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 A preparação para a Bodas

(Culto do dia 29/10/2023)

“Regozijemo-nos! Vamos nos alegrar e dar-lhe glória! Pois chegou a hora do casamento do Cordeiro, e a sua noiva já se aprontou. Foi-lhe dado para vestir-se linho fino, brilhante e puro”. O linho fino são os atos justos dos santos.” Apocalipse 19:7,8

Esta passagem revela que a noiva, que simboliza a Igreja de Jesus Cristo na terra, se aprontou e está adornada com vestes de linho fino, que brilham em pureza e justiça, fruto de suas obras em obediência ao Senhor. Fica claro que ela se aprontou e suas vestes de linho fino foram entregues a ela. Para compreendermos melhor o contexto desta mensagem, vamos ler o que Efésios 5 explica:

“Maridos, amem suas mulheres, assim como Cristo amou a igreja e entregou-se a si mesmo por ela para santificá-la, tendo-a purificado pelo lavar da água mediante a palavra, e apresentá-la a si mesmo como igreja gloriosa, sem mancha nem ruga ou coisa semelhante, mas santa e inculpável.” “Este é um mistério profundo; refiro-me, porém, a Cristo e à igreja.” Efésios 5:25-27; 32

Jesus entregou a sua vida por essa noiva para recebê-la como Igreja gloriosa, santa e inculpável. Entendemos que o momento em que isso acontecerá será o do arrebatamento, quando estaremos diante do Senhor Jesus para as Bodas do Cordeiro. Estamos preparados para que esse momento seja hoje? O quanto desejamos isso?

Ao mergulharmos nesse contexto de noivado e casamento, é essencial considerarmos o cenário judaico da época de Jesus. Ao compreendermos essa cultura e contexto, podemos apreciar ainda mais a grandiosidade do que está sendo revelado. Vamos observar o processo de noivado e casamento em quatro momentos destintos:

  1. O Noivado: 

O pretendente se dirigia à casa da jovem para uma conversa com o pai dela. Nesse encontro, o noivo apresentava uma proposta de caráter financeiro por ela. É compreensível nosso estranhamento hoje diante disso, mas, na cultura daquela época, o noivado se tratava de um acordo legal. O noivo, ao apresentar a oferta financeira, anunciava simbolicamente o valor que atribuía àquela jovem. À luz da nossa cultura contemporânea, esse gesto poderia ser interpretado de maneira diferente, talvez até como uma afronta à dignidade. No entanto, para eles, era um meio de honrar e destacar a preciosidade da noiva.

Isso nos remete ao que encontramos em Efésios 5, onde somos lembrados do sacrifício que o marido deve estar disposto a fazer, até mesmo dando a própria vida. Quão grande valor Jesus viu em nós, Sua noiva, ao oferecer a Sua própria vida para nos receber santa e inculpável para o momento das Bodas. Vemos esse costume claramente na vida de Jacó, que trabalhou 14 anos para o pai de sua amada, para recebê-la em casamento. Jacó estava demonstrando, por meio dessa dedicação, o valor que atribuía a Raquel. Tal gesto exemplifica como o noivo, naquela época, honrava a mulher que escolhera como futura esposa.

Ao selar o acordo com o pai da noiva, o noivo retornava à casa de seu próprio pai para preparar um lugar especial. Esse local não se limitava apenas à moradia, mas incluía um aposento especialmente designado, um espaço íntimo onde o casal passaria os primeiros dias. O noivo só poderia buscar a noiva quando esse aposento estivesse completamente pronto e repleto de todas as provisões necessárias para o período que passariam juntos. 

“Na casa de meu Pai há muitos aposentos; se não fosse assim, eu lhes teria dito. Vou preparar-lhes lugar. E se eu for e lhes preparar lugar, voltarei e os levarei para mim, para que vocês estejam onde eu estiver.” João 14:2,3

A partir daquele momento o casal já era considerado marido e mulher, pois o preço do noivado (desposamento) já havia sido pago, com a ressalva de que ainda não poderiam ter intimidade nem morar juntos. Essa transação legal tornava a noiva “propriedade” do noivo, afirmando o compromisso de ambos. 

Veja o quão precioso é este relacionamento entre Cristo e Sua igreja, em que Ele se apresenta como o Noivo que prepara um lugar especial para nós. Que esse conhecimento nos inspire a valorizar e honrar a aliança que temos com o Senhor, reconhecendo o preço que Ele pagou por nós.

2. A espera:

  • O noivo: Devido à grande expectativa do noivo por finalizar logo a preparação para buscar a sua escolhida, cabia somente ao pai do noivo determinar quando tudo, realmente, estava pronto para que a noiva fosse buscada. Portanto, a construção da “suíte nupcial” era supervisionada pelo pai: “Quanto ao dia e à hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão somente o Pai.” Mateus 24:36
  • A noiva: Durante este período, a noiva utilizava um véu como sinal público de seu “status”. Esse véu anunciava um posicionamento: “Eu já estou separada para alguém, eu pertenço ao meu noivo”. Essa prática, embora distinta de nossa cultura atual, era um meio de anunciar a todos que aquela moça já estava comprometida e não estava disponível para outros relacionamentos. Para este período ela precisava se preparar e saber esperar com paciência, pois o noivo só voltaria para buscá-la quando seu pai anunciasse que havia chegado a hora. Costumava levar cerca de um ano, mas poderia demorar mais. De qualquer maneira, nunca era questionada a vinda do noivo, pois um alto preço já havia sido pago pela noiva e o noivo jamais falharia em seu compromisso. Em sua preparação como noiva, a jovem sabia que precisava observar basicamente três coisas:
    • Deveria manter sua lamparina abastecida com óleo e com vasilha de reserva, pois o noivo costumava chegar em meio à noite escura. Ela deveria partir imediatamente, logo que ele chegasse. Leia a parábola das 10 virgens para compreender melhor sobre este importante item de sua preparação (Mateus 25:1-13). Nesta parábola vemos que todas elas possuíam óleo, mas as cinco imprudentes tinham em escassez (a lâmpada estava se apagando) e não puderam partir para aas bodas, enquanto que as cinco prudentes estavam abastecidas de óleo e, por isso, foram encontradas prontas para atravessar a noite escura no cortejo do noivo para as bodas.
    • Deveria ter o véu à mão. Assim que o noivo fosse anunciado, ela deveria colocar o véu para sair à rua ao seu encontro, pois o véu só era retirado depois do ato consumado no aposento nupcial.
    • Deveria estar vestida para o casamento. Alguns escritos chegam a relatar que, percebendo que o dia de sua chegada estava próximo, elas costumavam já se deitar com o próprio vestido de casamento. Era parte do ritual de “resgate” da noiva o efeito surpresa. Havia uma conotação romântica e empolgante para este momento, em que o noivo “raptava” a amada já escolhida pelo noivo. Se ela não estivesse vestida, ao menos a roupa de baixo especial deveria ser previamente colocada, considerando a possibilidade de, naquela noite, ela ser buscada – devia estar preparada para sair em cortejo até a suíte nupcial. 

Assim ela o esperava. O vestido, preparado com esmero, aguardava junto aos adornos e o véu. Uma lamparina repleta de óleo brilhava ao lado. A atmosfera estava impregnada de uma expectativa sagrada. 

“Portanto, vigiem, porque vocês não sabem em que dia virá o seu Senhor. Mas entendam isto: se o dono da casa soubesse a que hora da noite o ladrão viria, ele ficaria de guarda e não deixaria que a sua casa fosse arrombada.

Assim, também vocês precisam estar preparados, porque o Filho do homem virá numa hora em que vocês menos esperam.” Mateus 24:42-44

4. A jornada para buscar a noiva:

Quando a câmara nupcial estava pronta, o pai anunciava que chegara a hora. Os jovens amigos do noivo eram convidados para acompanhá-lo. Então, quando já estavam bem próximos à casa, um dos amigos do noivo corria à frente para anunciar sua chegada. Como uma trombeta, gritava, como vemos na sequência de Mateus 25:

“À meia-noite, ouviu-se um grito: ‘O noivo se aproxima! Saiam para encontrá-lo!” Mateus 25:6

Ao chegar na casa da noiva, o noivo apresentava o contrato ao pai e pedia que a noiva fosse buscada. Então a noiva, pronta e iluminada, não hesitava. Com o vestido, a lamparina com óleo suficiente e o véu, ela partia no meio da noite, com os ombros cobertos pela capa do próprio noivo. As amigas da noiva que tivessem lâmpadas com óleo suficiente para acompanhá-los, uniam-se ao grupo. O alvoroço era evidente e todos partiam em cortejo. 

Hoje estamos em meio a uma noite escura, prestes a sermos chamados. Será que o noivo buscaria uma noiva que não o estivesse esperando ou desejando? Ou que não estivesse preparada para o grande momento de celebração e festa? Jesus anseia por uma noiva que O deseje apaixonadamente e, dessa forma, enchemos nossas lamparinas com óleo.

5. As Bodas:

Os noivos, ao chegarem, iam diretamente para o aposento nupcial, enquanto o pai do noivo recebia os convidados, que aguardavam o momento em que o ato conjugal se confirmaria para iniciarem a festa. Na suíte, eles compartilhavam sua intimidade e ali o selo do casamento era consumado, pois o povo judeu sempre compreendeu o casamento como uma celebração de união espiritual, selada através do ato sexual. Um dos amigos do noivo aguardava do lado de fora do aposento. Quando o ato era consumado, o noivo anunciava ao amigo e, só então, a festa começava. A comprovação da pureza da noiva era fundamental pois o noivo havia pagado um preço alto para receber uma noiva pura. De semelhante modo, Jesus pagou com a própria vida o valor de cada um de nós para que nos tornássemos Sua noiva pura, sem ruga e sem mácula, adornados para Ele.

Neste breve período de nossa existência terrena, toda a eternidade está sendo moldada em nós. Deus, por amor a nós, pode nos dar alguns desafios difíceis, mas Ele o faz para garantir nossa perseverança e intimidade com Ele, assegurando nossa eternidade ao lado do Noivo, pois estamos sendo preparados para aquele dia, quando a trombeta soar e formos buscados. Temos a bênção de termos o Espírito Santo em nossas vidas, auxiliando-nos no processo de santificação e preparação para aquele dia. Precisamos dEle nos moldando e infundindo em nós um amor extravagante por Jesus.

Assim como a noiva se vestia com sua roupa nupcial todas as noites, representando pureza e consagração, pergunto a você: com que “roupa” você se deitará esta noite? Refiro-me não à vestimenta física, mas ao seu estado espiritual. O inimigo fará de tudo para distrair nossos corações e mentes, a fim de nos afastar do foco em Jesus. Vivemos tempos em que precisamos combater as distrações como nunca antes.

Assim como temos conosco a revelação de que somos FILHOS(AS) e SERVOS(AS), precisamos desenvolver a revelação de que (coletivamente) somos A NOIVA DE JESUS. Devemos almejar alcançar esse patamar, pois somos desejados por Ele. O Espírito Santo desperta em nós uma paixão singular, um amor profundo e intenso pelo Noivo que vem nos buscar. Que o Espírito Santo toque profundamente em nossos corações, pois a porta ainda está aberta, mas está prestes a se fechar. 

Hoje é um dia de conserto. Que Ele reacenda a paixão que talvez tenha se enfraquecido e renove o óleo em sua lâmpada de modo que você esteja vivendo apaixonadamente pelo Senhor Jesus.

“Mais tarde, quando passei de novo por perto, olhei para você e vi que já tinha idade suficiente para amar; então estendi a minha capa sobre você e cobri a sua nudez. Fiz um juramento e estabeleci uma aliança com você, palavra do Soberano Senhor, e você se tornou minha. Eu lhe dei banho com água e, ao lavá-la, limpei o seu sangue e a perfumei. Pus-lhe um vestido bordado e sandálias de couro. Eu a vesti de linho fino e a cobri com roupas caras. Adornei-a com joias; pus braceletes em seus braços e uma gargantilha em torno de seu pescoço; dei-lhe um pendente, pus brincos em suas orelhas e uma linda coroa em sua cabeça. Assim você foi adornada com ouro e prata; suas roupas eram de linho fino, tecido caro e pano bordado. Sua comida era a melhor farinha, mel e azeite de oliva. Você se tornou muito linda e uma rainha. Sua fama espalhou-se entre as nações por sua beleza, porque o esplendor que eu lhe dera tornou perfeita a sua beleza, palavra do Soberano Senhor.” Ezequiel 16:8-14

A Palavra de Deus nos ensina que toda a beleza da noiva provém do próprio Noivo Rei. Ele não apenas pagou um alto preço por ela, dando Sua própria vida para santificá-la e purificá-la, mas também a preparou para ser pura e bela para o Seu encontro. É a vida dEle em nós que nos torna perfeitos, pois é por meio da Sua glória que somos adornados.

Com que vestimenta você vai se deitar hoje? Creio que o Noivo virá buscar uma noiva apaixonada. Ele deseja derramar sobre você um despertamento, um amor apaixonado por Ele, o qual você ainda não experimentou.

Deus abençoe a sua vida!

Mônica Hickmann Paz