Baseado na live de 18/01/2005
O discipulado é o princípio fundamental para levantar e desatar líderes no Reino de Deus. Antes de discipular alguém, cada pessoa precisa viver um avivamento pessoal, pois ninguém pode levar outro a um nível que ainda não experimentou. O primeiro líder que precisa ser desatado é aquele que está diante do seu espelho.
A importância do acompanhamento espiritual
Nenhum discípulo cresce sozinho. A cobertura espiritual é essencial para a proteção e o crescimento saudável dentro do propósito de Deus em nossa vida. Muitos questionam essa necessidade, mas a ausência de discipulado pode expor a pessoa a pecados ocultos e imperceptíveis ao próprio discípulo, podendo conduzir a um caminho de ruína. A Palavra de Deus é clara: “Nada há encoberto que não haja de ser manifesto; e nada se faz para ficar oculto, mas para ser descoberto” Marcos 4:22.
O discipulado não é um ambiente de acusação, mas de amor e transformação no caminhar junto. Quem caminha sozinho corre o risco de se perder, pois “o solitário busca o seu próprio interesse e insurge-se contra a verdadeira sabedoria” Provérbios 18:1. O discipulado proporciona cura e libertação e nos ajuda a alinhar a vida particular ao propósito que Deus vai nos revelando pessoalmente.
“Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes curados”. Tiago 5:16
O discipulado e a multiplicação
Jesus nos deixou a grande comissão: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado” Mateus 28:19-20. O discipulado é a ferramenta que multiplica o Reino de Deus, capacitando novos líderes e gerando frutos que permanecem. Se houvesse alguma outra ferramenta para cumprir o “ide” mais eficaz do que o discipulado, o próprio Senhor Jesus teria nos anunciado. Porém, no texto acima, vemos que Jesus entrega a missão juntamente com a ferramenta.
Esse processo envolve ensino prático e encontros entre líder e discípulo. Jesus não escolheu impactar multidões apenas, mas investiu sua vida em doze homens que se tornaram os pilares da Igreja. Vemos, portanto, que a multiplicação acontece por meio do discipulado.
Frutificação ou multiplicação?
Frutificar significa ganhar vidas para Cristo, mas multiplicar envolve formar novos discípulos. Uma pessoa que se converte mas não é discipulada, corre o risco de permanecer como um bebê espiritual. O Reino não precisa apenas de conversões momentâneas, mas de vidas transformadas e capacitadas para liderar.
Não basta encher igrejas com pessoas que permanecem passivas. O discipulado gera crescimento espiritual e transformação de caráter. Muitos acreditam que evangelizar é apenas convidar alguém para o culto ou célula, mas a verdadeira transformação acontece quando alguém é acompanhado, ensinado e desafiado a crescer.
O modelo bíblico do discipulado
Paulo exemplificou esse modelo ao discipular Timóteo. Em 2 Timóteo 2:2, ele instrui: “E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros”. Aqui, através deste acompanhamento, vemos quatro gerações se multiplicando. Essa cadeia discipular gera esta multiplicação e garante que o Reino avance por gerações.
Paulo investiu tempo, cartas e orações em seus discípulos. Mesmo sem tecnologia, ele manteve contato e acompanhou Timóteo, mostrando que discipulado não depende de proximidade física, mas de compromisso e fidelidade ao chamado.
Os três pilares do discipulado
- Relacionamento: O discipulado começa com um vínculo genuíno. Jesus caminhou com seus discípulos, compartilhando sua vida e ensinando-os na prática. Sem amor e proximidade, o discipulado se torna uma mera formalidade.
- Ensino: Discipulado não é apenas transmitir conhecimento, mas ensinar através do exemplo. A vida do discipulador deve refletir os princípios do Reino de Deus, sendo um modelo a ser seguido.
- Compromisso: O discipulado exige tempo e dedicação. Sem investimento de tempo, não há crescimento real. Jesus dedicou três anos intensos à formação de seus discípulos, e nós devemos seguir esse modelo.
Multiplicação para o Reino
O discipulado começa em casa, com os filhos, e se estende às células, igrejas e comunidades. Ensinar multidões é importante, mas o discipulado pessoal gera líderes maduros e comprometidos com a expansão do Reino de Deus.
Jesus nos ensinou a orar antes de escolher discípulos (Lucas 6:12-13). O discipulado começa com intercessão e continua com acompanhamento intencional. Não se trata apenas de ensinar doutrinas, mas de transformar vidas para que elas se tornem multiplicadoras.
O discipulado é a estratégia divina para a expansão do Reino de Deus. Se cada discípulo se comprometer a discipular outros, veremos um crescimento exponencial e um impacto territorial para Cristo. O chamado de Jesus é claro: sejamos discípulos e façamos discípulos.
Para garantir que o discipulado seja eficaz, é necessário aprofundar-se nos princípios que sustentam esse processo. Além do relacionamento, ensino e compromisso, a prática do discipulado envolve desenvolver um coração ensinável, reconhecer a necessidade de crescimento contínuo e ter disposição para servir.
A transformação de um discípulo é evidenciada pelo caráter moldado à semelhança de Cristo. Discipulado não é apenas ensinar doutrina, mas também lapidar o coração e alinhar as atitudes à vontade de Deus. O verdadeiro discipulado leva à maturidade espiritual e ao compromisso de multiplicar o Reino de Deus.
Quem compreende a importância do discipulado entende que essa é a estratégia de Deus para expandir Seu Reino. Cada discípulo formado se torna uma semente que gerará muitos frutos. Assim, a multiplicação acontece de maneira orgânica, alcançando territórios e impactando vidas para a glória de Deus.
Deus abençoe a sua vida!
Alexandre Paz
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