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O PERIGO DA OMISSÃO E O PODER DO POSICIONAMENTO

Texto baseado no culto de 22/06/2025

A Palavra de Deus nos conduz hoje ao episódio de Nabote e Acabe em 1 Reis 21. Nabote possuía uma vinha que era a herança de sua família. Acabe, rei de Israel, desejou essa vinha e tentou comprá-la, mas Nabote respondeu, negando o pedido: “Guarde-meo Senhor de que eu dê a herança de meus pais” (1 Reis 21:3).

A vinha de Nabote não era apenas uma propriedade, mas símbolo de herança espiritual. Assim também, cada um de nós recebeu do Senhor uma “vinha”: família, ministério, fé ou oportunidades que Ele nos confiou. O inimigo deseja roubar o que Deus nos deu, mas só não perde a herança quem a valoriza e protege.

Como Acabe não conseguiu o que queria, entristeceu-se e se recolheu, entregando espaço para que Jezabel, sua esposa, tramasse o assassinato de Nabote e, enfim, pudessem tomar a terra. Acabe se tornou cúmplice pela sua omissão. Esse é um alerta: a passividade abre espaço para que o espírito de manipulação e controle se instale.

A Bíblia nos adverte: “Ninguém foi como Acabe, que se vendeu para fazer o que era mal perante o Senhor, porque Jezabel, sua mulher, o instigava” (1 Reis 21:25). Esse espírito de Jezabel não se refere apenas à mulher do passado, mas ao poder espiritual que atua até hoje, tentando seduzir, manipular e controlar.

“Tenho, porém, contra ti o tolerares que essa mulher, Jezabel, que a si mesma se declara profetisa, não somente ensine, mas ainda seduza os meus servos a praticarem a prostituição e a comerem coisas sacrificadas aos ídolos.”

Em Apocalipse 2:20, o Senhor repreendeu a igreja de Tiatira porque tolerava o espírito de Jezabel. Isso nos mostra que esse espírito pode atuar dentro da igreja, por meio de manipulação emocional, controle espiritual ou doutrinas distorcidas. E quem o tolera não é vítima, mas cúmplice.

Esse espírito se disfarça de amor, mas age pelo medo, pela chantagem, pela sedução ou pela falsa segurança. O verdadeiro amor, no entanto, não é assim:

“O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se irrita, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se coma verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (1 Coríntios 13:4-7).

O amor verdadeiro respeita a liberdade, promove crescimento e não manipula. Diferente de Dalila, que pressionava Sansão até descobrir o segredo de sua força (Juízes 16:15-16), o amor não busca vantagem própria. Quem cede à manipulação termina enfraquecido, cego e preso, como Sansão. O amor e a manipulação definitivamente não combinam.

Porém, o fim de Jezabel foi trágico (2 Reis 9:30-33). Jeú, comandante do exército de Israel, teve um posicionamento firme. Jezabel tentou intimidá-lo e seduzi-lo, mas Jeú não entrou em diálogo com ela. Ele se posiciona firmemente e convoca os eunucos a se levantarem. Esses eunucos — que até então estavam sob influência de Jezabel — obedecem à ordem de Jeú e a lançam da janela, cumprindo a profecia do juízo de Deus. Esse é o chamado de Deus para nós: não dialogar com o espírito de Jezabel, mas resistir. “Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tiago 4:7).

Na prática, isso significa não permitir manipulação em relacionamentos, famílias, igrejas ou ministérios. O discipulado bíblico exorta, ensina e corrige em amor, mas nunca controla. Até no casamento, o chamado do marido não é controlar, mas amar (Colossenses 3:18-19). O vínculo do Reino não é medo nem manipulação, mas amor.

Jesus declarou: “Se o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” (João8:36).E a Palavra também nos lembra: “No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo” (1 João 4:18). Se uma relação é marcada pelo medo, ali não está o amor de Deus, mas o espírito de manipulação.

Portanto, o desafio para nós é discernir: estou agindo por amor ou por medo? Onde há medo, há controle. Onde há amor, há liberdade. O verdadeiro vínculo que nos une como igreja não é o controle, mas a confiança e o amor de Cristo.

Que possamos declarar hoje: “O espírito de manipulação não terá lugar na minha vida. O amor verdadeiro reinará em minha casa, na célula, no casamento, no ministério e em todos os meus relacionamentos.”

Deus abençoe você.

Alexandre Paz