Baseada no culto de 11/08/24
“Vós sois o sal da terra; ora, se o sal vier a ser insípido, como lhe restaurar o sabor? Para nada mais presta senão para, lançado fora, ser pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte;nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia a todos os que se encontram na casa.Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.” Mateus 5:13-16
Hoje veremos mais um trecho do poderoso ensino de Jesus no Sermão da Montanha. Refletiremos neste texto tão conhecido, em que o Mestre Jesus conclama a todos que são Seus discípulos a serem sal e luz sobre a terra, apontando características e responsabilidades dos cidadãos do Reino de Deus.
“Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” 1Pedro 2:9
Ser o sal da terra: missão de preservar e dar sabor
Jesus nos chamou e nos transportou do império das trevas para o reino da sua maravilhosa luz. Assim, tornamo-nos essa geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo escolhido. O chamado para nos tornamos sal e luz é para nós, que fomos comprados pelo sangue de Cristo e somos seus discípulos. Devemos entender, compreender e viver essa verdade.
O sal, na época de Jesus, era uma mercadoria muito valiosa. Hoje, o sal é barato, mas naquela época, ele era tão precioso que era usado como moeda de pagamento. A palavra “salário” vem do sal, pois os pagamentos eram feitos através dele.
Jesus menciona a possibilidade de o sal perder seu sabor. Para compreender isto, precisamos olhar para como o processo de extração e armazenamento do sal era feito. O sal precisava ser extraído da forma mais pura possível, e o armazenamento deveria garantir que ele não ficasse umedecido, pois a umidade poderia dissolver o cloreto de sódio, que dá o sabor ao sal. Se isso acontecesse, o sal perderia o sabor, tornando-se inútil.
Essa metáfora nos ensina que, como discípulos de Jesus, passamos por um processo quando somos retirados do mundo. Porém, durante esse processo, precisamos observar para que as contaminações do mundo não nos influenciem, alterando nossa nova essência em Deus. O Senhor deseja que nossa essência seja pura, como tudo o que Ele coloca em nós, livre das impurezas do mundo.
A perda da salinidade ocorre quando permitimos que essas impurezas contaminem nossa fé e testemunho. Quantas vezes já vimos pessoas que ministravam com poder, mas que depois pareciam ter perdido a essência? Isso acontece quando a contaminação do mundo interfere em nossa vida espiritual, fazendo com que o sal perca seu sabor.
Quando o sal está na comida, não o vemos, mas sentimos sua presença pelo sabor. Da mesma forma, quando vivemos uma vida de santidade, as pessoas percebem Jesus em nós, mesmo sem ver diretamente nossas ações. Mas, quando perdemos essa essência, nossa vida espiritual torna-se insípida, sem sabor, sem impacto.
Em Colossenses 4:6, Paulo aconselha à igreja de Colossos:“A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para saberdes como deveis responder a cada um.” Isso nos ensina que a presença do sal em nossa vida se manifesta, também, por meio daquilo que falamos. Nossa comunicação revela se temos o “sal de Cristo” em nós e se estamos prontos para impactar esta geração com nosso testemunho.
Vemos que no início deste texto, o Senhor nos alerta sobre o perigo de perdermos nossa eficácia espiritual. Um cristão que se conforma (vive em conformidade) ao mundo perde sua utilidade no Reino de Deus. Se o sabor se vai, restará apenas ser lançado fora. Este é um aviso claro de Jesus, e não pode ser ignorado. O sal tem a função de preservar e dar sabor, e assim também nossas palavras e ações devem preservar e trazer a essência do Reino de Deus àqueles ao nosso redor.
“E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” Romanos 12:2
Ser a luz do mundo: missão de revelar e iluminar
Como luz do mundo, somos chamados a iluminar, a revelar, a guiar e a dissipar as trevas, através de um testemunho claro da graça e da verdade de Deus, pois não é possível esconder essa luz mas, do contrário, tem o poder de iluminar a geografia em que se encontra, transformando atmosferas. Antes de conhecer a Cristo, estávamos nas trevas, mas agora, como filhos da luz, devemos andar de acordo com essa nova identidade.
“Pois, outrora éreis trevas, porém, agora, sois luz no Senhor; andai como filhos da luz.” Efésios 5:8
Nossa vida deve brilhar diante dos homens, de maneira que, ao verem nossas boas obras, glorifiquem ao Pai que está nos céus. Não podemos ser cristãos “disfarçados”, que ocultam sua fé no ambiente de trabalho, na faculdade ou em qualquer outro lugar. Devemos ser claros sobre nossos valores e nossa fé, vivendo de maneira que a luz de Cristo seja evidente em nós.
Lembre-se de que o nosso brilho vem de Deus. Somos como a lua, que não tem luz própria, mas reflete a luz do sol. Quando passamos tempo com o Senhor, a glória dEle vem sobre nós, e nós refletimos essa luz para o mundo. Portanto, busque ao Senhor em seu lugar secreto, para que a glória dEle resplandeça em sua vida e você possa iluminar aqueles ao seu redor.
A conexão entre o sal e a luz: duas metáforas numa mesma missão
Este ensino de Jesus é prático e profundo. Ambos os elementos representam nosso testemunho cristão, mas cada um reflete aspectos diferentes da nossa vida espiritual e de nosso ministério.
O sal, por exemplo, está relacionado à influência interna. Como seguidores de Cristo, devemos buscar continuamente o crescimento espiritual, a santificação, e uma vida consagrada ao Senhor. O sal simboliza essa busca por pureza, por separação do pecado e por uma vida que agrada a Deus. Uma “vida salgada”, ou seja, cheia da presença de Deus, tem sabor, tem significado e traz influência para aqueles que estão ao redor. Quando Jesus fala do sal, Ele está se referindo a esse processo de transformação interior, onde buscamos a santidade e nos afastamos das práticas do mundo.
Por outro lado, a luz refere-se ao trabalho exterior, ao impacto visível que nossas vidas devem ter no mundo. Depois de passarmos por essa transformação interna, através do poder de Deus, estamos prontos para manifestar a luz de Cristo para aqueles ao nosso redor. A luz representa a influência externa que devemos ter, após termos sido transformados internamente. Somos chamados a ser luz para o mundo, refletindo a glória de Deus e trazendo revelação da Sua palavra para os outros.
Essa dupla responsabilidade, de ser sal e luz, exige que nós, como cristãos, vivamos de maneira que não apenas preservemos e transformemos nossas vidas, mas também iluminemos a vida de outros. Contudo, não adianta tentar brilhar se ainda não temos essa luz dentro de nós. Se não trilhamos o caminho da santidade, não podemos exercer um ministério eficaz. É necessário primeiro alinhar nossa vida com Deus, e então, naturalmente, a luz de Cristo resplandecerá através de nós, influenciando muitos. As metáforas do sal e da luz são, portanto, complementares.
Veja que compartilhar o Evangelho não se limita a convidar alguém para a igreja ou para uma célula. Significa ter o Evangelho enraizado no coração e, por conta disso, expressá-lo com palavras e ações no dia a dia. Mesmo que você ainda não se sinta totalmente capacitado para pregar, você pode compartilhar o que Deus já fez em sua vida. Testemunhos pessoais têm um grande impacto, pois as pessoas se interessam pelo que Jesus fez por você, não apenas por teorias.
Quando vivemos cheios do Espírito Santo, o sal da presença de Deus em nossas vidas nos mantém sensíveis à Sua voz, e cada encontro com Ele se torna uma oportunidade para oferecer a nossa melhor adoração, independentemente do local ou da programação. Que possamos, portanto, viver como sal e luz, permitindo que Deus transforme nossas vidas internamente, para que possamos impactar o mundo ao nosso redor com a luz de Cristo.
Hoje, mais do que nunca, precisamos de pessoas chamadas para atuar nas diferentes esferas da sociedade, impactando este mundo com a cultura do céu e os valores do Reino de Deus. Como luz, devemos entrar nos diferentes ambientes e dar um testemunho positivo. Nossa luta não é contra carne e sangue, mas temos a autoridade de refletir a glória de Deus onde estivermos, muitas vezes sem precisar abrir a boca para pregar. Não é num discurso agressivo que expressaremos a glória de Deus, mas num posicionamento firme, sem negociar princípios e valores, que daremos um testemunho de luz. Se deseja ser luz, faça diferente do mundo.
“Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.” Mateus 5:16
Suas boas obras não ficarão escondidas; Deus as reverterá em glória para o Pai. Jesus trouxe esse ensinamento profundo porque desejava firmar a identidade do novo nascimento e o testemunho de seus discípulos, ensinando-os como se portar diante do mundo. Que possamos aprender e viver esses princípios para a glória de Deus.
Deus abençoe a sua vida!
Alexandre Paz
Assista ao culto completo pelo link abaixo: