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O CAMINHO DA HUMILDADE PARA A CURA

Baseado no culto do dia 30/06/24

Texto para leitura: 2 Reis 5:1-14

Naamã era um importante homem. Tinha popularidade, havia conquistado uma posição de honra, era um vencedor, tendo chegado ao cargo de chefe do exército da Síria com muitas vitórias. Embora tendo alcançado grande respeito de todos, a partir do seu poder militar, estava diante de um problema que comprometia toda a sua conquista: estava leproso. A lepra não era uma doença qualquer e, na Bíblia, vemos um tratamento especial a essa enfermidade. Jesus, ao delegar autoridade e dar direção aos Seus discípulos, é claro: Vocês vão curar os enfermos, expulsar demônios, ressuscitar os mortos e limpar os leprosos” (Mateus 10:8). Pode parecer repetitivo, nessa sequência de incumbências, Jesus referir que curassem enfermos e limpassem leprosos. Mas tem um porquê. Biblicamente, falam de coisas distintas. Essa lepra mencionada é a tradução do termo “tsara’ath”, indicando uma representação do pecado que havia na vida da pessoa. 

Na lei de Moisés, havia regras sobre quem tinha “tsara’ath”, que poderia ser identificada na pele, na cama ou na casa da pessoa. Para situações como essa, as leis cerimoniais traziam alternativas sobre como proceder diante de alguém assim, já que não havia cura. Representando um pecado, pode-se dizer que a lepra afeta a pessoa que decide entrar por um caminho de afastamento de Deus, seguido de erros. 

No caso de Naamã, ele recebeu uma indicação de uma uma jovem israelita, trazida como escrava e que servia em sua casa. Ao ver seu estado, comentou: “Se o meu senhor estivesse em Israel, lá ele encontraria um profeta que o curaria.” Naamã decidiu buscar esse profeta. Falou com o rei da Síria, seu chefe, que o encaminhou para que falasse com o rei de Israel. Porém, ao chegar lá, o rei de Israel disse: “Não tenho poder para fazer isso.”

Eliseu, o profeta, ao saber do ocorrido, tomou a causa para si. Então, Naamã foi até ele e Eliseu mandou um mensageiro dizendo que deveria se lavar sete vezes no Jordão. Naamã se indignou, pois esperava que Eliseu mostrasse reverência ao ser procurado pelo comandante. Esperava que se apresentasse pessoalmente a ele, invocasse o nome do Senhor, movesse a mão sobre a lepra e o restaurasse. Por se sentir desrespeitado e diante de um comando que lhe parecia sem coerência, negou-se a banhar-se conforme orientado. Porém, seus oficiais o questionaram: “Se ele tivesse lhe pedido algo difícil, você não faria? Quanto mais, ao apenas dizer: Lava-te e ficarás limpo.” Então, Naamã desceu e mergulhou no Jordão sete vezes, conforme a palavra do homem de Deus, e sua carne se tornou como a de uma criança e ficou limpo.

Naamã se sentiu afrontado e menosprezado quando recebeu apenas um recado. Em sua mente, o profeta deveria ter saído ao seu encontro e proferido uma oração mágica que o curaria. Naamã relutou em obedecer a uma instrução simples.

Percebe-se que o problema de Naamã não era apenas a lepra em sua pele, mas também o orgulho em seu coração. Muitas vezes, a lepra exterior é um reflexo de uma disfunção interior, como o orgulho. Naamã teve dificuldade em obedecer a uma instrução simples devido ao seu orgulho. Seus oficiais, no entanto, o incentivaram a cumprir a ordem e, porque decidiu seguir a orientação do profeta, alcançou a cura. 

Hoje, vivemos em uma sociedade leprosa, onde o orgulho é uma doença comum. A fé e a obediência são fundamentais em nossa caminhada com Deus, mesmo quando a instrução não faz sentido. Certa vez, durante uma cruzada de milagres com Randy Clark, ele pediu que todos com problemas no quadril batessem três vezes no quadril e testassem. Muitos foram curados na hora. A base bíblica para isso é a obediência à voz profética, não um suposto “comando mágico”. A simplicidade de um comando pode ser rejeitada pela complexidade da mente humana.

O orgulho pode entrar no coração, levando à queda. Muitos líderes caem por causa do orgulho, como foi o caso de Lúcifer que, mesmo no céu, permitiu que seu coração fosse tomado por esse sentimento. Por isso, ele foi destituído de sua posição e um terço dos anjos caíram com ele. 

No caso de Naamã, sua posição, poder e sucesso o fizeram desprezar a simples instrução do profeta. Se fosse um soldado raso recebendo a mesma ordem, ele a teria seguido sem questionar. Mas, por ser um homem importante, Naamã desprezou um comando simples, mostrando como o orgulho pode cegar e impedir a obediência a Deus.

Será que o desejo de ser louvado que Lúcifer tinha não é o mesmo desejo que ainda existe no coração do homem hoje? O quanto o desejo de ser adulado está escondido em desobediências, rebeldias e afastamentos?

Há integrantes de igrejas que, de fato, não querem ser discipulados, mas bajulados. Querem ter um líder que corra atrás deles, mesmo não querendo se comprometer com nada no Reino de Deus e no ministério. Fogem do discipulado porque sabem que o discipulado corrige, instrui e confronta. No fundo, são vidas carentes que desejam o máximo de atenção, mas não têm a intenção de se entregar ao Evangelho, que pressupõe a cruz. Desprezam e fogem, ao perceberem que o líder não atendeu às suas expectativas, assim como foi com Naamã, que só não perdeu a benção porque ouvio o conselho dos que estavam com ele.

Jesus nunca simulou um “evangelho de facilidades”. Ele foi muito claro: Aquele que quiser vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me” (Mateus 16:24). Nós não vemos Jesus seguindo ninguém; pelo contrário, nós somos seguidores de Cristo. Então, se você espera que os homens fiquem te adulando, te bajulando, repense seus objetivos e expectativas, pois você vive um engano. Se você deseja ser discipulado, apresente-se, negue-se, tome sua cruz e siga a Cristo e o líder que Deus colocou em sua vida para te ministrar.

O orgulho nasce dessas pequenas posturas. Quantas pessoas se desviaram porque não foram reconhecidas? Alguém pode dizer que todos precisam ser reconhecidos, e é verdade, dentro de um código de honra. Porém, não seja um mendigo de honra. 

Se você realmente é discípulo de Cristo, não espere bajulação. Pegue sua cruz e venha junto com o rebanho. Caminhe no passo daquilo que Deus está revelando no ministério onde você foi plantado. Se você deseja prosperar no ministério, a Bíblia diz: “Os que estão plantados na casa do Senhor florescerão nos átrios do nosso Deus” (Salmo 92:13).Você precisa estar plantado na casa do Senhor e aceitar o processo de amadurecimento, crescimento e frutificação. 

As normas culturais da época de Naamã reforçavam a idolatria do general, do homem de guerra, do comandante, da autoridade. Hoje, no meio da igreja, podemos adentrar numa cultura de orgulho com posições. “Agora que sou líder, não é assim que se fala comigo.” É verdade que existe um protocolo de acesso, claro; não se deve desonrar ou desrespeitar. Porém, o orgulho não faz bem para o evangelho e nem para a sua vida.

Entre num cenário de humildade; é isso que traz a graça de Deus sobre você. “Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes” (Tiago 4:6). Nossa sociedade moderna promove o orgulho e a autoexaltação. As redes sociais são o maior exemplo disto na atualidade. Entramos nessa cultura que busca mostrar apenas o nosso lado magnífico para alcançar admiração.

Essa cultura desperta, além do orgulho, a vaidade. É a necessidade de aparentar algo, ainda que seja irreal. Que Jesus cure nossas vidas. Um dos sintomas de uma pessoa orgulhosa é o desprezo pelas coisas simples. O Apóstolo Renê uma vez disse: “Prosperar é fácil, o problema é manter a simplicidade.” Muitos prosperam, mas continuar com um coração humilde significa não desprezar as coisas simples.

“Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo oportuno, vos exalte” (1 Pedro 5:6). 

Quando temos este coração, a honra vem do próprio Deus. Não a promova em seu interior e não espere que ela venha de outros.

Aprendemos com Naamã que não devemos desprezar os comandos simples de Deus, por mais ilógicos que possam parecer. Situações assim vêm para confrontar a nossa fé. Deus coloca soluções simples ao nosso redor o tempo todo para provar nosso coração. O que realmente move e nos conduz ao milagre é a obediência (compreender o comando e proceder). O que o Jordão fez na vida de Naamã? Nada. O que gerou resultado nele foi a sua obediência, indo até o Jordão e dando os sete mergulhos. Essa ação por fé foi o que gerou o resultado.

A cura de Naamã aconteceu não somente no físico; primeiro, Deus teve que tratar o interior dele. Jesus também ensina uma lição tremenda de humildade quando decide lavar os pés dos seus discípulos e diz: “Vocês entenderam o que eu fiz aqui? Vocês vão ter que fazer assim uns com os outros” (João 13:14-15).

O caminho natural da nossa carne é perder a humildade, mas Deus sempre colocará situações em que teremos que lavar os pés dos nossos irmãos, dizendo: “Eu continuo reconhecendo e servindo o meu irmão.” Deus usará esse tipo de situação para curar o orgulho em nossas vidas.

“Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes” (Tiago 4:6). 

Uma pessoa cheia de orgulho não consegue mais obedecer a Deus; faz o que quer e não o que Deus manda. Quando uma pessoa é tomada pelo orgulho, ela não quer mais servir a ninguém, nem a Deus, nem a igreja, nem as pessoas. Ela serve somente a si mesma, e isso é um sinal claro de orgulho. Não fomos chamados para fazer o que gostamos. No início de caminhada, somos “pau para toda obra”, mas quando já temos uma posição, achamos que certas coisas não são mais para nós. O verdadeiro discípulo de Jesus não faz o que gosta, faz o que Deus manda. Não tem como ser discípulo sem negar a si mesmo e renunciar à própria vontade. Como Paulo disse: “Já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim” (Gálatas 2:20). O caminho bíblico é outro: “Agrada-te do Senhor teu Deus, e ele satisfará os desejos do teu coração.” Salmos 37:4.

Não há problema algum em desejar algo legítimo; o problema está em: “a quem está agradando, o próprio coração ou a vontade de Deus?” O Senhor não reparte a Sua glória com ninguém, e a Sua missão não é negociável – Ele não abrirá mão da Sua vontade pela sua. Devemos abrir mão da nossa vontade pela dEle. Isso nos mantém em posição de humildade, vulnerabilidade e sujeição.

Para curar o orgulho em nossas vidas, a primeira coisa a fazer é reconhecer e confessar. Se identificarmos o orgulho e a vaidade em nós, precisamos confessar ao Senhor, pois “se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 João 1:9).

Outra questão para a cura é voltar a orar. Muitos deixam de orar porque confiam mais em si mesmos do que em Deus. Se confiamos que Deus fará algo, que nos ouvirá e responderá nossas orações, então começamos a orar e buscar o Senhor. A oração nos ajuda a manter a humildade.

Deus trabalha para manter a humildade em sua vida. Continue servindo o corpo de Cristo na terra, continue lavando os pés. Um coração grato também ajuda a vencer o orgulho, que é uma tentação constante em nossas vidas. A Bíblia diz: “Em tudo dai graças” (1 Tessalonicenses 5:18). Dê graças nas coisas boas e também nas ruins, e você verá que Deus vai te moldando. Ouça seus líderes, ouça o Espírito Santo, a Palavra de Deus, ouça o Senhor falar contigo. Aquilo que Ele te falar, obedeça, por mais simples que pareça. Procure ser preciso, inclusive nas pequenas coisas.

Também precisamos aprender a receber ajuda dos nossos irmãos. Quantas vezes vi pessoas em grande necessidade e ofereci ajuda, mas elas recusaram por orgulho. É importante aprender a semear, mas também a receber a colheita das nossas sementes. O orgulhoso não sabe receber dos irmãos, não aceita conselho, oferta ou ajuda. Ele quer fazer tudo sozinho para depois dizer “Eu fiz, eu me basto”. Se você está passando por isso, permita que alguém te ajude. Deus pode usar alguém para te abençoar.

Sobretudo, quando somos orgulhosos, paramos de confiar em Deus. Confiamos no mercado, no nosso braço, no governo, na situação, no emprego, no diploma, mas não em Deus. O homem tem uma tentação de colocar qualquer coisa como idolatria no lugar de Deus. Ele não tem problema em nos dar coisas, mas deseja que dependamos dEle. Ele é galardoador daqueles que O buscam (Hebreus 11:6). Precisamos ter fé, porque sem fé é impossível agradar a Deus. Muitas pessoas não podem receber mais do Senhor porque não estão preparadas para a abundância. Se Deus hoje abrisse as comportas do céu na direção dessas pessoas, elas se perderiam. O coração desajustado faz a pessoa ser resistida pelo Senhor. Deus quer nos trazer de volta para Ele.

Vamos dar um passo de fé para corrigir nossos corações, um passo de humildade para que o Senhor opere em nós e nos livre de todos esses caminhos enganosos. 

Deus abençoe a sua vida.

Alexandre Paz

Assista ao culto completo pelo link abaixo: