Baseada no culto de 13/10/24
Aprendemos que a vida e as conquistas não acontecem de uma só vez. É como entrar em um trem rumo a um destino. Sabemos que estamos nesse caminho com Deus e que o propósito é chegar ao destino que Ele preparou. Mas o Senhor quer que aproveitemos a jornada, que observemos o que está ao nosso redor, as paisagens e cidades que esse trem atravessa. Porque Deus é intencional em cada fase do processo. Mas afinal, Ele está com olhos no resultado (destino) ou valoriza mais os processos (jornada)?
Sabemos o quanto Deus valoriza processos e que, a santificação é um processo a ser perseguido por todo o que se converte a Jesus, conforme lemos em Hebreus 12:1: “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor”. O Apóstolo Pedro, referindo Levítico 11:44, lembra: “Sede santos, porque eu sou santo“. Mesmo após a Cruz, essa é a ordem de Deus para nós – sermos santos, à imagem de um Deus santo. Essa é a expectativa e o desejo d’Ele para a nossa vida aqui, para que alcancemos a maturidade.
O processo de santificação envolve cura e libertação, o que não se restringe a um momento em que alguém ora e impõe mãos sobre nós. Vivemos esse processo como igreja, não isoladamente, mas isso pressupõe uma consciência e responsabilidades individuais. É neste contexto que compreendemos Lucas 9:23-24: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me”. Esse é o chamado diário de Jesus: que neguemos a nós mesmos, carregando a cruz que ainda nos cabe. Processo de cura e de libertação passam por este entendimento.
A verdade é que buscamos muito por resultados, e veremos o quanto Deus os deseja, mas precisamos compreender que eles virão a partir de mudanças interiores. Mudanças que iniciam pela consciência e arrependimento – decisão de mudar. Então, após isto, vermos mudanças de comportamento em nós que nos conduzirão a novos e a melhores resultados. Ou seja, para resultados diferentes, preciso estar sujeito a transformações interiores pois tudo começa pelo coração.
O processo de libertação e a cura interior estão inseridos dentro do processo maior de santificação. E o alvo desse processo, da parte de Deus, é o coração do homem. A Palavra de Deus diz em Provérbios 4:23: “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o coração, porque dele procedem as fontes da vida”. Esse sempre é o foco de Deus.
“Bendito o homem que confia no Senhor, e cuja confiança é o Senhor. Porque ele será como a árvore plantada junto às águas, que estende as suas raízes para o ribeiro, e não receia quando vem o calor, mas a sua folha fica verde; e no ano de sequidão não se afadiga, nem deixa de dar fruto. Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá? Eu, o Senhor, esquadrinho o coração, eu provo os pensamentos; e isto para dar a cada um segundo os seus caminhos e segundo o fruto das suas ações”. Jeremias 17:7-10
O Senhor sonda o coração e examina a mente para recompensar cada um de acordo com suas obras e motivações. Portanto, precisamos estar atentos ao que carregamos em nosso coração. Em 1 Coríntios 13:1, a Palavra fala sobre o amor, o verdadeiro motor das nossas ações. “Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine”. O texto segue dizendo que, sem amor, nada do que fazemos tem valor diante de Deus. Mesmo que tenhamos fé, conhecimento, dons e até façamos sacrifícios, se não houver amor, nada disso nos aproveita. O Senhor conhece as motivações mais profundas, aquelas que às vezes estão ocultas até de nós mesmos.
Então, o que conta para o Senhor? O processo ou o resultado? O Senhor busca o fruto – e é isso que Ele recompensará. Na Parábola dos Talentos, vemos que servos receberam diferentes quantidades de talentos (cinco, dois e um), e eles foram avaliados de acordo com o investimento que fizeram, com a dedicação de coração e vida que cada um empregou. Os que multiplicaram o que receberam foram aprovados, enquanto o que enterrou seu talento foi repreendido. Ou seja, o resultado importa para Deus.
Vemos também na multiplicação dos pães e dos peixes, que Deus valoriza os frutos. De cinco pães e dois peixes, Ele alimentou uma multidão e ainda sobraram doze cestos cheios. A Bíblia registra que, na pesca maravilhosa, foram pescados 153 grandes peixes. O Senhor não deixa de mostrar a importância do resultado.
Hoje vivemos numa sociedade que preza pelos resultados. Somos constantemente lembrados de que “você é aquilo que os seus resultados mostram”. Nas redes sociais, vemos exibições de resultados – de quem é feliz, de quem tem uma vida bem-sucedida, de quem tem viagens e realizações para mostrar. Mas serão esses os resultados que o Senhor busca em nós?
Todos nós buscamos resultados em diversas áreas das nossas vidas. Queremos passar no vestibular, por isso fazemos cursinho. Se contratamos alguém para a nossa empresa, esperamos que ele nos traga resultados. Vamos ao médico esperando diagnóstico e tratamento, e ao entrar numa dieta ou academia, queremos ver o resultado refletido no espelho. Essa busca por resultado está presente em tudo o que fazemos e é legítima. Mas que tipo de resultado importa para Deus? Será que Ele está preocupado com os mesmos resultados que o mundo valoriza?
Leia atentamente a parábola que Jesus conta em Lucas 13:6-9. Ele consta sobre uma figueira plantada em uma vinha que, por três anos, não produziu frutos. O dono da vinha queria cortá-la, mas o jardineiro pediu mais um ano, prometendo cuidar da planta, cavar ao redor e adubá-la, para que ela desse frutos. Sim, Deus busca frutos em nossas vidas. Não são frutos externos, visíveis aos olhos do mundo, mas frutos que refletem o nosso crescimento espiritual e a transformação do nosso coração (o próprio processo de santificação). Jesus, o mediador, intercede por nós, dizendo: “Dá-me mais um tempo, vou cuidar (curar, libertar), vou tratar essa vida para que gere o fruto que o Senhor procura.”
Em João 15, Jesus afirma: “Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que, estando em mim, não der fruto, ele o corta; e todo o que dá fruto, limpa, para que produza mais fruto ainda.” Ele deixa claro que a expectativa do Pai é que demos frutos – e não é qualquer fruto, mas fruto que glorifique a Deus. Jesus diz: “Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto.”
Deus deseja que cada um de nós dê frutos espirituais abundantes. No entanto, o tipo de fruto que Ele espera não é aquele que o mundo valoriza, como status, conquistas materiais ou reconhecimento. Em Marcos 8:36, a Palavra nos adverte: “Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?” Os frutos que importam para Deus são os resultados que brotam na nossa alma: frutos de fé, de amor, de obediência, de transformação interior. São esses que glorificam o Pai.
Talvez você esteja aqui buscando respostas, desejando um avanço em sua carreira, uma vitória financeira, a restauração de um relacionamento, ou até mesmo uma cura física. Esses são resultados válidos, e Deus conhece os desejos do seu coração. Mas Ele também nos ensina que, acima dessas conquistas, o que Ele quer ver é o fruto do nosso relacionamento com Ele, fruto de um coração que passa pelo processo de transformação diária.
Sim, nosso Deus é Deus de processos, mas também é Deus de resultados. Ele cuida de nós e trabalha em nossas vidas, para que, ao longo do processo, sejamos transformados e possamos dar frutos que realmente tenham valor eterno. O Senhor deseja um fruto que venha de um coração rendido, de uma vida que confia e depende d’Ele.
Deus é um Deus Provedor. Ele conhece cada uma de nossas necessidades e, se o que você está buscando é legítimo, Ele tem prazer em te abençoar! No entanto, mais importante do que alcançar esse objetivo ou ver esse sonho realizado, é o que acontece em nossa alma enquanto caminhamos nesse processo.
Não é sobre o que eu faço ou conquisto, mas sobre quem eu me torno enquanto faço e conquisto.
Se a minha meta é um sucesso profissional, e meu foco estiver apenas em alcançar essa posição, então estou perdendo de vista o que realmente importa. Esse resultado eu não levo para a eternidade. Mas o que a minha alma produz durante a jornada é eterno! Esse é o processo de santificação que Deus espera ver em nós.
Para nos transformar, Deus planeja cenários. Ele nos coloca em situações em que somos esticados, onde nossa fé é testada e somos moldados para nos parecer mais com Jesus. Esses cenários, bons ou ruins aos nossos olhos – uma promoção, um relacionamento, uma vitória ou uma derrota – são oportunidades para nossa santificação. Então, cada desafio, cada elogio, cada obstáculo, tudo isso são cenários planejados cuidadosamente por Deus para trabalha nosso caráter.
Provérbios 4:18 diz: “A vereda do justo é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” Estamos em constante aperfeiçoamento. Deus nos leva de glória em glória, de um estágio de maturidade a outro, até que sejamos completos n’Ele.
Um exemplo disto está na cura dos dez leprosos em Lucas 17. Ao clamarem por cura, Jesus não fez uma oração, mas simplesmente disse: “Ide e mostrai-vos aos sacerdotes.” E, enquanto obedeciam e caminhavam, foram curados. “Indo eles, ficaram limpos.” Essa cura sobrenatural foi o resultado direto da obediência. Mas Deus não apenas queria curá-los fisicamente; Ele queria ver a transformação na caminhada deles, na fé em ação enquanto obedeciam. Desses dez, apenas um leproso voltou para agradecer, prostrando-se aos pés de Jesus. Esse homem não apenas foi curado fisicamente, mas recebeu algo ainda mais profundo: a salvação. Jesus lhe disse: “A tua fé te salvou.” A cura física é temporária, mas a salvação é eterna. Isso nos ensina que o maior valor para Deus não está nos resultados visíveis ou materiais que tanto desejamos, mas no crescimento e na transformação da nossa alma no processo, pois a alma é eterna.
Deus coloca pessoas e circunstâncias ao nosso redor como parte desse processo de santificação. No casamento, por exemplo, seu cônjuge é um cenário onde Deus trabalha o amor, o perdão, a paciência, assim como você também é usado para moldar a vida de seu cônjuge. Nas dificuldades financeiras, Ele nos ensina a depender da fidelidade d’Ele; nas vitórias, Ele trabalha em nosso coração para que o orgulho e a autossuficiência não tomem o lugar que pertence ao Senhor.
Pergunte a si mesmo: como tenho feito a gestão das situações que Deus colocou diante de mim? Que o Espírito Santo nos ajude a perceber o propósito de cada cenário e a buscar o resultado que glorifica a Deus – o fruto da nossa alma sendo transformada dia após dia. Hoje, que possamos abraçar o processo que Deus tem nos proposto. Que possamos entender que Ele é um Deus que vê o fim desde o começo, mas escolhe caminhar conosco, ensinando, moldando e transformando nosso caráter em cada etapa. O resultado que Ele busca é a nossa resposta ao processo. Vamos nos render a Ele, sabendo que, enquanto obedecemos, somos transformados, e a glória d’Ele brilhará cada vez mais em nossas vidas.
Deus abençoe a sua vida!
Mônica Hickmann Paz
Assista ao culto completo pelo link abaixo: