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EMOÇÃO NÃO É DIREÇÃO

Texto baseado na pregação do dia 06/07/2025

Base bíblica: Juízes11:1-8, 29-35.

A história de Jefté em Juízes 11 nos ensina a estarmos muito atentos ao tomarmos decisões em meio a pressões. Veja um breve resumo nos versículos que seguem:

Jefté, o gileadita, era homem valente, porém filho de uma prostituta (v.1). Rejeitado pelos irmãos, foi expulso de casa e viveu entre homens levianos (v.3). Anos depois, quando Israel enfrentou guerra contra os amonitas, os anciãos buscaram justamente aquele que haviam desprezado: “Vem e sê o nosso chefe, para que combatamos contra os filhos de Amom” (v.6).

A proposta parecia perfeita: o rejeitado agora seria líder e guerreiro. Para quem sofreu humilhação, provar valor é tentador. Mas oportunidades atraentes nem sempre vêm de Deus. O inimigo também abre portas que alimentam o orgulho e a ansiedade. Jefté aceitou o desafio, mas, mesmo após o Espírito do Senhor vir sobre ele (v.29) — o que lhe garantia de vitória —, fez um voto precipitado: “Quem, voltando eu em paz, sair da porta da minha casa ao meu encontro, será do Senhor, e eu o oferecerei em holocausto” (v.30-31).

O preço da precipitação

A vitória foi concedida, mas a primeira a sair ao seu encontro foi sua filha única, celebrando com danças. Jefté rasgou as vestes: “Ah! filha minha, tu me prostras por completo!” (v.35). Ele manteve o voto e sofreu a maior perda de sua vida.

Esse episódio revela que emoção não é direção. O medo de falhar e a ânsia de garantir a bênção levaram-no a um compromisso que Deus jamais pediu. Quantas vezes fazemos o mesmo? Uma discussão em casa termina em palavras irreversíveis; um problema no trabalho leva a uma demissão impulsiva. Decisões movidas por raiva, orgulho ou medo quase sempre resultam em dor.

Vitórias que são derrotas

“Se alguém não cuida dos seus, e especialmente dos da própria casa, tem negado a fé e é pior do que o descrente” (1 Timóteo 5:8).

Jefté venceu uma guerra externa, mas perdeu dentro de casa. O que adianta conquistar reconhecimento se sacrificamos tempo, amor e cuidado pelos nossos? Muitos, em busca de sucesso, fazem exatamente isso.

Promessas que Deus não pediu

A Bíblia adverte: “Não é bom proceder sem refletir, e peca quem é precipitado” (Provérbios 19:2). Eclesiastes 5:5 reforça: “Melhor é que não votes do que votes e não cumpras.” Deus valoriza obediência, não votos ousados: “Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar” (1 Samuel 15:22). O profeta Miqueias resume: “Praticar a justiça, amar a misericórdia e andar humildemente como teu Deus”(Miqueias6:8) é o que agrada ao Senhor.

Emoções que nublam o discernimento

Raiva, medo e euforia são péssimos conselheiros. Assim como no mercado financeiro o “índice do medo” leva a decisões erradas, na vida espiritual o impulso pode nos afastar do propósito de Deus. Saul se precipitou e ofereceu sacrifício fora do tempo, perdendo o favor do Senhor (1 Samuel 15:22). A precipitação sempre cobra um preço.

Isaías 30:1 adverte: “Ai dos filhos rebeldes… que executam planos que não procedem de mim.” Decidir sem consultar a Deus é pecado de presunção. Mas Tiago 1:5 nos convida: “Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente.” O Senhor concede direção a quem O busca.

Por isso, antes de grandes escolhas — casamento, mudança, negócios — ore, jejue, peça conselho. “Na multidão de conselheiros segurança” (Provérbios 11:14).Essa é uma proteção que Deus estabeleceu para o Seu povo.

Aplicações para nossos dias

Espere a paz do Espírito. A paz de Cristo é árbitro em nosso coração (Colossenses 3:15).

Valorize sua casa. Não sacrifique família ou casamento para conquistar aplausos.

Prometa menos, obedeça mais. Deus se agrada da fidelidade cotidiana, não de palavras impetuosas.

Ore antes de agir. Decisões precipitadas geram perdas desnecessárias.

A vida de Jefté nos faz refletir: Que decisões estamos tomando apenas para provar valor ou buscar aprovação? Talvez tenhamos feito votos ou assumido compromissos sem direção divina. Deus é misericordioso para perdoar, mas escolhas têm consequências. Por isso, o caminho mais seguro é ouvir mais, falar menos e agir somente quando a paz do Espírito confirma.

Que cada célula e cada família aprendam a depender da voz de Deus. Que possamos vencer batalhas externas sem perder dentro de casa, caminhando em obediência e confiança, certos de que a verdadeira vitória está em permanecer na vontade do Senhor.

Deus abençoe a sua vida! Alexandre Paz