No momento você está vendo Propósito ou circunstâncias – o que nos governa?

Propósito ou circunstâncias – o que nos governa?

Texto baseado no culto do dia 02/02/2025

“Esperou Saul sete dias, segundo o prazo determinado por Samuel; não vindo, porém, Samuel a Gilgal, o povo se foi espalhando dali. Então, disse Saul: Trazei-me aqui o holocausto e ofertas pacíficas. E ofereceu o holocausto. Mal acabara ele de oferecer o holocausto, eis que chega Samuel; Saul lhe saiu ao encontro, para o saudar. Samuel perguntou: Que fizeste? Respondeu Saul: Vendo que o povo se ia espalhando daqui, e que tu não vinhas nos dias aprazados, e que os filisteus já se tinham ajuntado em Micmás, eu disse comigo: Agora, descerão os filisteus contra mim a Gilgal, e ainda não obtive a benevolência do SENHOR; e, forçado pelas circunstâncias, ofereci holocaustos. Então, disse Samuel a Saul: Procedeste nesciamente em não guardar o mandamento que o SENHOR, teu Deus, te ordenou; pois teria, agora, o SENHOR confirmado o teu reino sobre Israel para sempre. Já agora não subsistirá o teu reino. O SENHOR buscou para si um homem que lhe agrada e já lhe ordenou que seja príncipe sobre o seu povo, porquanto não guardaste o que o SENHOR te ordenou.” 1 Samuel 13:8-14

Vivemos tempos em que muitos se sentem pressionados por situações externas e, por causa disso, tomam decisões precipitadas, desconectadas do propósito que Deus estabeleceu. A história de Saul, em 1 Samuel 13:8-14, revela um princípio profundo: quando deixamos que as circunstâncias determinem nossas ações, corremos o risco de sacrificar o que é eterno no altar da urgência.

Saul foi chamado para reinar sob direção divina, mas se rendeu ao medo, à ansiedade e à impaciência. Diante do povo se dispersando, da demora de Samuel e da aproximação dos inimigos, ele decidiu oferecer sacrifícios que não lhe competiam. Quando Samuel chegou, confrontou-o: “Procedeste nesciamente em não guardar o mandamento que o SENHOR, teu Deus, te ordenou” (1Sm 13:13). A consequência foi dura: o reino seria retirado de suas mãos.

Essa narrativa nos chama à reflexão: quem (ou o que) tem governado nossas decisões? Quando somos guiados por circunstâncias – pressões sociais, medo da rejeição, desejo de aceitação – abrimos mão do propósito e comprometemos a direção de Deus para nossas vidas.

A multidão que gritou “Hosana” no domingo, gritou “Crucifica-o” na sexta-feira. Isso mostra como a instabilidade das vozes ao redor pode nos afastar do centro da vontade de Deus. Pilatos sabia que Jesus era inocente, mas cedeu à pressão do povo. Governado pelo medo de perder sua posição, preferiu agradar aos homens do que se posicionar pela verdade (Mt 27:20-22).

Em contraste, Jesus foi o exemplo perfeito de alguém totalmente governado pelo propósito. Mesmo quando as multidões insistiam para que permanecesse com elas (Lc 4:42-43), ou quando tentaram proclamá-lo rei após a multiplicação dos pães (Jo 6:15), Ele se retirava. Sua resposta era sempre alinhada ao propósito: “É necessário que eu anuncie o evangelho do reino de Deus… pois para isso é que fui enviado.” (Lc 4:43). Nem mesmo Pedro, um de seus discípulos mais próximos, conseguiu desviá-lo do caminho da cruz. Quando tentou persuadi-lo a evitar o sofrimento, Jesus o repreendeu duramente (Mt 16:23).

Jesus permaneceu firme, mesmo diante da pressão máxima. Quando Pilatos cedeu ao clamor da multidão e entregou Jesus para ser crucificado, Ele continuou calado, obediente até o fim (Lc 23:23-25). Seu compromisso não era com a facilidade do momento, mas com o propósito eterno do Pai.

O propósito de Deus exige perseverança, obediência e fé, especialmente quando tudo parece contrário. Não se trata de força humana, mas de firmeza espiritual para não ceder ao imediatismo das circunstâncias. Para permanecer fiel ao propósito, é necessário:

• Buscar direção de Deus antes de agir. “Então, os israelitas tomaram da provisão e não pediram conselho ao SENHOR. (Josué 9:14). Os israelitas foram enganados por não consultarem ao Senhor.

• Não negociar princípios por conveniência. “Ai dos filhos rebeldes, diz o SENHOR, que executam planos que não procedem de mim e fazem aliança sem a minha aprovação, para acrescentarem pecado sobre pecado! Que descem ao Egito sem me consultar, buscando refúgio em Faraó e abrigo, à sombra do Egito!” (Isaías 30:1-2) A Palavra adverte sobre alianças feitas sem aprovação de Deus.

• Esperar o tempo certo, mesmo em meio à pressão.“Se tardar, espera-o” (Hc 2:3).

• Confiar na Palavra de Deus, e não nas impressões ou opiniões alheias. “A pressa leva ao erro” (Pv 19:2-3). Estar preparado para a pressão, pois a firmeza diante dela definirá nosso destino. Como o Senhor disse a Saul: “Já agora não subsistirá o teu reino… o SENHOR buscou para si um homem que lhe agrada” (1Sm 13:14).

Em nossos dias, é comum ver pessoas abrindo mão de seus chamados por causa do medo, da opinião pública ou de circunstâncias adversas. Mas o chamado do Reino é diferente: é para os que esperam, confiam e obedecem mesmo sem compreender tudo.

Saul perdeu o reinado porque agiu impulsivamente. A multidão perdeu o Messias porque foi manipulada. Mas Jesus, que entregou sua vida, venceu porque permaneceu fiel ao propósito.

A pergunta que nos confronta hoje é: estamos dispostos a esperar, confiar e ser guiados pelo Espírito Santo, ou seremos governados pelas pressões da vida? Que o Espírito Santo nos fortaleça a dizer “não” à pressa, ao medo e ao desejo de agradar a todos, e a dizer “sim” ao chamado eterno de Deus.

Se você tem se sentido influenciado por vozes externas ou por situações que fogem do seu controle, lembre-se: Deus ainda tem um plano, e o tempo d’Ele é perfeito. O que Ele prometeu, Ele cumprirá. Não sacrifique seu futuro por causa de um momento de insegurança. Busque a presença do Senhor, peça discernimento e permaneça firme no propósito. O propósito sempre valerá mais do que qualquer circunstância.Deus abençoe a sua vida!

Alexandre Paz

Assista a palavra completa pelo link abaixo: