(Baseado na palavra ministrada culto de 25/06 – Apóstola Adriana Pacheco)
A Palavra de Deus contém mais do que meras palavras de motivação, ela nos inspira e nutre com a esperança. É essa esperança que buscamos, pois ela abrange aquilo que Deus revela a nosso respeito.
Muitas vezes somos instruídos a não esperar coisas boas da vida para evitar a decepção. Há quem seja aconselhado a não nutrir expectativas positivas para não se frustrar. A frustração é uma experiência inescapável. Se você está tentando evitar a próxima decepção, é um sinal de que já está frustrado. Portanto, quando mantemos a esperança, nos preparamos e fortalecemos nossa mentalidade para enfrentar qualquer coisa que tente nos frustrar, confiando no Senhor e sabendo que Ele cuida de nós.
Refletindo sobre o tema deste ano que nos foi apresentado pelo Ap. Renê Terra Nova, “Jesus, o Rei de toda a terra”, sempre questiono a mim mesma, avaliando o que Deus deseja me comunicar e como tenho me comportado em relação ao tema. Muitas vezes proclamamos “Jesus é o Rei de toda a terra”, mas Ele é o Rei de minha própria vida? Diante disso, gostaria de compartilhar com vocês um dos primeiros versículos que Deus me levou a meditar:
“Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas.” Mateus 6:24
Em outra tradução, é mencionado “servir a Mamon”, fazendo referência às riquezas enganosas, ao dinheiro, às posses ou a qualquer coisa que pareça confiável, mas não o é. Será que isso se aplica ao meu coração? Existe algo ocupando o lugar do Senhor? Percebi que havia algo aparentemente confiável e enganoso que tentava dominar o meu coração: a preocupação.
A preocupação é uma atitude ilusória. Ela nos induz à sensação de que, ao estarmos preocupados, somos comprometidos. No entanto, ela também nos causa inquietação, pois a preocupação é perturbadora. Ela nos proporciona uma falsa sensação de confiabilidade. “Veja o quanto sou responsável e me preocupo com as coisas.” Em nossa mente, atribuímos a preocupação como sinônimo de comprometimento.
Lembro-me de uma situação em que, tendo filhos pequenos, eu ficava muito preocupada quando precisava viajar e deixar meu filho Timóteo aos cuidados de outra pessoa. Ele enfrentou graves problemas de saúde quando era pequeno (chegaram a considerá-lo morto, mas Deus o ressuscitou) e por muito tempo controlávamos muito de perto toda a mudança em sua saúde. Ele frequentemente sofria com febres altas e repentinas, que às vezes resultavam em convulsões, o que sempre gerava tensão, especialmente quando precisávamos viajar. Eu deixava tudo organizado e instruía a pessoa de confiança que ficaria com ele. Em uma das vezes em que viajei, foi necessário chamar um vizinho médico, pois ele não estava bem, e fiquei extremamente preocupada estando longe naquele momento. Muitas vezes, o diabo usava a lembrança do que havíamos vivido com Timóteo, quando ele estava à beira da morte, para me preocupar. Naquela noite, durante a viagem, mesmo com todas as providências tomadas em casa para cuidar do Timóteo, eu estava muito preocupada e não conseguia dormir. No entanto, meu marido Wagner logo adormeceu e dormiu tranquilamente, enquanto eu continuava preocupada. Então, fiquei indignada, acordei ele e questionei sua tranquilidade diante do tormento que eu estava vivendo: “Como você consegue dormir assim? Wagner, você não se preocupa com nossos filhos, não está comprometido com o cuidado deles?” Ele respondeu: “Adriana, você quer que eu fique acordado? Ficarmos aqui pensando e nos preocupando, quando já fizemos tudo o que precisava ser feito e está tudo sob controle, vai resolver alguma coisa? Você quer realmente que eu fique acordado apenas para provar que estou comprometido com nossos filhos?” Fiquei chocada com o confronto. Ele tinha razão. Como poderia eu, uma psicóloga e pastora, pensar e sentir daquela maneira? Eu poderia ter dormido sem criar esse tumulto, não é mesmo? Sentia como se, por ainda estar acordada e preocupada com meus filhos, eu fosse muito mais comprometida com eles do que meu marido. Foi então que Deus me fez refletir sobre essa riqueza enganosa que me proporcionava a segurança de ser alguém comprometido, quando na verdade eu estava deixando de confiar em Deus. A preocupação era uma autoridade sobre minha vida. Eu estava escolhendo servir a um senhor chamado preocupação e me tornando prisioneira dela. Gostaria que você também considerasse se isso se aplica à sua vida, justificando-se como alguém altamente comprometido com suas responsabilidades. De fato, precisamos ser responsáveis, mas não podemos deixar de confiar em Deus. Ele se alegra quando confiamos nEle.
Quando falamos de relacionamentos, especialmente no contexto de namoro, casamento e até mesmo amizade, frequentemente mencionamos que a confiança é essencial. Sem confiança, um relacionamento está fadado ao fracasso. Trabalhando com restauração de casamentos, verificamos que uma das situações mais difíceis de lidar é a traição. Reconstruir a confiança é um processo extremamente complexo. É difícil não permitir que a dor daquela situação interrompa o relacionamento. Pois bem, Deus está nos dizendo que confiar nEle é algo que O agrada. O relacionamento íntimo que Ele deseja estabelecer conosco exige verdadeira confiança. Sem fé é impossível agradar a Deus, pois é necessário que aquele que se aproxima dEle creia que Ele existe e que Ele é aquele que diz: “Eu conheço os planos que tenho para vocês, planos de paz e não de mal, para dar-lhes um futuro e uma esperança”, ou seja, o resultado que desejam (Jr 29:11).
Vamos continuar a leitura de Mateus 6:
“Portanto, vos digo: não vos preocupeis com a vossa vida, quanto ao que comereis ou bebereis; nem com o vosso corpo, quanto ao que vestireis. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes? Observai as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem armazenam em celeiros; contudo, vosso Pai celestial as alimenta. Não valeis vós muito mais do que as aves? Quem de vós, por mais que se preocupe, pode acrescentar uma hora que seja à sua vida? E por que vos preocupeis com o vestuário? Observai como crescem os lírios do campo: eles não trabalham, nem fiam. Entretanto, eu vos afirmo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer um deles. Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais fará por vós, homens de pouca fé? Portanto, não vos preocupeis, dizendo: ‘Que iremos comer?’ ou ‘Que iremos beber?’ ou ‘Com que nos vestiremos?’ Pois são os pagãos que perseguem essas coisas; todavia, vosso Pai celestial sabe que necessitais de todas elas. Buscai, pois, em primeiro lugar, o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas. Portanto, não vos preocupeis com o amanhã, pois o amanhã se preocupará consigo mesmo. Basta a cada dia o seu próprio mal.” Mateus 6:25-34
A primeira crença essencial é essa: Deus nos desafia a acreditar que Ele se importa conosco, que Ele é bom e sabe o que é melhor para nós, e que Ele está disposto a nos abençoar.
Qual é o valor mais elevado, uma pessoa ou um pássaro? Muitas vezes, agimos como se fôssemos pássaros, mas somos mais preciosos do que eles. Eu gosto de refletir sobre situações cotidianas em que pássaros colidem com carros, caem e morrem, enquanto a vida continua. Não há funerais, é o fim. Eles simplesmente desaparecem. No entanto, para nós, que temos fé, há um céu. Quando o texto menciona que Deus cuida das aves e também cuida de nós, não se refere a um Deus distante, mas a um Deus que controla tudo, que possui um Trono supremo e todo o poder, que age de maneira sobrenatural além das limitações terrenas. Permita que essa verdade penetre em seu coração e gere fé. Mesmo que nos preocupemos muito, quem pode adicionar um único momento extra à sua vida? Podemos até encurtá-la com a preocupação, mas não podemos prolongá-la. Então, por que nos preocupar com o que vestir? Às vezes, Deus nos coloca em situações em que só podemos olhar para cima, confiar e ter esperança nEle. Confiar em Deus a ponto de entregar a Ele nossas preocupações é libertador!
O texto continua falando sobre a importância de buscarmos, em primeiro lugar, o Reino de Deus e a Sua justiça, sabendo que todas as coisas serão acrescentadas. Todas as coisas!
Pense em algo que você esteja necessitando neste momento. Deus irá suprir se você confiar nEle. E Ele sabe que, enquanto tentamos exercer confiança, às vezes podemos escorregar, mas Ele cuidará disso também. Ele está cuidando de você. Portanto, não se preocupe com o dia de amanhã. Já é suficiente o fardo de cada dia.
Minha preocupação resolveria o problema do meu filho Timóteo? Não, ela não tinha esse poder. Eu não desfrutaria do congresso, não faria com excelência o que tinha que fazer, e talvez o problema nem sequer acontecesse, mas a preocupação antecipa um problema. É um exercício. Faça isso ao acordar: organize sua mente e comece a pensar intencionalmente. Temos o hábito de permitir que nossos pensamentos vagueiem, e eles tendem a se direcionar para os piores lugares: preocupação, desânimo, inquietação, iras e indignações.
Temos que fazer nossa parte e podemos fazer o melhor. Não gosto de discursos vazios sobre excelência quando a realidade não reflete excelência. Excelência é fazer o melhor, não é perfeição. Portanto, temos nossa parte a fazer, mas precisamos confiar no Senhor, que está cuidando de tudo.
Vivemos uma vida de preocupação e, às vezes, gostamos de parecer preocupados para demonstrar comprometimento, dizendo com orgulho oculto: “Tenho tantas coisas com que me preocupar!”. E assim, nos tornamos prisioneiros de nossas preocupações.
Observe o Salmo 131. Ele diz a cada um de nós: “É isso o que espero de você”:
“Senhor, o meu coração não é orgulhoso e os meus olhos não são arrogantes. Não me envolvo com coisas grandiosas nem maravilhosas demais para mim. De fato, acalmei e tranquilizei a minha alma. Sou como uma criança recém-amamentada por sua mãe; a minha alma é como essa criança. Ponha a sua esperança no Senhor, ó Israel, desde agora e para sempre!” Salmos 131:1-3
Percebi que minha preocupação constante era resultado do orgulho, pois a Bíblia nos ensina a ser humildes e confiar na poderosa mão de Deus. Muitas vezes, agimos com orgulho, pensando que podemos resolver tudo por nós mesmos. O salmista, no entanto, abandonou essa postura, acalmou seu coração e adotou a atitude de uma criança recém-amamentada. Assim como uma criança que é amamentada nos braços da mãe e adormece, nós devemos nos tornar filhos confiantes nos braços do Pai. Deus nos amamenta com Sua Palavra, esperança e direção. Embora ainda não tenhamos alcançado todas as nossas expectativas, podemos descansar nos braços amorosos do Pai.
Após declarar essas posturas, o salmista exorta o povo de Israel: “Ponham sua esperança no Senhor desde agora e para sempre”. Decida ser como uma criança recém-amamentada, buscando descansar no Senhor. Mantenha sua esperança nEle. Não sejam filhos inquietos nem prisioneiros de suas preocupações, mas libertem-se dessas correntes e tornem-se prisioneiros da esperança.
“Quanto a você, Sião, por causa do sangue da sua aliança, tirei seus cativos da cova em que não havia água. Volte à fortaleza, ó prisioneiros da esperança; hoje mesmo eu anuncio que lhes restaurarei em dobro.” Zacarias 9:11,12
Volte-se para o Senhor, a nossa fortaleza! Tudo o que você passou em sua história, até mesmo os momentos mais difíceis, Deus usará para colocá-lo em lugares elevados, para levá-lo à fortaleza. Permitir-se ser prisioneiro da esperança possibilitará que você viva um novo estilo de vida. Experimente o que Ele descreve como uma “vida abundante”. Viver plenamente não significa ter todos os desejos satisfeitos o tempo todo, mas, enquanto esperamos nEle, vivemos uma qualidade de vida livre de preocupações.
Deus abençoe sua vida!
Ap. Adriana Pacheco