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Ouça e aja, mas nunca negocie a Presença

(Palavra ministrada no culto de 11/09, Ap. Alexandre Paz)

Servimos a um Deus que deseja que O busquemos. Ele tem prazer naqueles que têm prazer nEle. Mas como podemos ouvir a Sua voz? Essa resposta é encontrada numa jornada que nos conduz ao amadurecimento de nossa fé, sabendo que Ele não esconde respostas de nós, mas as esconde para nós.

“Agora, está angustiada a minha alma, e que direi eu? Pai, salva-me desta hora? Mas precisamente com este propósito vim para esta hora. Pai, glorifica o teu nome. Então, veio uma voz do céu: Eu já o glorifiquei e ainda o glorificarei. A multidão, pois, que ali estava, tendo ouvido a voz, dizia ter havido um trovão. Outros diziam: Foi um anjo que lhe falou. Então, explicou Jesus: Não foi por mim que veio esta voz, e sim por vossa causa.”

João 12:27-30

Jesus identifica a chegada do tempo que iria para a cruz e anuncia isso à multidão. O texto registra a angústia que veio sobre Ele naquela hora e, em seguida, a voz do céu. Porém, a multidão não discerniu a voz de Deus. Alguns a perceberam como um trovão ou a voz de um anjo, não identificando a voz do próprio Deus Pai falando com o Seu Filho. A Palavra de Deus diz que a voz de Deus é como o som de muitas águas (Ap 19:6) e vivemos um tempo em que o Espírito Santo deseja levar a Igreja de Cristo à maturidade deste relacionamento, de modo que possa discernir e compreender a Sua voz.

Servimos a um Deus que deseja se relacionar com seus filhos, por isso Sua voz vem em nossa direção. Você precisa se dedicar a conhecer a Sua Palavra (a Bíblia), porque este é o modo principal de Deus falar com seus filhos e todas as demais formas são em conformidade com ela. Deus pode falar conosco de inúmeras formas (aliás, da forma que Ele quiser). Por isso, esteja aberto à possibilidade de ouvir a voz de Deus de modos novos. Deus é maior do que o Seu livro. Tudo o que Ele é e faz é em consonância com a Sua Palavra, mas Ele é muito maior que a Bíblia. A verdade de Deus é ilimitada e Ele jamais poderia se restringir a um livro. Porém, a totalidade de Sua verdade sempre estará de acordo com ela. 

Temos acesso, pelo Espírito Santo, à revelação de Sua Palavra, mas saiba que isso ainda não é a plenitude. Para avançarmos nesta revelação, precisamos estar imersos na Presença e na Sua Glória. Ao lermos a Bíblia temos acesso ao LOGOS, que é a Palavra escrita. Porém, a própria Bíblia diz que “a letra mata, mas o Espírito vivifica” (2Co3:6); portanto, fica claro que há algo maior. A Palavra (logos) associada ao Espírito Santo que traz a revelação é o que nos coloca diante do RHEMA. Portanto, compreenda que Deus falará contigo através do logos – a Palavra escrita que está posta e disponível a todos que a leem – mas Ele deseja se revelar intimamente na especificidade de sua vida particular, através de um relacionamento, para lhe trazer um rhema, ou seja, uma palavra revelada específica para sua vida, todos os dias. Todas as direções que você precisa estão nEle.

Além disso, a Bíblia relata que haveria revelações que estariam reservadas para o tempo do fim. Portanto, estejamos abertos para o agir e o mover de Deus, para o novo que Ele tem para este tempo, porque assim aprouve ao Pai que se cumpra nestes dias. Deus pode falar de outras formas: através da natureza, de sonhos, de sinais, de profecias, de parábolas, de princípios… e de uma infinidade de maneiras! Mas saiba: Ele deseja falar contigo e não existe maneira mais assertiva de ouvir a voz de Deus do que estar a sós com Ele (em Sua Presença) e meditar em Sua Palavra.

“Disse Moisés ao Senhor: Tu me dizes: Faze subir este povo, porém não me deste saber a quem hás de enviar comigo; contudo, disseste: Conheço-te pelo teu nome; também achaste graça aos meus olhos. Agora, pois, se achei graça aos teus olhos, rogo-te que me faças saber neste momento o teu caminho, para que eu te conheça e ache graça aos teus olhos; e considera que esta nação é teu povo. Respondeu-lhe: A minha presença irá contigo, e eu te darei descanso. Então, lhe disse Moisés: Se a tua presença não vai comigo, não nos faças subir deste lugar.”

Êxodo 33:12-15

Neste texto vemos a dificuldade de Moisés compreender o que Deus lhe falava. Diante de afirmações de Deus, no momento seguinte Moisés lhe questionava sobre o mesmo assunto. Moisés não era um homem distante de Deus, mas seu amigo. Ele tinha encontros com a glória de Deus na tenda da congregação. Esses momentos eram tão intensos que o povo temia olhar para ele ao sair dali. Era necessário que Moisés cobrisse seu rosto em função do resplendor da glória de Deus que vinha sobre ele ao estar em Sua presença. Mas vemos que, ainda assim, Moisés se mostrava inseguro e incerto do que Deus lhe falava. Será que muitas vezes não passamos por experiências assim? Moisés chega a pedir que Deus considere aquele povo o “Seu povo”, desconsiderando tudo o que Deus já havia feito por eles, desde a ordem que dera a Moisés, comissionando-o para que livrasse “o Seu povo do Egito”.

Mas Moisés ainda não estava compreendendo isso. Parece que Moisés necessitava que Deus lhe falasse muitas vezes e de diferentes formas a mesma coisa. Podemos, também nós, cometer este equívoco, pedindo sinais após sinais para Deus, para comprovação de algo que Ele já falou. Por muitas vezes Ele falará, mas Ele nos desafia a crer naquilo que Ele já falou. Ouça e, depois, mova-se por fé, sem necessitar sempre reafirmações de Deus quanto ao mesmo assunto. Quem anda de sinal em sinal é “bebê espiritual”, mas Deus deseja nos fazer caminhar para um amadurecimento da fé, quando receberemos revelação através de uma vida de intimidade, não mais baseada em sinais.

Creia que as próximas revelações que Ele tem para lhe dar e até mesmo os próximos sinais, dependem da sua fé naquilo que Ele já te revelou. 

No início deste mesmo capítulo de Êxodo lemos: “Disse o Senhor a Moisés: Vai, sobe daqui, tu e o povo que tiraste da terra do Egito, para a terra a respeito da qual jurei a Abraão, a Isaque e a Jacó, dizendo: à tua descendência a darei. Enviarei o Anjo adiante de ti; lançarei fora os cananeus, os amorreus, os heteus, os ferezeus, os heveus e os jebuseus. Sobe para uma terra que mana leite e mel; eu não subirei no meio de ti, porque és povo de dura cerviz, para que te não consuma eu no caminho.” Êxodo 33:1-3

Aqui entendemos um pouco do porquê da insegurança de Moisés. Deus havia prometido entregar a terra ao povo, concedendo vitória diante dos inimigos, mas havia dito que não iria com eles devido à rebeldia do povo. Moisés temeu muito por isso e recusou-se a subir à terra sem a presença do Senhor. Ele ficou inseguro pois sabia que, mesmo a benção tão desejada, se não estivesse acompanhada da Presença, não seria proveitosa. A Presença sempre é muito mais valiosa que qualquer benção que Ele possa nos conceder. Então vemos, nos versículos mais à frente (Ex 33:12-15), por que motivo Moisés queria ter tanta certeza de que havia achado graça aos olhos do Senhor e que Ele iria com Moisés e o povo.

Infelizmente, todos nós conhecemos algumas situações em que a benção chegou e, depois disso, aquele que pediu tanto abandonou a Presença. Não adianta unicamente ouvirmos a voz de Deus, Seus comandos e receber as Suas bençãos… Se você não se alimentar desta Presença, está com sérios problemas pois não há conquista que seja mais valiosa do que o desenvolvimento de nosso relacionamento íntimo com nosso Pai. Nada se compara! É isto que é inegociável em nossa vida!

Em Deuteronômio capítulo 6 vemos que a “terra que mana leite e mel” era uma terra com a total infraestrutura (da época). Eram cidades “prontas” com vinhas, casas e tudo o que precisavam. Deus disse que daria ao povo, mas que Ele não os acompanharia. Moisés sabia o valor da Presença e clamou para que Deus os acompanhasse. Nada se compara à Presença! Se não tivermos este entendimento, até mesmo aquilo que era para ser benção pode vir a se tornar em maldição. Se a benção se torna mais importante que o Abençoador, é sinal de que o coração precisa de ajustes.

Felizmente, diante do clamor de Moisés, Deus anuncia: “A minha presença irá contigo, e eu te darei descanso.” (Ex 33:14). Veja como é possível que Deus mude a direção diante do clamor daquele que tem prazer em Sua presença. Abraão, prestes a fazer o sacrifício de Isaque, também viu Deus mudando a direção diante de seu coração rendido em fé. Deus pode mudar direções – Ele é Deus! O que Ele jamais mudará são os Seus Princípios e a Sua Palavra – são inegociáveis! Então, no versículo 15 (Ex 33), vemos novamente Moisés questionando Deus se realmente Ele iria junto com o povo, necessitando reafirmações por parte de Deus.

Imaturidade? Falta de compreensão? Insegurança? Do que você precisa para avançar? Qual a sua incerteza? Há dúvida quanto ao amor do Pai em sua direção? Há dúvida quanto ao seu comissionamento? Há alguma dúvida sobre o desejo de Deus de curar suas dores e enfermidades e lhe conceder a herança conquistada por Jesus na cruz? Ainda há dúvida? Questione-se sobre seus questionamentos, verificando o que a Palavra diz a este respeito e revise tudo o que o Senhor já te revelou no secreto sobre as especificidades do projeto dEle em sua vida.

Então, pela fé, aja em obediência, sem jamais negociar o que é mais importante: a Sua Presença. 

Deus abençoe a sua vida!

Ap. Alexandre Paz

Assista ao culto completo pelo Youtube: