Texto baseado no culto do dia 02/03/2025
“Uma vez em terra, verificamos que a ilha se chamava Malta. Os bárbaros trataram-nos com singular humanidade, porque, acendendo uma fogueira,acolheram-nos a todos por causa da chuva que caía e por causa do frio. Tendo Paulo ajuntado e atirado à fogueira um feixe de gravetos, uma víbora, fugindo do calor, prendeu-se-lhe à mão. Quando os bárbaros viram a víbora pendente da mão dele, disseram uns aos outros: Certamente, este homem é assassino, porque, salvo do mar, a Justiça não o deixa viver. Porém ele, sacudindo o réptil no fogo, não sofreu mal nenhum; mas eles esperavam que ele viesse a inchar ou a cair morto de repente. Mas, depois de muito esperar, vendo que nenhum mal lhe sucedia, mudando de parecer, diziam ser ele um deus.” Atos 28:1-6 (ARA)
Quantas vezes você já se viu em um lugar inesperado, vivendo uma estação difícil e se perguntando: “O que estou fazendo aqui?” A história de Paulo em Atos 28 nos mostra que os desvios na nossa jornada podem ser apenas aparentes aos nossos olhos, mas nunca aos de Deus. O apóstolo tinha um destino claro: Roma. Era para lá que ele se dirigia como prisioneiro, certo de que, mesmo acorrentado, cumpriria sua missão de pregar o Evangelho. Mas, no caminho, veio o naufrágio… e a chegada em Malta.
Para muitos, Malta representaria o fim da linha. Um acidente. Um lugar de frustração e atraso. Mas, para Deus, Malta era parte da rota. Ali, mesmo sem saber, Paulo estava entrando em um novo campo missionário.
Ao chegar à ilha, depois de sobreviver ao naufrágio, Paulo foi acolhido pelos nativos. Enquanto ajudava a acender uma fogueira, foi picado por uma víbora. Para os habitantes da ilha, aquilo era um sinal de juízo divino: “Certamente este homem é assassino”, diziam. Mas Paulo, sem pânico, sem murmuração, simplesmente sacudiu a serpente no fogo e seguiu em frente. Nada lhe aconteceu. O que parecia um ataque tornou-se uma plataforma. Aquilo que poderia matá-lo revelou a autoridade que havia sobre ele.
Quantas vezes vivemos situações semelhantes? O que parece ser uma crise, um golpe do inimigo ou uma injustiça pode ser, na verdade, a abertura de um novo tempo. Deus usa até mesmo as serpentes do caminho para revelar Sua glória em nós. A forma como reagimos diante das adversidades revela onde está nossa confiança e transforma o ambiente ao nosso redor.
O episódio da serpente abriu espaço para algo ainda maior. Os olhos dos nativos se voltaram para Paulo e isso preparou o caminho para um mover sobrenatural. Ele foi levado até a casa de Públio, homem influente da ilha, cujo pai estava doente. Paulo orou por ele e o curou. O testemunho se espalhou, e muitos outros enfermos vieram e também foram curados.
Perceba a transição: do naufrágio à cura. Da víbora ao mover de milagres. Da prisão à plataforma. A ilha que parecia ser prisão tornou-se um altar de manifestação da glória de Deus.
Essa palavra é um chamado à mudança de perspectiva. Talvez você esteja em uma “Malta” pessoal — um lugar não planejado, uma situação difícil, algo que foge totalmente ao seu controle. Mas… e se Malta for exatamente o lugar onde Deus quer usar você? Ese o ambiente hostil no trabalho, a crise na família ou a limitação financeira forem os cenários onde o Reino de Deus precisa ser revelado?
Malta nos ensina que a presença de Deus não se mede pela ausência de problemas. O navio pode ter afundado. A serpente pode ter mordido. Mas nada disso é capaz de interromper os planos do Céu. O que Deus começou, Ele vai completar. E, muitas vezes, os recursos para continuar chegam justamente dos lugares que pareciam ser o fim.
Veja o que diz Atos 28:10:
“Eles nos distinguiram com muitas honrarias e, quando partimos, nos forneceram tudo de que precisávamos.”
O lugar do naufrágio se tornou o lugar da provisão! Deus usou Malta para renovar as forças, curar os feridos e preparar os discípulos para a próxima etapa. Paulo não saiu de lá como chegou. E você também não precisa sair da sua “Malta” do mesmo jeito.
Uma das revelações mais marcantes dessa palavra é que o ambiente não precisa mudar para que o Reino se manifeste. Quem precisa se manifestar é você! O Reino já está dentro de você. Quando Paulo entendeu que Malta era missão, e não interrupção, ele se levantou, orou, curou, pregou e ensinou. O resultado disto foi que toda a ilha foi impactada.
Nossa reação determina se a dificuldade será um altar ou um abismo. Os que enxergam apenas impossibilidades vivem paralisados, mas os que veem oportunidades se levantam como agentes do Reino.
Quantos vivem como os dez espias que voltaram do reconhecimento da terra prometida dizendo: “É boa, mas há gigantes.” Já outros, como Josué e Calebe, tinham um espírito diferente. Eles viram a mesma terra, mas com olhos da fé: “Deus nos deu. Vamos conquistar!”
Hoje, talvez você esteja vivendo um tempo em que tudo parece fora do lugar. O plano era outro. A estrada era outra. Mas não permita que isso faça você esquecer quem o enviou.
Aonde quer que você vá, Deus continua com você. Malta não é o fim. Malta é o palco. E você é o instrumento que Deus quer usar para transformar esse território.
Que nesta semana você escolha ver o meio copo cheio. Que seus olhos espirituais sejam abertos para discernir o que o Senhor está fazendo no meio da adversidade. Que sua vida pregue o Evangelho antes mesmo que sua boca o anuncie. Que Malta deixe de ser um trauma e se torne um testemunho.
Você pode estar cercado por limitações, mas a promessa ainda está de pé. Se Deus o plantou ali, é porque Ele quer brilhar através de você. E, quando esse tempo passar, você será honrado, suprido e fortalecido para a próxima fase da missão.
Você está enxergando sua Malta como uma impossibilidade… ou como uma
plataforma para Deus agir?
Deus abençoe sua vida!