profecia, não o profeta.

Visão: é uma revelação do mundo espiritual que vai nos apontar para um futuro. Pode se referir a uma percepção através de olhos espirituais ou pode se referir a um propósito / objetivo referente a algo a ser conquistado no futuro. Nos deteremos, aqui, basicamente nesse segundo conceito de visão. Enquanto o sonho é algo que é revelado por Deus a nós, a visão é algo que deve ser perseguido por nós, com a perspectiva de uma conquista. O sonho, a partir da revelação, gera uma convicção em nós que se tornará uma visão de conquista. Podemos dizer, portanto, que sonhos e visões (linguagens do Espírito Santo) são complementares na edificação e condução do Espírito Santo de Deus na vida de Seus filhos.

Vemos, na história de Daniel, que, diante do sonho do rei, ele foi desafiado não somente a interpretar o sonho, mas também a descobrir o que o rei havia sonhado. Ele era um homem de visão. Vamos ver na passagem a seguir, uma orientação muito importante para nos conduzir também hoje, na forma como o Espírito Santo fala conosco:

“No terceiro ano de Ciro, rei da Pérsia, foi revelada uma palavra a Daniel, cujo nome é Beltessazar; a palavra era verdadeira e envolvia grande conflito; ele entendeu a palavra e teve a inteligência da visão.” Daniel 10:1

Precisamos buscar a inteligência da visão que Deus deseja comunicar à nossa geração. Se somos pessoas movidas pelo Espírito, Deus já colocou sonhos em nosso coração que se traduziram numa convicção e uma visão que, agora, perseguimos e lutamos. Uma visão de conquista, de implantação do Reino de Deus, uma visão de mudança, um alvo que perseguimos em Deus. Essa é a linguagem do Senhor. Quando começamos a nos mover em direção à visão dada por Ele, então Ele começa a se mover em nossa direção, trazendo orientações e discernimentos, ministrando a nossa vida.

Deus quer te dar a inteligência da visão, a sabedoria do Espírito.

Quando falamos em visão, precisamos compreender que a Visão Celular no Modelo dos 12, na verdade, não é uma visão em si, mas uma metodologia a partir de uma visão de conquista de território. Nosso líder nacional, Ap. Renê Terra Nova, recebeu um sonho revelado e confirmado que foi traduzido numa visão de conquista (metodologia), cujo nome é Visão Celular no Modelo dos 12.

A igreja do Senhor é uma obra e, por isso, envolve trabalho. Toda a implantação do Reino de Deus, a partir da Grande Comissão, envolve trabalho. Ministério significa “serviço”. Por isso a palavra de Atos 2 diz “até mesmo os meus servos e minhas servas profetizarão…”, porque, biblicamente, servo é aquele que serve segundo a visão que Deus lhe dá, aquele que trabalha na implantação do Seu Reino. Todo o trabalho no Reino deve ser a manifestação de quem eu sou, ao invés de ser enxergado como apenas uma lista de tarefas. Não fazemos para ser, mas fazemos porque somos. A primeira vez que o verbo “fazer” aparece no original bíblico, é quando Deus FAZ o homem. Ele o faz à Sua imagem e semelhança porque desejava se manifestar na terra. Deus fez para manifestar quem Ele é. Da mesma forma, fazemos e nos movemos a partir de quem somos nEle.

(Continua na próxima semana.)

Deus abençoe sua vida!

Ap. Alexandre Paz

Assista ao culto completo pelo Youtube: