(Palavra ministrada no culto de 30/04/2023)
O campo de batalha de toda decisão que enfrentamos é a mente. É nela que lutamos com os prós e os contras, ponderamos possibilidades, pensamos as consequências prováveis de cada alternativa e, finalmente, fazemos a nossa escolha. As impressões que mais pesarem e perdurarem em nossa mente, de modo geral, são as que determinarão o curso de ação a ser seguido. Essa é a razão pela qual devemos estar seguros de que nossa mente é controlada pelo Espírito de Deus.
Efésios 5:17-21 “Por esta razão, não vos torneis insensatos, mas procurai compreender qual a vontade do Senhor. E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito, falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais, dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo.”
Não podemos confiar em nossas impressões se nossa vontade não estiver, de fato, entregue ao Espírito Santo para que Ele reine. Quando, porém, Ele está no controle, podemos esperar que os nossos pensamentos sejam os Seus pensamentos. A mente é o “quartel-general” onde todas as decisões são tomadas, porém, além de ser controlada pelo Espírito, também deve ser programada com a Palavra.
Colossenses 3:1-17 “Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração. E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai.”
Nossa mente e toda a nossa vida deve estar em sintonia com o Senhor. Se quisermos que Ele coloque as Suas convicções sobre a nossa mente, então é preciso que estejamos em harmonia com Ele e a linha de comunicação entre nós deve manter-se aberta. Se quisermos ter certeza de que as impressões em nossa mente têm origem nEle e não em outra fonte qualquer, precisamos conversar com Ele a esse respeito, e isso fazemos através da oração.
Como Pedir
Tiago 1:2-8 “Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações, sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança. Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos e íntegros, em nada deficientes. Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e nada lhes impropera; e ser-lhe-á concedida. Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando; pois o que dúvida é semelhante à onda do mar, impelida e agitada pelo vento. Não suponha esse homem que alcançará do Senhor alguma coisa; homem de ânimo dobre, inconstante em todos os seus caminhos.”
O tema central no contexto destes versículos é o sofrimento na vida do crente. Tiago escreveu o seu livro aos judeus cristãos que tinham sido expulsos de suas casas e dispersos entre as nações. Naquele momento específico eles estavam sendo perseguidos por causa da sua fé, e isso demandava decisões a serem tomadas.
As provações quase sempre nos impulsionam a tomadas decisões. Para onde ir? O que fazer? Com quem falar sobre este problema? Onde encontrar ajuda? Junto disso, costumam aparecer as indagações sobre o motivo por que Deus permitiu que a dificuldade em questão surgisse em nossa vida.
Onde encontrar sabedoria para contrabalançar a pressão de indagações dessa espécie? Peça a Deus! Não é simples? Basta pedir sabedoria a Deus! Como saber qual deve ser a nossa atitude quando Deus nos separa de um ente querido, ou quando enfrentamos uma doença grave e longa na família, quando perdemos um emprego, quando o carro quebra, ou quando o bebê fica doente, ou os vizinhos nos perturbam, ou se o dinheiro não chegar a tempo? Pedimos a Deus sabedoria. Se quisermos saber qual a vontade dele é preciso perguntar.
Embora este texto de Tiago, no seu contexto, se refira a provações, ele estabelece um princípio básico e amplo que se relaciona com toda decisão em nossa vida, que também se encontra em outro ponto das escrituras:
Mateus 7:7-8 “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e, a quem bate, abrir-se-lhe-á.”
Quer seja uma das grandes decisões da vida, como a escolha de uma profissão ou de um companheiro, ou uma das tantas bem menos relevantes como onde almoçar ou o que preparar para refeição da noite, somos convidados a pedir sabedoria a Deus. Jesus fez isso. Havia multidões de seguidores que se diziam seus discípulos, mas Ele precisava apenas de doze que ficariam continuamente ao Seu lado e receberiam o treinamento intensivo para prosseguir com o trabalho na Sua ausência. A quem escolher?
Lucas 6:12-13 “Naqueles dias, retirou-se para o monte, a fim de orar, e passou a noite orando a Deus. E, quando amanheceu, chamou a si os seus discípulos e escolheu doze dentre eles, aos quais deu também o nome de apóstolos:”
Se Jesus precisou de tanto tempo na presença do Pai ao enfrentar uma decisão importante, quanto mais nós precisaremos de tempo na presença dEle!
Salmo 5:8 “Senhor, guia-me na tua justiça, por causa dos meus adversários; endireita diante de mim o teu caminho;”
Salmos 25:4-5 “Faze-me, Senhor, conhecer os teus caminhos, ensina-me as tuas veredas. Guia-me na tua verdade e ensina-me, pois tu és o Deus da minha salvação, em quem eu espero todo o dia.”
Salmo 27:11 “Ensina-me, Senhor, o teu caminho e guia-me por vereda plana, por causa dos que me espreitam.”
Salmo 31:3 “Porque tu és a minha rocha e a minha fortaleza; por causa do teu nome, tu me conduzirás e me guiarás.”
Salmo 43:3 “Envia a tua luz e a tua verdade, para que me guiem e me levem ao teu santo monte e aos teus tabernáculos.”
Salmo 139:23-24 “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração, prova-me e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno.”
Salmos 143:10 “Ensina-me a fazer a tua vontade, pois tu és o meu Deus; guie-me o teu bom Espírito por terreno plano.”
Davi entendeu os perigos de avançar com os seus próprios planos sem consultar o Senhor. Isso não nos surpreende pois, na história de Israel houve uma lição objetiva e muito clara, alguns anos antes, sobre esses perigos e Davi teve conhecimento disso. Quando Josué levou o povo para conquistar a terra, os habitantes de Gibeão os iludiram a fim de que fizessem com eles uma aliança de paz. Esse tratado, realizado sem consultar a Deus, traria sofrimentos aos israelitas durante muito tempo.
Josué 9:4 “usaram de estratagema, e foram, e se fingiram embaixadores, e levaram sacos velhos sobre os seus jumentos e odres de vinho, velhos, rotos e consertados;”
Como não consultaram ao Senhor, foram enganados e acabaram por firmar uma aliança com quem não deveriam. As consequências foram desastrosas e chegaram até o tempo de Davi, que precisou reparar o erro:
2 Samuel 21:1-6 “Houve, em dias de Davi, uma fome de três anos consecutivos. Davi consultou ao Senhor, e o Senhor lhe disse: Há culpa de sangue sobre Saul e sobre a sua casa, porque ele matou os gibeonitas. Então, chamou o rei os gibeonitas e lhes falou. Os gibeonitas não eram dos filhos de Israel, mas do resto dos amorreus; e os filhos de Israel lhes tinham jurado poupá-los, porém Saul procurou destruí-los no seu zelo pelos filhos de Israel e de Judá. Perguntou Davi aos gibeonitas: Que quereis que eu vos faça? E que resgate vos darei, para que abençoeis a herança do Senhor? Então, os gibeonitas lhe disseram: Não é por prata nem ouro que temos questão com Saul e com sua casa; nem tampouco pretendemos matar pessoa alguma em Israel. Disse Davi: Que é, pois, que quereis que vos faça? Responderam ao rei: Quanto ao homem que nos destruiu e procurou que fôssemos assolados, sem que pudéssemos subsistir em limite algum de Israel, de seus filhos se nos deem sete homens, para que os enforquemos ao Senhor, em Gibeá de Saul, o eleito do Senhor. Disse o rei: Eu os darei.”
Não podemos permitir que um erro desse tipo seja cometido se quisermos que a nossa vida tenha sentido diante de Cristo! Quanto tempo você gasta na presença do Senhor por dia tentando ouvir uma direção sobre um determinado assunto? Você talvez esteja enfrentando uma decisão importante sua vida neste momento. Você tem procurado desesperadamente orientação de outras fontes? Está se sentindo ansioso e apreensivo a respeito do assunto? A sua atitude preocupada não só está prejudicando a sua comunhão com Deus, como também impedindo que pense claramente a respeito de suas opções? Veja o conselho do apóstolo Paulo:
Filipenses 4:6-7 “Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus.”
Fale com Deus a respeito da decisão, compartilhe com Ele os seus pensamentos. Agradeça-lhe por Sua promessa de guiá-lo e goze da paz de mente que só o Senhor pode conceder!
Por Que a Oração é Tão Importante?
Talvez você ainda se pergunte por que a oração é tão importante, se Deus já prometeu nos orientar. A única resposta que podemos oferecer é que Ele simplesmente nos mandou orar. E pessoas crentes obedecem. É bem provável, entretanto, que existam muitas razões para essa exigência. Por um lado, a oração é uma admissão de necessidade. Deus quer que compreendamos o quão indefesos somos em nossa própria sabedoria. Enquanto negligenciarmos pedir orientação a Ele, estamos confirmando que sabemos o que é melhor para nós e que podemos tomar nossas decisões sozinhos, sem a Sua ajuda. Mas nosso poder de raciocínio, por si só, é insuficiente para enfrentar as inúmeras decisões que nos confrontam ao longo da vida.
Provérbios 3:5 “Confia no Senhor de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio entendimento.”
Quando pedimos orientação a Deus estamos reconhecendo nossa incapacidade para dirigir com êxito nosso futuro e pedindo a Sua ajuda. É exatamente nessa posição que Ele nos quer, perfeitamente cientes de que, em separado dEle, nada podemos fazer.
João 15:5 “Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.”
Certamente, Deus tem outras razões para pedir que oremos. A oração é a comunhão do nosso coração com o dEle, o período de tempo em que nossa mente se fixa nEle. Que momento seria mais oportuno para Ele colocar os Seus pensamentos na nossa mente do que nos períodos de silêncio e reflexão que passamos na Sua presença?
Algumas pessoas podem achar difícil ouvir a voz de Deus pois, na verdade, suas vidas estão se movendo na direção aposta. Eles O ignoram durante dias, meses, anos. Estão distantes da Sua comunhão. Porém, quando cultivamos a consciência da Sua Presença, nos tornamos mais sensíveis à Sua voz e às Suas brandas sugestões em nosso espírito. As convicções começam a se formar, o assunto se cristaliza e o nevoeiro se dissolve à medida que a vontade de Deus entra em foco. Se tivermos feito uma lista das vantagens e desvantagens de uma determinada alternativa, por exemplo, ou das razões por que queremos seguir uma certa direção, Deus pode reformular nossas prioridades ou até mesmo transformar nossos desejos enquanto oramos. As impressões colocadas por Deus em nossa mente através da oração não são ideias impulsivas e irresponsáveis que nos levam numa direção hoje e noutra amanhã. Trata-se de convicções profundas que se formam em nossas almas enquanto temos comunhão com Deus. E se emanam realmente dEle, elas se tornam cada vez mais profundas e firmes, à medida que continuamos aguardando pacientemente nEle em oração.
Tiago 1:5-8 “Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e nada lhes impropera; e ser-lhe-á concedida. Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando; pois o que dúvida é semelhante à onda do mar, impelida e agitada pelo vento. Não suponha esse homem que alcançará do Senhor alguma coisa; homem de ânimo dobre, inconstante em todos os seus caminhos.”
Deus abençoe a sua vida.
Ap. Alexandre Paz