Na cultura bíblica dos tempos de Jacó, era permitido que um homem tivesse mais de uma esposa. Ele se casou com duas irmãs: Lia e Raquel. No entanto, Raquel era a mulher que ele verdadeiramente amava. Lia foi imposta nesse casamento por seu pai, Labão, que enganou Jacó ao dar-lhe a filha mais velha em vez da mais nova. Jacó precisou trabalhar mais sete anos para, enfim, casar-se com Raquel.
Mesmo sendo a esposa amada, Raquel carregava uma dor profunda: era estéril. Naquela cultura, a fertilidade era vista como sinal de honra e bênção, e a esterilidade, como vergonha e fracasso. Lia, que não era amada como Raquel, deu muitos filhos a Jacó. Isso gerava em Raquel uma comparação constante, uma sensação de inutilidade. Ela tinha o amor do marido, uma posição privilegiada, mas nada disso a preenchia. Faltava propósito. Faltava frutificação.