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Eleve Seus Olhos Para o Céu

(Palavra ministrada no culto de 23/10, Ap. Alexandre Paz)

Conta-se a seguinte história de uma tribo indígena americana:
O menino, ao completar a idade de 13 anos, deveria ser desafiado em um rito de passagem. O pai o levava para o meio de uma floresta desconhecida por ele, onde deveria passar a noite de olhos vendados e sozinho, enfrentando a mata escura e, com ela, seus medos e inseguranças. Ao amanhecer, ele sairia dali e não poderia contar a ninguém sobre a noite, pois era necessário que cada menino, neste ponto do crescimento, vivesse a sua própria experiência rumo à maturidade pessoal. Na noite, ouvia atentamente o barulho das folhas, o sussurro dos animais e talvez muitas outras coisas fruto de sua imaginação, mas era convidado a enfrentar. Ao amanhecer, à percepção dos primeiros raios de sol, era-lhe autorizado que retirasse a venda dos olhos e, para a sua surpresa, deparava-se com o seu pai que, silenciosamente, havia permanecido junto dele, observando e cuidando, a noite toda, disposto a defendê-lo de toda ameaça.

O medo é uma arma poderosa que o diabo usa para nos paralisar. A ameaça faz com que tiremos os olhos de onde deveriam permanecer para que a dispersão venha nos tirar o foco. Tiramos os olhos do Senhor e nos atentamos a “barulhos da floresta” que geram em nós uma sensação de ameaça e risco eminente, sem mais estarmos cientes de que nosso Pai amoroso segue cuidando, soberano, de nossas vidas.

“Quanto aos que de vós ficarem, eu lhes meterei no coração tal ansiedade, nas terras dos seus inimigos, que o ruído de uma folha movida os perseguirá; fugirão como quem foge da espada; e cairão sem ninguém os perseguir.”

Levítico 26:36

Observe a expressão “ansiedade” associada ao pavor diante do “ruído de uma folha”, fazendo-os cair uns sobre os outros. É o que o diabo deseja colocar em nossos corações, gerando pavor diante de ameaças que podem não ser reais. Ele é perito em gerar ruídos ao nosso redor com o objetivo primeiro de dispersar nossa atenção do Pai.

Hoje, diante de tantos movimentos que naturalmente geram ansiedade em nossos corações, onde deve estar o nosso olhar? A ansiedade, por definição, remete a incertezas quanto ao futuro e podem variar de uma breve sensação a um estado patológico crônico. Quanto maiores os ruídos ao nosso derredor, maior precisará ser o nosso foco nos olhos do Senhor.

Estêvão, depois de seu discurso, foi apedrejado até a morte pelos religiosos.

Qual seria o estado emocional de alguém que passa tal situação?

“Mas Estêvão, cheio do Espírito Santo, fitou os olhos no céu e viu a glória de Deus e Jesus, que estava à sua direita, e disse: Eis que vejo os céus abertos e o Filho do Homem, em pé à destra de Deus. Eles, porém, clamando em alta voz, taparam os ouvidos e, unânimes, arremeteram contra ele. E, lançando-o fora da cidade, o apedrejaram. As testemunhas deixaram suas vestes aos pés de um jovem chamado Saulo. E apedrejavam Estêvão, que invocava e dizia: Senhor Jesus, recebe o meu espírito! Então, ajoelhando-se, clamou em alta voz: Senhor, não lhes imputes este pecado! Com estas palavras, adormeceu.”

Atos 7:55-60

Ele conhecia a lei e sabia do risco que corria ao discursar anunciando sua fé em Jesus. O próprio apóstolo Paulo (antes de se converter) participou deste momento. Naquela situação, como vemos, Estêvão estava cheio do Espírito Santo e seus olhos estavam fitos no céu. Foi desta forma que ele conseguiu vencer aquele momento.

“Elevo os olhos para os montes: de onde me virá o socorro? O meu socorro vem do Senhor, que fez o céu e a terra. Ele não permitirá que os teus pés vacilem; não dormitará aquele que te guarda.”

Salmos 121:1-3

Olhe para o céu como Estêvão, na expectativa de vê-Lo. Não olhe para as circunstâncias e não coloque expectativas em homens, que pouco podem fazer, mas coloque suas expectativas Naquele que governa sobre tudo e sobre todos. Quando nossos olhos tocam os céus, anunciamos que cremos que o socorro que vem de lá é maior do que qualquer ajuda que a terra possa oferecer.

Observe as palavras do apóstolo Paulo, reconhecendo a soberania de Deus e a missão do Filho como Noivo sobre a Igreja. Saiba que ninguém tocará na Noiva do Senhor sem que Ele permita. Nem um fio de cabelo cairá de nossas cabeças sem o consentimento dEle.

“Por isso, também eu, tendo ouvido a fé que há entre vós no Senhor Jesus e o amor para com todos os santos, não cesso de dar graças por vós, fazendo menção de vós nas minhas orações, para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos conceda espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele, iluminados os olhos do vosso coração, para saberdes qual é a esperança do seu chamamento, qual a riqueza da glória da sua herança nos santos e qual a suprema grandeza do seu poder para com os que cremos, segundo a eficácia da força do seu poder; o qual exerceu ele em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos e fazendo-o sentar à sua direita nos lugares celestiais,”

Efésios 1:15-20

Foi essa cena, descrita por Paulo, que Estêvão viu antes de morrer: Cristo assentado à destra do Pai. Foi esta a visão que deu a ele a força necessária para vencer aquele momento, deixando esta vida sem medo, pois logo estaria com o Pai. E Paulo continua:

“acima de todo principado, e potestade, e poder, e domínio, e de todo nome que se possa referir não só no presente século, mas também no vindouro. E pôs todas as coisas debaixo dos pés e, para ser o cabeça sobre todas as coisas, o deu à igreja, a qual é o seu corpo, a plenitude daquele que a tudo enche em todas as coisas.”

Efésios 1:21-23

Não deixe os ruídos das folhas tirarem seus olhos do lugar certo. Ele tem para a Sua Noiva a plenitude do Seu Espírito, sabedoria e revelação, mas nossos olhos precisam estar nEle.

“Eu é que sei que pensamentos tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o fim que desejais. Então, me invocareis, passareis a orar a mim, e eu vos ouvirei. Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração.”

Jeremias 29:11-13

Ele é o soberano sobre a sua vida. Seus ouvidos estão atentos à sua oração. Volte-se para Ele ao invés de dar atenção à tanta dispersão que só nos faz aumentar ainda mais a ansiedade e os medos.

“Porei sobre o seu ombro a chave da casa de Davi; ele abrirá, e ninguém fechará, fechará, e ninguém abrirá.” Isaías 22:22

Assim, a porta que Deus abre, ninguém pode fechar, e a porta que Deus fecha, ninguém pode abrir. Jesus começou a manifestar a glória do Pai no casamento de Caná (seu primeiro milagre) e essa glória continua sendo manifesta hoje através da Igreja de Cristo. Vamos ver o que aconteceu no momento da multiplicação dos pães e peixes, num relato que vemos nos quatro Evangelhos:

“E, tomando os cinco pães e os dois peixes, erguendo os olhos para o céu, os abençoou, partiu e deu aos discípulos para que os distribuíssem entre o povo.” Lucas 9:16

Jesus, mesmo sendo o próprio Filho de Deus, nunca fez nada sozinho. Quando esteve diante de uma situação de manifestação da glória de Deus, olhou para cima, de onde lhe vinha todo o poder. O mesmo vemos quando Jesus cura o homem surdo e gago:

“Então, lhe trouxeram um surdo e gago e lhe suplicaram que impusesse as mãos sobre ele. Jesus, tirando-o da multidão, à parte, pôs-lhe os dedos nos ouvidos e lhe tocou a língua com saliva; depois, erguendo os olhos ao céu, suspirou e disse: ‘Efatá!’, que quer dizer: ‘Abre-te’! Abriram-se-lhe os ouvidos, e logo se lhe soltou o empecilho da língua, e falava desembaraçadamente.”

Marcos 7:32-35

Jesus tinha plena consciência de sua dependência ao sobrenatural do Pai. Olhe a atitude de Jesus no momento de ressuscitar Lázaro (versículo 41): “Respondeu-lhe Jesus: Não te disse eu que, se creres, verás a glória de Deus? Tiraram, então, a pedra. E Jesus, levantando os olhos para o céu, disse: Pai, graças te dou porque me ouviste. Aliás, eu sabia que sempre me ouves, mas assim falei por causa da multidão presente, para que creiam que tu me enviaste. E, tendo dito isto, clamou em alta voz: Lázaro, vem para fora! Saiu aquele que estivera morto, tendo os pés e as mãos ligados com ataduras e o rosto envolto num lenço. Então, lhes ordenou Jesus: Desatai-o e deixai-o ir.” João 11:40-44

O olhar de Jesus aos céus anuncia: “se os céus não estiverem comigo, nada acontecerá”. Isso serve, obviamente, para todos nós, a Sua Igreja. Não temos força no nosso braço, nem mesmo nas estratégias espirituais, mas nossa dependência total está no sobrenatural do céu, no “sim e amém” do Pai. Jesus ainda anuncia ao Pai (e o apóstolo João registra no Evangelho): “Pai, graças te dou porque me ouviste. Aliás, eu sabia que sempre me ouves, mas assim falei por causa da multidão presente, para que creiam que tu me enviaste”. Jesus procedia desta forma pois sabia que hoje teríamos acesso àquilo que Ele desejava ensinar naquela situação e, como modelo à Sua Igreja, registrou o quanto aquela foi mais uma ação conjunta onde o Pai (escuta soberana), o Filho (comando) e o Espírito Santo (poder manifesto) agiam em total sincronia.

Coloque seus olhos no Senhor neste momento e a ansiedade que foi depositada em seu coração não vai mais te afligir, pois sua fé será desatada a um nível sobrenatural. Ele removerá a venda de seus olhos e você verá surgir o Sol da Justiça. Assim como Estêvão, creia não na situação, mas no Senhor de todas as coisas.

É dEle que virá a nossa resposta, não do ruído de folhas ao nosso redor. A sua insatisfação interior tem poder tanto para te encaminhar para o desespero, quanto para um lugar de esperança. Decida caminhar em direção à esperança, olhando para Jesus – Cristo em nós, a esperança da Glória.

Deus abençoe a sua vida.
Ap. Alexandre Paz

Assista ao culto completo no Youtube: