Palavra ministrada dia 09/04/24 – Rede de Mulheres
“Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio“. Salmo 90:12
Semana passada vimos a diferença entre o nosso tempo (cronos) e o tempo de Deus (kairós), aquilo que está em nosso controle e o que não está. Também vimos o quanto a boa gestão do nosso tempo nos impulsiona a avançarmos em nossos dias e alcançarmos objetivos e propósitos alinhados à vontade de Deus sempre boa, perfeita e agradável (Rm 12:2). Hoje veremos o quanto o fator obediência é essencial para compreendermos o tempo que vivemos, para discerni-lo e para podermos tomar decisões acertadas e assertivas na caminhada com o Senhor.
Há patamares que desejamos alcançar em nossa vida que estão fora de nosso alcance de modo proposital, por não estarmos suficientemente preparados para os desafios que nos esperam lá. Cada desafio que se apresenta diante de nós é mais do que uma prova, é um exercício para nossa fidelidade. Existem áreas de nossa vida que precisam alcançar determinados níveis de maturidade para que possamos viver na terra da promessa, tão desejada, de modo que possamos subsistir aos gigantes que precisaremos vencer ao chegar lá e para que, então, vivamos, de fato, a vontade boa, perfeita e agradável de Deus em nossos dias.
Qual foi o último desafio que Deus lhe propôs? E qual foi a direção ou correção dada por Ele naquela ocasião? Às vezes buscamos com veemência alcançar determinados patamares de conquistas, porém, diante de desafios menores, não respondemos com fidelidade ao Senhor. Noutros momentos, nossa obediência vem vazia de sujeição, o que pode confundir até mesmo nosso próprio coração.
Em um determinado sábado, Jesus entrou numa sinagoga para ensinar. Os fariseus e escribas já estavam atentos a Ele, pois tinha feito coisas no sábado que eram contrárias às tradições religiosas deles. Naquele dia, Jesus se deparou com um homem que tinha a mão mirrada. Essa deficiência pode ser comparada a áreas que estão estagnadas ou atrofiadas. Os escribas e fariseus estavam prontos para acusar Jesus, observando atentamente para ver se Ele curaria no sábado. Jesus, conhecendo os pensamentos deles, perguntou: “É permitido fazer o bem ou o mal no sábado? Salvar a vida ou matar?” Olhando ao redor, disse ao homem: “Estenda a mão.” O homem estendeu e a mão foi restaurada.” Lucas 6:6-10
Essa passagem revela a sabedoria de Jesus, que não fez uma oração forte ou uma ação religiosa, mas simplesmente deu um comando: “Venha para o meio.” Ao obedecer, o homem recebeu o seu milagre. Isso mostra que o sobrenatural de Deus está totalmente conectado à nossa obediência.
A obediência é o foco, mostrando-nos o poder transformador de Deus através dela. O Espírito Santo nos dá comandos baseados naquilo que Deus já nos revelou intimamente. Quando enfrentamos problemas e crises, a resposta está na obediência, não necessariamente em uma oração forte.
Sabemos que “obediência gera bênção.” Às vezes, Deus nos pede coisas valiosas, como foi a entrega de Isaque por Abraão. “Entregar um Isaque” significa colocar diante de Deus algo muito precioso, confiando nEle completamente. Quando Abraão obedeceu e entregou Isaque, Deus providenciou um cordeiro para o sacrifício, restituindo Isaque ao pai.
Entregar um Isaque não é um ato físico, mas a entrega de algo que pesa no coração. Pode ser algo específico, uma situação, o sentimento por alguém, uma dor, uma área em crise… É confiar em Deus e obedecer aos Seus comandos, mesmo que seja algo custoso. Muitas vezes, entregamos algo esperando que Deus nos devolva, mas Ele conhece nosso coração e nossas intenções. Quando entregamos algo, Deus pode tomar para Si, e temos que estar dispostos a sacrificar. Mesmo que, simbolicamente, o sacrifício se torne permanente, Deus sabe o que é melhor para nós. Abraão estava disposto a isso, confiando completamente em Deus.
Este ensinamento fala profundamente sobre a importância da obediência e como ela ativa o sobrenatural de Deus em nossas vidas. Abraão entregou Isaque em seu coração antes mesmo de subir o Monte Moriá. Ele estava disposto a descer do monte sem seu filho. A obediência de Abraão é algo que nos constrange e nos desafia profundamente. Na manhã seguinte em que ouviu o comando do Senhor, Abraão partiu decidido pela entrega. Ele não pediu confirmações, não hesitou, apenas obedeceu.
Deus pode nos devolver o que sacrificamos, ou Deus pode queimar nossa oferta no altar e tomar para Si. Ele pode todas as coisas! Deus pode, diante de nossa obediência, aguardar um tempo para movimentar as águas. Então, teremos que aguardar Seu silêncio por um tempo… Numa situação assim, Deus nos chama a mantermos firmes a fé no comando recebido, mesmo sem vermos respostas imediatas.
“Porque desde a antiguidade não se ouviu, nem com ouvidos se percebeu, nem com olhos se viu um Deus além de ti, que trabalha para aquele que nele espera.“ Isaías 64:4
Qual é o tempo “kairós” que você está vivendo? Você está a espera de algo? Quando o Senhor encontrar o seu coração pronto para a próxima estação, Ele será o primeiro a conduzi-lo a ela. Há um kairós de Deus perfeito, que não tem a ver com o que pensamos ou achamos, mas com a direção dEle.
“Entretanto, o barco já estava longe, a muitos estádios da terra, açoitado pelas ondas, porque o vento era contrário. Na quarta vigília da noite, foi Jesus ter com eles, andando por sobre o mar. E os discípulos, ao verem-no andando sobre as águas, ficaram aterrados e exclamaram: É um fantasma! E, tomados de medo, gritaram. Mas Jesus imediatamente lhes disse: Tende bom ânimo! Sou eu. Não temais! Respondendo-lhe Pedro, disse: Se és tu, Senhor, manda-me ir ter contigo, por sobre as águas. E ele disse: Vem! E Pedro, descendo do barco, andou por sobre as águas e foi ter com Jesus. Reparando, porém, na força do vento, teve medo; e, começando a submergir, gritou: Salva-me, Senhor! E, prontamente, Jesus, estendendo a mão, tomou-o e lhe disse: Homem de pequena fé, por que duvidaste? Subindo ambos para o barco, cessou o vento.” Mateus 14:24-32
Quando Jesus disse “vem”, Pedro saiu do barco e andou sobre as águas em direção a Ele. Quando reparou no vento, teve medo e começou a afundar. Imediatamente, Jesus estendeu a mão e o segurou, dizendo: “Homem de pequena fé, por que você duvidou?”

No dia em que a próxima estação chegar, Deus dirá “vem”, e é preciso estar pronto. Outros desafios virão. Jesus preparou Pedro para esse momento, através de um relacionamento de intimidade profundo com Ele, pois chegaria o momento de dizer ao discípulo que precisaria colocar o pé fora do barco e andar sobre as águas. Portanto, saiba que Ele está te preparando para o dia de te propor este desafio. Imagine se esse comando de Jesus a Pedro acontecesse for a do tempo, sem que Pedro estivesse preparado para obedecer. Pedro poderia negar imediatamente. Ou poderia se agarrar firmemente na beirada do barco, implorando: “Por favor, Jesus, não!”. Talvez, com um pouco de encorajamento, colocaria o pé para fora do barco, mas com medo, acabaria afundando.
Este é um tempo em que se está gerando algo importantíssimo na maturidade: a confiança. Confiança foi a a poderosa arma que Jesus construiu num relacionamento de intimidade com Pedro. Eles tinham um relacionamento sólido, verdadeiro e profundo. Por tudo isso, Jesus pode dizer, naquele momento: “Vem”. Pedro olhou nos olhos de Jesus e foi na direção dEle. É necessário estar pronto para isso. Você estaria pronto hoje para este comando de Jesus? Se isso ainda não aconteceu, é porque o Senhor está gerando a confiança necessária para que você possa caminhar sobre as águas com Ele.
Ele te ama demais para te chamar fora de hora. Quando essa estação chegar em sua vida, você vai reconhecer a voz de Jesus, que te chamará para andar sobre as águas e experimentar coisas sobrenaturais que só existem nesse relacionamento com Ele. Ele vai te chamar e você saberá que o olhar de Jesus te sustentará sobre as águas.
Quando Ele nos chama, Ele nos respalda. Isso significa que existe mais segurança caminhando sobre as águas fora do barco, do que na aparente segurança dentro dele. Pense nisso. Esse barco pode representar o aparente lugar seguro, a zona de conforto que não leva a lugar nenhum. Mas quando ouvimos um comando de Jesus e identificamos a Sua voz, Ele nos respalda, desde que nossos olhos estejam nEle. Pedro experimentou isso. Houve um momento em que os olhos de Pedro se desviaram dos olhos firmes de Jesus. A força dos ventos e das águas o dispersou do propósito e do respaldo que sustentava o comando recebido. Então, começou a afundar. São os olhos do Mestre que garantem a segurança e a chegada no objetivo.
O barco é a medida de capacidade de cada um. O contexto deste episódio em Mateus 14:22-33 revela que eles haviam chegado num ponto em que o barco tinha grande dificuldade de avançar. Os discípulos já tinham investido horas remando e não conseguiam atravessar o Mar da Galileia. Esse barco simboliza a medida de capacidade de cada um, o que nos leva até determinado ponto. Porém, para ir adiante, será necessário sair do barco sob um comando de Jesus para viver o sobrenatural.
Precisamos afinar os ouvidos à voz do Mestre e, ao comando dEle, ter a coragem de colocar o pé para fora do barco e caminhar sobre as águas. Será que todos estão prontos para esse comando? A situação específica de cada um pode ser diferente, mas todos estamos sendo preparados pelo Senhor para novos níveis, novas estações de conquistas.
Identificar a estação atual é o ponto de partida para vencer os desafios do momento e nos alavancar para a maturidade necessária que nos levará à próxima etapa. Sem este preparo, não seria possível subsistir na próxima estação.
Deus abençoe a sua vida e lhe conduza à nova estação. Que seus ouvidos estejam afinados à voz de Jesus e o seu coração esteja alinhado ao Seu comando.
Mônica Hickmann Paz