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Colocando nosso auxílio na rota certa da motivação

Culto do dia 15/02/2024

Neemias 5:1-12 Foi grande, porém, o clamor do povo e de suas mulheres contra os judeus, seus irmãos. Porque havia os que diziam: Somos muitos, nós, nossos filhos e nossas filhas; que se nos dê trigo, para que comamos e vivamos. Também houve os que diziam: As nossas terras, as nossas vinhas e as nossas casas hipotecamos para tomarmos trigo nesta fome. Houve ainda os que diziam: Tomamos dinheiro emprestado até para o tributo do rei, sobre as nossas terras e as nossas vinhas. No entanto, nós somos da mesma carne como eles, e nossos filhos são tão bons como os deles; e eis que sujeitamos nossos filhos e nossas filhas para serem escravos, algumas de nossas filhas já estão reduzidas à escravidão. Não está em nosso poder evitá-lo; pois os nossos campos e as nossas vinhas já são de outros. Ouvindo eu, pois, o seu clamor e estas palavras, muito me aborreci. Depois de ter considerado comigo mesmo, repreendi os nobres e magistrados e lhes disse: Sois usurários, cada um para com seu irmão; e convoquei contra eles um grande ajuntamento. Disse-lhes: nós resgatamos os judeus, nossos irmãos, que foram vendidos às gentes, segundo nossas posses; e vós outra vez negociaríeis vossos irmãos, para que sejam vendidos a nós? Então, se calaram e não acharam o que responder. Disse mais: não é bom o que fazeis; porventura não devíeis andar no temor do nosso Deus, por causa do opróbrio dos gentios, os nossos inimigos? Também eu, meus irmãos e meus moços lhes demos dinheiro emprestado e trigo. Demos de mão a esse empréstimo. Restituí-lhes hoje, vos peço, as suas terras, as suas vinhas, os seus olivais e as suas casas, como também o centésimo do dinheiro, do trigo, do vinho e do azeite, que exigistes deles. Então, responderam: Restituir-lhes-emos e nada lhes pediremos; faremos assim como dizes. Então, chamei os sacerdotes e os fiz jurar que fariam segundo prometeram.”

Aqui vemos o termo “usurários” referindo-se àqueles que praticam a usura, emprestando dinheiro a juros. Isso é claramente condenado na Bíblia. O que é usura? É emprestar dinheiro a juros, especialmente quando esses juros são abusivos. Essa prática é proibida desde os tempos do Antigo Testamento. Compreendamos este contexto:

Em Levitico 25:35 lemos: Se teu irmão empobrecer, e as suas forças decaírem, então, sustentá-lo-ás. Como estrangeiro e peregrino ele viverá contigo.” A Lei estabelece claramente que não devemos impor juros aos nossos irmãos necessitados. Se emprestarmos dinheiro a eles, devemos fazê-lo com compaixão, sem esperar lucro. Se um irmão empobrecer, devemos sustentá-lo como um estrangeiro e peregrino, sem cobrar juros nem ganho. Esses princípios nos ensinam a agir com misericórdia e generosidade para com nossos irmãos em tempos de necessidade.

Deuteronômio 23:19-20 diz: “Não emprestarás com juros ao teu irmão, seja dinheiro, seja comida, ou qualquer outra coisa que é costume emprestar com juros. Mas ao estrangeiro emprestarás com juros; porém ao teu irmão não emprestarás com juros, para que o Senhor teu Deus te abençoe em tudo o que puseres a tua mão na terra que estás entrando para possuí-la.”

Este trecho confirma esta orientação de Deus quanto ao empréstimo entre irmãos do povo de Israel. Enquanto a prática de emprestar com juros era comum entre estrangeiros, era proibida entre os irmãos israelitas. Deus desejava promover a solidariedade e evitar a exploração financeira dentro da comunidade judaica. O princípio era claro: ajudar o próximo sem esperar ganho financeiro em troca.

Hoje em dia, essa orientação também pode ser aplicada em diversos aspectos de nossas vidas. Não se trata apenas de emprestar dinheiro, mas também de oferecer ajuda, suporte emocional, ou qualquer forma de assistência, sem esperar retorno. Deus valoriza a generosidade e a motivação do coração. Devemos lembrar que Ele observa não apenas nossas ações, mas também as intenções por trás delas.

Você pode estar se perguntando: “Mas eu não tenho recursos para emprestar ou dar.” No entanto, o princípio em questão vai além do dinheiro. Podemos emprestar nosso tempo, nosso trabalho, nosso apoio emocional e muitas outras formas de assistência. A generosidade não se limita à oferta material, mas inclui o compartilhamento de recursos não tangíveis.

Além disso, é importante considerar os “juros emocionais” que temos a tendência de cobrar (ou ao menos esperar) dos outros. Muitas vezes, nossa expectativa está em algum reconhecimento, em gratidão ou em algum tipo de reciprocidade por nossos atos de bondade. No entanto, Deus nos chama a agir com generosidade genuína, sem esperar nada em troca. Quando oferecemos nossa ajuda desinteressadamente, estamos seguindo o exemplo de amor e compaixão que Ele nos ensina.

Portanto, mesmo que não tenhamos muito para oferecer, podemos ser generosos com o que temos. Seja em recursos materiais, tempo, trabalho ou apoio emocional, cada ato de generosidade é valorizado por Deus. Ele nos abençoa abundantemente quando buscamos abençoar os outros, sem esperar ganho pessoal em troca.

Então, a prática da usura nos leva a trocar a gratidão que temos pelas bênçãos de Deus por uma busca incessante por benefícios pessoais. Quando nosso coração está cansado e queixoso, esquecemos de ser gratos pelas coisas que recebemos, como a família, o trabalho, o cônjuge e os filhos. Começamos a nos tornar cobradores, esperando uma compensação por tudo o que fazemos ao invés de agirmos generosamente em resposta de gratidão a Deus por quem Ele é e por tudo o que Ele faz por nós.

Um líder ou cônjuge nessa situação pode pensar: “Estou dando meu tempo, meu esforço, minha dedicação, e o que recebo em troca? As pessoas não valorizam, não reconhecem, não retribuem.” Mas é importante lembrar que a gratificação não deve vir das pessoas, mas sim de Deus. Se esperarmos reconhecimento humano, ficaremos desapontados. Precisamos mudar nossa mentalidade e compreender que servimos ao Senhor, não aos homens.

Assim como os judeus que voltaram do exílio estavam se tornando reféns de suas próprias necessidades, muitas vezes nos encontramos em situações de extrema necessidade emocional. Podemos estar ajudando alguém que enfrenta dificuldades familiares, financeiras ou profissionais. No entanto, se esperarmos gratificação emocional em troca, estaremos agindo por motivos errados. Devemos servir e abençoar os outros por amor, não por interesse próprio. A semeadura e a colheita são princípios válidos, mas a resposta virá do céu.

Mateus 7:12 diz: “Tudo quanto, pois, quereis  que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles; porque esta é a Lei e os Profetas.”  Este é o princípio que nos move a tratar os outros como gostaríamos de ser tratados. Devemos semear bondade e generosidade em todas as áreas de nossas vidas, especialmente em nossos relacionamentos mais próximos, como o casamento e a família. A colheita virá no tempo devido. Não devemos nos tornar cativos da mentalidade de cobrança, mas lembrar que tudo o que fazemos é para a glória de Deus.

A instrução de Deus em Deuteronômio 23 nos lembra da importância da solidariedade e da justiça dentro da comunidade. Enquanto era comum emprestar com juros aos estrangeiros, entre os irmãos israelitas essa prática era proibida. Deus desejava promover o cuidado mútuo e evitar a exploração financeira entre seu povo.

Algumas vezes podemos nos encontrar ressentidos quando nossas expectativas não são atendidas. Podemos nos sentir injustiçados e indignados, mas é importante lembrar as palavras de Efésios 4:26: “Irai-vos, e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira.” Não devemos permitir que o ressentimento nos domine, mas sim resolver as questões que surgem em nossos relacionamentos.

O ressentimento pode se manifestar de diversas formas, inclusive em relação a expectativas não cumpridas ou à falta de reconhecimento. No entanto, é crucial lidar com esses sentimentos e perdoar aqueles que nos feriram, como nos lembra Efésios 4:32: “Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus em Cristo vos perdoou.”

Portanto, devemos buscar liberar perdão e cancelar as dívidas emocionais que carregamos. Não podemos permitir que o ressentimento nos impeça de viver em paz e de nos relacionarmos de forma saudável com os outros. Ao invés de ficarmos presos ao passado, devemos olhar para frente e agir com amor e compaixão, seguindo o exemplo de Cristo.

O perdão desempenha um papel crucial nesse processo. Quando nos sentimos paralisados pelo ressentimento devido a expectativas não atendidas, é essencial liberar essa carga e seguir em frente. Conforme Lucas 6:38 “dai, e dar-se-vos-á; boa medida, recalcada, sacudida, transbordante, generosamente vos darão; porque com a medida com que tiverdes medido vos medirão também.” Ao darmos generosamente, também receberemos generosamente. 

Observe a sequência do texto de Neemias, no versículo 13 do capítuolo 5: Também sacudi o meu regaço e disse: Assim o faça Deus, sacuda de sua casa e de seu trabalho a todo homem que não cumprir esta promessa; seja sacudido e despojado. E toda a congregação respondeu: Amém! E louvaram o Senhor; e o povo fez segundo a sua promessa.” O texto nos lembra que aqueles que não cumprirem suas promessas podem ser sacudidos por Deus. Da mesma forma, quando nos encontramos presos ao ressentimento, Deus pode sacudir as estruturas de nossas vidas para nos libertar desse ciclo de amargura.

Precisamos compreender que a raiz do ressentimento pode dar espaço para influências negativas em nossa alma, abrindo portas para o domínio do inimigo. Mateus 5:23 nos orienta a resolver conflitos antes de apresentarmos nossas ofertas a Deus, destacando a importância da reconciliação e da restauração dos relacionamentos.

Quem, Senhor, habitará no teu tabernáculo? Quem há de morar no teu santo monte? O que vive com integridade, e pratica a justiça, e de coração, fala a verdade; o que não difama com sua língua, não faz mal ao próximo, nem lança injúria contra o seu vizinho; o que, a seus olhos, tem por desprezível ao réprobo, mas honra aos que temem ao Senhor; o que jura com dano próprio e não se retrata; o que não empresta o seu dinheiro com usura, nem aceita suborno contra o inocente. Quem deste modo procede não será jamais abalado.” Salmo 15:1-5

O salmo nos mostra o tipo de pessoa que habitará na presença de Deus: aquele que vive com integridade, fala a verdade, não difama, não prejudica o próximo, não empresta com usura, e não aceita suborno contra o inocente. Esses princípios de justiça, integridade e generosidade são essenciais para manter relacionamentos saudáveis e evitar que nossa generosidade se transforme em exploração ou em expectativas frustradas que geram dores.

Que possamos receber essa palavra em nossos corações e aplicá-la, buscando viver em integridade, amor e generosidade, conforme o exemplo de Cristo. Que o perdão nos liberte do peso do ressentimento e nos permita viver em paz e harmonia uns com os outros.

Deus abençoe a sua vida!

Alexandre Paz

Assista ao culto completo pelo link abaixo: