Texto baseado no culto do dia 16/03/2025
“O Senhor disse: Visto que este povo se aproxima de mim e com a sua boca e com os seus lábios me honra, mas o seu coração está longe de mim, e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens, que maquinalmente aprendeu, continuarei a fazer obra maravilhosa no meio deste povo; sim, obra maravilhosa e um portento; de maneira que a sabedoria dos seus sábios perecerá, e a prudência dos seus prudentes se esconderá.” Isaías 29:13-14
Quem não deseja experimentar um verdadeiro avivamento? Essa pergunta confronta uma realidade comum: é possível viver dentro da rotina cristã — cultos, ministérios, células — e ainda assim estar espiritualmente distante. A religiosidade se disfarça bem: ela frequenta os cultos, canta os louvores, conhece os versículos. Mas, por dentro, o coração está longe de Deus.
O profeta Isaías, séculos antes de Cristo, denunciou esse tipo de espiritualidade mecânica: “Este povo se aproxima de mim com a sua boca e com os seus lábios me honra, mas o seu coração está longe de mim…” (Isaías 29:13).
Mais tarde, Jesus cita esse mesmo texto ao confrontar os fariseus: “Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. E em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens.” (Mateus 15:8-9).
A religiosidade é como uma ferida coberta por uma crosta grossa: parece cicatrizada, mas por dentro está infeccionada. O verdadeiro avivamento, ao contrário, remove essa crosta e faz o sangue voltar a correr — simbolicamente, a vida do Espírito volta a fluir.
Jesus nos alerta em João 5:39-40 que não adianta conhecer a Palavra se não formos até Ele: “Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim. Contudo, não quereis vir a mim para terdes vida.” Esta é uma verdade chocante: é possível saber muito sobre Deus e ainda não conhecê-Lo.
A religiosidade também foca nas aparências. Em Mateus 23:25-28, Jesus denuncia os fariseus como “sepulcros caiados” — belos por fora, mas cheios de morte por dentro. Isso continua sendo uma armadilha atual: manter a rotina cristã enquanto o coração está frio, ferido ou indiferente.
É por isso que o avivamento genuíno não começa no púlpito nem nos eventos. Ele começa no secreto, no particular. Randy Clark disse certa vez: “Quer viver um avivamento? Vá para o seu quarto, desenhe um círculo no chão, entre dentro dele e ore até que o avivamento comece ali.” Avivamento não começa com o culto fervoroso, mas com um coração quebrantado diante de Deus.
Em Atos 2, após a pregação de Pedro, o povo se compungiu e perguntou: “Que faremos, irmãos?”. E Pedro respondeu: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo.” (Atos 2:38).
Não há avivamento sem arrependimento. Não há presença de Deus onde reina o orgulho.
“Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes.” Tiago 4:6
“Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós outros. Purificai as mãos, pecadores; e vós que sois de ânimo dobre, limpai o coração.” Tiago 4:8
Joel 2:13 resume bem o que Deus espera: “Rasgai o vosso coração e não as vossas vestes…”. Ou seja, o que Ele deseja não é um ato simbólico, mas uma transformação real.
Quando falamos em avivamento, precisamos deixar claro que não se trata apenas de eventos cheios, músicas emocionantes ou manifestações visíveis. O verdadeiro avivamento vai além das experiências externas — ele invade o interior do ser humano e o transforma profundamente. É uma vida mergulhada na presença de Deus.
“Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma.” (Salmos 42:1)
A primeira evidência de um avivamento genuíno é a restauração da fome por Deus. Quando estamos espiritualmente despertos, nenhuma outra coisa nos satisfaz. Nem distrações, nem realizações, nem ocupações. A alma anseia por estar com Deus. Há um desejo constante de estar na Palavra, em oração, na comunhão dos santos. Esse anseio não é produzido por esforço humano, mas pelo Espírito Santo.
Talvez o seu coração esteja anestesiado há muito tempo, preso à rotina, à apatia espiritual. Mas o avivamento remove esse torpor e reacende o fogo. Quando foi a última vez que você chorou na presença do Senhor? Que seu coração se quebrantou ao ouvir uma canção, uma Palavra, ou num momento de oração solitária? Isso não se fabrica, mas se cultiva com humildade e sede genuína.
O avivamento também produz transformação: cura relacionamentos, liberta do pecado e enche do Espírito.
“Tendo eles orado, tremeu o lugar onde estavam reunidos; todos ficaram cheios do Espírito Santo e, com intrepidez, anunciavam a palavra de Deus.” Atos 4:31
O chamado hoje é claro: abandone a religiosidade vazia. Volte ao primeiro amor. Rasgue o coração diante de Deus. Deixe o Espírito Santo arrancar as crostas da alma e restaurar a paixão.
O avivamento começa comigo e com você — no íntimo, no secreto, na entrega total. Que possamos dizer: “Senhor, começa comigo. Tira toda religiosidade, limpa meu coração, restaura minha fome pela Tua presença.”
Deus abençoe a sua vida!
Alexandre Paz