(Palavra ministrada no culto de 02/10, Ap. Alexandre Paz)
“Nesse ponto, um homem que estava no meio da multidão lhe falou: Mestre, ordena a meu irmão que reparta comigo a herança. Mas Jesus lhe respondeu: Homem, quem me constituiu juiz ou partidor entre vós?”
Lucas 12:13,14
Vemos uma postura claramente manipuladora por parte deste homem, que pede que Jesus ordene algo a seu irmão. A questão parece referir um ponto de conflito entre os dois irmãos. Mas por que este homem não tratou isso diretamente com seu irmão? Certamente o homem percebeu a influência que Jesus tinha diante de todos. Viu que Jesus trazia consigo os milagres, as multidões, os seguidores e entendeu que o peso de um comando de Jesus junto a seu irmão teria um peso diferenciado e o tal homem teria muito mais chance de alcançar o seu objetivo – uma clara manipulação.
Diante disso, Jesus traz um grande ensino sobre a ganância. Quando gerada no coração, ela precisa ser corrigida pelo Senhor. Ela é o motivo de guerras iniciadas, casamentos desfeitos, famílias rompidas, empresas falidas e vidas suprimidas. A ganância é a mola propulsora de mortes, roubos… A ganância macula motivações que podem, originalmente, ser legítimas mas que se corrompem em função do desejo por poder, posição, dinheiro ou fama.
“O campo de um homem rico produziu com abundância. E arrazoava consigo mesmo, dizendo: Que farei, pois não tenho onde recolher os meus frutos? E disse: Farei isto: destruirei os meus celeiros, reconstruí-los-ei maiores e aí recolherei todo o meu produto e todos os meus bens. Então, direi à minha alma: tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe e regala-te. Mas Deus lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será?”
Lucas 12:16-20
Nessa parábola Jesus traz a história de um homem que, diante de um grande ganho, pensa em descansar e se regalar com os prazeres por ele conquistados. Vemos um diálogo interior em que ele diz a si mesmo que já ganhou o suficiente para “apenas aproveitar”. Então, Deus se apresenta anunciando o fim da sua vida e questionando para quem ficaria o fruto de todo o seu patrimônio.
Sem dúvida Deus tem prazer na prosperidade do seu servo. É a Palavra quem diz. Portanto, o problema que vemos aqui não é a conquista em si, mas o coração em cobiça do homem, com a finalidade única de gozar dos prazeres de tal conquista. O coração avarento busca conquistas por motivações equivocadas, como na parábola, em que o ganho era unicamente para que pudesse relaxar e aproveitar os prazeres pessoais proveniente deles. A busca de recursos para não precisar mais trabalhar e nem depender do Senhor é algo que o coração corrompido do homem aspira. A natureza do homem busca a independência de tudo e de todos, enquanto que, o que agrada a Deus, é que Seus filhos dependam dEle. Preferencialmente, buscamos recursos que garantam que nem mesmo precisemos buscar ao Senhor.
Na mente do homem natural, o recurso que chega é bem-vindo para que possa fazer o que desejar, sem medos ou temores, sem limites ou preocupações, sem mesmo desenvolver a boa mordomia por possuir, em excesso, todo o recurso. Essa situação do coração pode ocorrer com qualquer um, até mesmo com aquele que vive em grande necessidade financeira porque, nesta parábola, Jesus fala, especialmente, sobre a motivação do coração.
Deus não tem problema em abençoar, mas corrige o coração de um filho que está com motivações que não são boas. Ele é o dono do ouro e da prata e não teria problema algum em te abençoar, mas está em busca de corações que são dependentes dEle em qualquer circunstância. Está em busca de filhos que são vulneráveis a Ele, para que, então, derrame bençãos sem medidas sem que isso corrompa o seu coração.
Você tem um coração vulnerável a Deus o suficiente para receber algo dEle e manter sua mão aberta, colocando à disposição de Deus o que dEle veio até você? Tem convicção disso? Depois de receber um “Isaque” seu coração está aberto para apresentá-lo como holocausto? Ou você está agarrado àquilo que Deus lhe deu achando que a segurança desta vida está nas coisas materiais? Saiba que, se o seu descanso não está no Senhor, você poderá entrar em caminhos de engano nesta vida. Deus falou: “Eu sou o Senhor do sábado / shabat”, ou seja, “eu sou o Senhor do descanso”. Conduza a seu coração a este lugar.
No versículo 21 desta parábola, Jesus dá continuidade ao ensino trazendo objetivamente sua intenção: “Assim é o que entesoura para si mesmo e não é rico para com Deus.” O que você entende por “ser rico para Deus”? Pelo texto, vemos que há uma divergência quanto ao que seria “ser rico” para o homem e “ser rico” para Deus.
Deus deseja ver seus filhos com recursos que revelem a Sua bondade e provisão e que possam usufruir disto mas, muitas vezes, o que acontece é que, ao serem abençoados, entendem que tudo é unicamente para seu usufruto e deleite, sem estarem disponíveis ao Senhor.
Esse princípio não diz respeito unicamente a questões de ordem financeira, mas de todas as ordens. Podemos pensar na situação de um homem, por exemplo, que trabalha vorazmente em uma tarefa, ou um projeto, envolvendo-se nele 100%. Qual será a resposta dele quando o Senhor lhe pedir que Lhe dedique um tempo significativo de qualidade em seu devocional diário? Quem é o Senhor do tempo? O tempo é um recurso, assim como o dinheiro. Tudo quanto o Senhor nos dá precisa entrar em nossa vida com este entendimento: veio do Senhor até mim, portanto, pertence a Ele e, como bom mordomo, vou cuidar para bem administrar, observando que meu coração siga sujeito e dependente de Quem o deu. Ser rico para Deus pressupõe a rendição incondicional do coração, na abastança ou na falta, seja de dinheiro, de tempo, de alegria, de saúde…
Então, Jesus segue ensinando seus discípulos a respeito do quanto não devemos deixar que os cuidados deste mundo nos tirem do foco.
“A seguir, dirigiu-se Jesus a seus discípulos, dizendo: Por isso, eu vos advirto: não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer, nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Porque a vida é mais do que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes. Observai os corvos, os quais não semeiam, nem ceifam, não têm despensa nem celeiros; todavia, Deus os sustenta. Quanto mais valeis do que as aves! Qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso da sua vida? Se, portanto, nada podeis fazer quanto às coisas mínimas, por que andais ansiosos pelas outras?”
Lucas 12:22-26
Os corvos, conforme vemos no texto, nem celeiros têm, mas Deus os sustenta. Você confia mais em seu celeiro ou no sustendo do próprio Deus? Seu recurso vem de algum lugar específico (ou de um empregador) ou você tem consciência de que ele vem de Deus? Normalmente, confiamos mais em quem dedicamos mais tempo de nossas vidas. Investimos mais naquilo/naquele que mais acreditamos.
“Observai os lírios; eles não fiam, nem tecem. Eu, contudo, vos afirmo que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles. Ora, se Deus veste assim a erva que hoje está no campo e amanhã é lançada no forno, quanto mais tratando-se de vós, homens de pequena fé! Não andeis, pois, a indagar o que haveis de comer ou beber e não vos entregueis a inquietações. Porque os gentios de todo o mundo é que procuram estas coisas; mas vosso Pai sabe que necessitais delas. Buscai, antes de tudo, o seu reino, e estas coisas vos serão acrescentadas.”
Lucas 12:27-31
O fato de termos o Senhor em nossa vida não nos priva de passarmos por aflições. Elas vêm até mesmo para desenvolvermos nossa fé e nossa confiança em Deus. Mas aqueles que confiam no Senhor são como Sião, que não se abalam, mas permanecem para sempre! Vindo a tempestade, sabemos para onde correr, em quem nos refugiar. Aprendemos a buscar o Senhor de modo mais intenso, aprendemos o valor do jejum… e avançamos! Ao buscarmos o Reino de Deus em primeiro lugar, temos a Sua garantia de que TODAS as coisas nos são acrescentadas. Então, ao sermos abençoados pelo Senhor, é o momento de outra grande prova, para revelarmos se a nossa confiança está no Senhor ou se estamos buscando uma situação de melhora para não dependermos dEle. Há quem minta a si mesmo, dizendo que estará disponível para cumprir o propósito quando viver uma situação de melhora. Este dia se chama “nunca”. Seja fiel no pouco, diz a Palavra, e sobre o muito Ele te colocará. O Senhor busca aqueles que decidem renunciar. Deus chama os improváveis, conhecidos também por “aqueles que não tem garantias”. Sua garantia está no Senhor e nada pode ser melhor do que isto.
“Não temais, ó pequenino rebanho; porque vosso Pai se agradou em dar-vos o seu reino. Vendei os vossos bens e dai esmola; fazei para vós outros bolsas que não desgastem, tesouro inextinguível nos céus, onde não chega o ladrão, nem a traça consome, porque, onde está o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.”
Lucas 12:32-34
Não podemos aumentar um pequeno momento sequer ao curso de nossa vida. Quando Deus nos chamar, não poderemos mudar mais nada. Precisamos andar nesta terra com os olhos na eternidade e buscar, em nossa conexão com Deus, viver a consciência de Seu Reino e de Sua Presença.
“Amado, acima de tudo, faço votos por tua prosperidade e saúde, assim como é próspera a tua alma.”
3 João 1:2
A prosperidade e a pobreza se alojam na alma. A redenção da cruz alcançou a nossa alma para que ela fosse próspera. Se a alma do homem não prosperar, isso tocará o corpo, as finanças e todas as demais áreas. Porém, alcançando a prosperidade da alma no Senhor, temos a riqueza interior, ou seja, seremos ricos para Deus. A proposta do céu é uma vida firmada na Rocha. Viva essa riqueza!
Deus abençoe a sua vida!
Ap. Alexandre Paz
Assista ao culto completo pelo Youtube: