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POSICIONAMENTO E SANTIDADE

Texto baseado na pregação do dia 15/06

“Ora, saiu Diná, filha que Jacó tivera com Lia, para ver as filhas da terra. Viu-a Siquém, filho de Hamor, o heveu, príncipe daquela terra; tomou-a, e a possuiu, e a humilhou. Apegou-se-lhe a alma, e amou a jovem, e falou-lhe ao coração. Então disse Siquém a Hamor, seu pai: Consegue-me esta jovem por esposa.” Gênesis 34:1-4

A história de Diná nos apresenta um alerta espiritual profundo. A jovem saiu de casa apenas para “ver como era lá fora”. Não havia propósito, missão ou direção, apenas curiosidade. Esse pequeno movimento abriu brechas para uma tragédia familiar e espiritual. O inimigo sempre se aproveita de distrações para lançar suas armadilhas.

Assim pode acontecer conosco. Quantos decidem “dar só uma olhadinha” no que o mundo oferece e acabam se envolvendo nele? Um clique em um site impróprio, uma conversa que parece inofensiva, uma amizade que não acrescenta nada à fé. Mas a Bíblia nos mostra que escolhas aparentemente pequenas podem gerar consequências dolorosas. Diná perdeu sua honra, sua família foi marcada por vingança e violência, e Jacó, como líder, sofreu as consequências de sua omissão.

O perigo da curiosidade sem propósito

O mundo sempre estará de braços abertos para seduzir e atrair. O pecado pode parecer prazeroso no momento, mas logo mostra suas consequências. Por isso, precisamos guardar o coração e renovar a mente pela Palavra. A distração abre portas para feridas profundas e pode macular nossa identidade em Cristo.

Davi viveu uma situação semelhante. Enquanto deveria estar na guerra, permaneceu em casa e, da sacada do palácio, viu Bate-Seba. A curiosidade se transformou em desejo, o desejo em pecado, e o pecado trouxe graves consequências (2 Samuel 11). Assim como Diná, Davi nos lembra que a falta de vigilância abre espaço para a queda.

O perigo das falsas alianças

Após o abuso de Diná, Hamor tentou propor uma aliança: “A alma de meu filho,Siquém, está apegada fortemente a vossa filha. Peço-vos que a deis por esposa. Aparentai-vos conosco; dareis as vossas filhas, tomareis as nossas, e habitareis conosco. A terra estará à vossa disposição” (Gênesis 34:8-10).

Isso representa a estratégia do inimigo: maquiar o pecado como oportunidade, transformar tragédias em acordos aparentemente vantajosos. Muitas vezes, aparecem propostas sedutoras, mas que não vêm de Deus. Quando aceitamos negociações com o mundo, diluímos nossa santidade e corremos risco de perder nossa identidade espiritual.

Se não é de Deus, é do inimigo. É simples assim. Um trabalhador santo não aceita propina. Um discípulo de Cristo não encobre mentiras para agradar superiores. Uma família de Deus não abre mão de princípios para evitar constrangimento. “E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Romanos 12:2).

O perigo da omissão

Talvez o ponto mais grave da narrativa seja a postura de Jacó. Diante do abuso de sua filha, ele se calou. Quando seus filhos, Simeão e Levi, agiram com vingança e mataram os homens da cidade, Jacó finalmente falou — mas sua preocupação não era com o pecado ou a justiça de Deus, e sim com sua reputação diante dos povos vizinhos (Gênesis 34:30).

Esse silêncio de Jacó expôs sua omissão como pai e líder. Quando a liderança espiritual falha em se posicionar, os filhos assumem a frente. E quando isso acontece, o sacerdócio da família já está comprometido. A omissão deste pai, liberou seus filhos a uma vingança sangrenta que maculou a história da família.

Um pai omisso enfraquece a autoridade dentro do lar. Uma mãe que “deixa a vida rolar” sem confrontar escolhas erradas perde a oportunidade de guiar os filhos na verdade. Não somos responsáveis por todas as decisões de nossos filhos, mas somos chamados a intervir nos momentos decisivos.

Assim como Deus perguntou a Adão: “Onde estás?” (Gênesis 3:9), Ele também nos pergunta hoje. Onde estamos como pais, líderes e discípulos? Qual tem sido nosso posicionamento diante das situações de pecado e pressão do mundo?

Posicionamento e santidade

Não existe meio-termo. Não existe negociação com o pecado. O povo de Deus é chamado para ser santo e separado. A omissão gera tragédias tanto quanto o pecado em si.

A verdadeira liderança espiritual exige clareza para dizer “não” quando necessário e coragem para afirmar “sim” à vontade de Deus. A reputação é importante, mas não pode ser maior que a obediência ao Senhor. Como diz Provérbios: “Mais vale o bom nome do que as muitas riquezas” (Provérbios 22:1). O bom nome não é construído sobre aparências, mas sobre posicionamento firme na verdade.

Aplicação para nós hoje:

O texto de Gênesis 34 nos mostra três perigos espirituais atuais:

  1. A curiosidade sem propósito, que abre portas para distrações fatais.
  2. As falsas alianças, que diluem nossa identidade em Cristo.
  3. A omissão, que mina a liderança espiritual da família.

A resposta para cada um desses perigos está no posicionamento. Quando afirmamos: “Se não é de Deus, não é para mim”, protegemos nossa vida, nossa família e nossa fé.

“Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o coração, porque dele procedem as fontes da vida” Provérbios 4:23

A história de Diná é um alerta para cada um de nós. O inimigo continua usando as mesmas estratégias: curiosidade, sedução e falsas propostas. Mas o Senhor nos chama a vigilância, santidade e posicionamento. Que não sejamos omissos, mas sacerdotes firmes em nossos lares, pais e mães atentos, líderes espirituais corajosos.

A pergunta de Deus continua ecoando: “Onde estás?”. Que nossa resposta seja: “Aqui estou, Senhor, posicionado na Tua vontade, guardando minha casa, vivendo em santidade, firme no propósito que o Senhor me confiou.”

Deus abençoe a sua vida!

Alexandre Paz