No momento você está vendo  A Igreja do Primeiro Século: um modelo para desatar líderes

 A Igreja do Primeiro Século: um modelo para desatar líderes

Texto baseado no culto do dia 26/01/2025

E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. Em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos. Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade. Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos.”Atos 2:42-47

O início da Igreja, registrado neste texto, nos revela um padrão poderoso e atemporal. A comunidade cristã nascida do Pentecostes não apenas sobreviveu às adversidades da época, mas também cresceu e transformou seu território com um impacto visível, profundo e duradouro. Diante do decreto profético que estamos vivendo este ano — desatar líderes em cada território —, somos chamados a olhar para esse modelo e discernir como ele pode nos conduzir a um tempo de avivamento autêntico.

Desatar líderes vai além de estruturar treinamentos ou criar espaços de visibilidade. Exige quebrar cadeias internas, restaurar corações e ativar o propósito de Deus na vida de cada um. Lembre de Lázaro: ele foi ressuscitado por Jesus, mas, num primeiro momento, ainda se encontrava preso pelas ataduras até que se ouviu: “Desatai-o e deixai-o ir” (João 11:44). Esta é a imagem de como muitos se encontram hoje: ressuscitados em Cristo, mas limitados por amarras, aguardando que a Igreja exerça seu papel no processo de libertação e ativação ministerial.

Para vivermos isso, o Senhor tem nos revelado um tripé essencial: discipulado, santidade e despertamento. Esses pilares, vividos pela Igreja primitiva, nos desafiam a alinhar nossa prática atual ao modelo bíblico e não apenas a modelos modernos que, por vezes,priorizam números e eventos em detrimento da essência.

Discipulado: fundamento na Palavra e relações intencionais

Atos 2:42 afirma que a Igreja “perseverava na doutrina dos apóstolos”. Esse não era um conhecimento teórico, mas um ensino que fluía de uma vida transformada. Os apóstolos discipulavam com palavras, mas também com ações. Suas vidas eram um testemunho vivo da mensagem que pregavam.

Hoje, fala-se muito em proporcionar experiências nas igrejas. Embora experiências sejam válidas, sem o alicerce da Palavra elas se tornam superficiais. O discipulado verdadeiro equilibra o poder do Espírito Santo com o ensino consistente da verdade. Fazer discípulos é caminhar junto, formar caráter e acompanhar processos. Líderes desatados precisam, primeiro, ser discípulos comprometidos — e, então, intencionalmente, fazer outros discípulos.

Santidade: comunhão, generosidade e oração como fruto de consagração

O texto segue mostrando que a Igreja vivia em comunhão, partilhava suas necessidade e perseverava nas orações (Atos 2:42-46). Santidade não é apenas uma vida sempecado, mas uma vida separada para Deus. A primeira evidência de santidade é a manutenção da comunhão. O pecado sempre rompe esse elo, como aconteceu com Adão no Éden (Gênesis 3:9). Quando pecamos, nossa tendência é nos escondermos de Deus e dos irmãos.

A Igreja do primeiro século mantinha vínculos saudáveis. Seus relacionamentos eram marcados pela pureza, a generosidade derrotava o egoísmo e a oração liberava o poder do sobrenatural de Deus. Quando oramos, acessamos o céu e o fogo desce. A santidade prática inclui generosidade, partilha e vida de oração constante. Esses são sinais de uma Igreja viva.

Despertamento: avivamento que transforma pessoas e territórios

O resultado dessa vida de discipulado e santidade era visível: milagres, alegria e crescimento (Atos 2:46-47). A igreja se reunia com “alegria e singeleza de coração”, e o Senhor acrescentava diariamente os que iam sendo salvos. Esse despertamento não era movido por estratégias humanas, mas pela Presença manifesta de Deus.

É importante ressaltar: o despertamento não é sinônimo de grandes eventos. Ele começa no coração de cada líder que se posiciona no Espírito, busca a Deus em intimidade e decide ser canal de transformação. O avivamento pessoal precede o coletivo. O Espírito que veio com fogo no cenáculo é o mesmo que deseja reacender a chama em nossos corações hoje.

Os testemunhos vivos e as curas que temos presenciado em nosso meio são evidências do agir sobrenatural de Deus entre nós. Não se trata de promoção humana, mas da glória do Senhor se revelando onde há corações rendidos, fé genuína e compromisso com a verdade. O verdadeiro anúncio do Reino é feito pelo próprio Espírito Santo, que confirma a Palavra com sinais, maravilhas e transformação de vidas.

Chamado à liderança com propósito

Líderes que vivem o tripé — discipulado, santidade e despertamento — transformam não apenas suas vidas, mas ativam outros. O discipulado gera profundidade e continuidade. A santidade inspira confiança e pureza de propósito. O despertamento ativa fé, ousadia e frutos eternos.

Precisamos olhar além do imediato. Muitos, ao final de suas vidas, lamentarão por terem buscado apenas conquistas materiais. O tribunal de Cristo recompensará a fidelidade e o cumprimento do propósito de Deus. Viver separado para o Reino é mais importante do que qualquer sucesso terreno.

Por isso, se posicione. Volte ao altar. Seja novamente cheio do Espírito Santo. Permita que o Senhor te levante como um Moisés dos dias atuais — mesmo que marcado pelo passado, foi usado pelo Senhor e cheio da glória de Deus. Líderes não são forjados apenas nos púlpitos, mas no secreto, na obediência e no fogo do altar.

Conclusão

A Igreja do primeiro século nos deixou um legado poderoso. Não por ter uma estrutura ideal, mas por viver o propósito com fidelidade. Eles perseveraram na Palavra, viveram a santidade de forma prática e foram despertados pelo Espírito Santo para impactar sua geração.O mesmo modelo é válido hoje. Não precisamos reinventar a Igreja, e sim retornar à sua essência. Que cada líder, célula e ministério abrace esse chamado e viva intensamente os pilares que o Senhor nos confiou.

“Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos.” Atos 2:47

Deus abençoe a sua vida!

Alexandre Paz

Assista ao culto completo pelo link abaixo: