(Culto ministrado no dia 03/12/2023)
Iniciamos, há algumas semanas atrás, uma série de mensagens sobre a restauração das 12 portas dos muros de Jerusalém, a partir do livro de Neemias. Hoje seguiremos com este estudo, depois de duas semanas voltados aos Encontros com Deus vividos no ministério. Abordaremos mais duas portas que necessitam de restauração. Há uma rica analogia e ensinamentos para nossas vidas nesse contexto.
Quando falamos de muros, falamos de proteção e solidificação. Uma muralha representa algo sólido que nos protege. Quem aqui estaria disposto a morar em uma casa sem muro? Ao restaurarmos as portas, fechamos as brechas do muro. A Bíblia nos exorta a sermos reparadores de brechas, pois enquanto houver brechas em nossas vidas, o inimigo terá acesso. Não adianta ter uma muralha robusta se houver uma porta fora do lugar ou aberta. É necessário fazer um check-up espiritual para identificar e fechar todas as brechas.
A Porta do Lixo
“A Porta do Monturo, reparou-a Malquias, filho de Recabe, maioral do distrito de Bete-Haquerém; ele a edificou e lhe assentou as portas com seus ferrolhos e trancas.” Neemias 3:14
A “Porta do Monturo” ou “Porta do Lixo”, foi restaurada para garantir a presença de ferrolhos e trancas. Ela ficava na direção do vale de Cedrom, que servia como local para descarte de resíduos e, quando as águas das chuvas vinham, levavam embora o lixo. Assim, a Porta do Monturo era estrategicamente colocada para a remoção eficaz do lixo. Logicamente, naquela época não existiam caminhões de lixo. Então, de maneira intencional, utilizavam esse ponto próximo ao vale de Cedrom para despejar o lixo, permitindo que as águas o levassem embora.
Nossas emoções atuam como esponjas, atraindo diversos tipos de resíduos. A Bíblia nos aconselha a não permitir que emoções e sentimentos se instalem em nosso coração, tornando-se raízes de amargura. A raiz de amargura pode ser comparada a um lixo que se instala em nossas vidas, exigindo cura. Ao participarmos da Ceia do Senhor, a Bíblia nos orienta a examinarmos a nós mesmos, evitando comer e beber de maneira indigna, o que resultaria em condenação. É importante identificar e eliminar resíduos tóxicos, que podem se manifestar não apenas emocionalmente, mas também como hábitos prejudiciais, pensamentos ou comportamentos persistentes.
Em uma sociedade em que a cultura do mundo muitas vezes introduz lixo de diversas formas, devemos estar atentos para não permitir que essas influências contaminem nossas vidas e lares. Isso se estende ao entretenimento, pois a exposição desprotegida ao pecado pode ter impactos duradouros em nossas almas. Muita atenção quanto à responsabilidade dos pais quanto à proteção dos filhos, uma vez que eles podem não ter o filtro que desenvolvemos ao longo do tempo. A contaminação, muitas vezes, ocorre quando menos esperamos. Por isso, precisamos supervisionar, cuidadosa e respeitosamente, as companhias e ambientes.
Na vida cotidiana, é possível adquirir hábitos prejudiciais, inclusive o hábito do pensamento negativo. A Bíblia adverte que o que contamina o homem não é o que entra pela boca, mas sim o que sai dela. Portanto, é crucial cuidarmos das palavras que proferimos, pois estas refletem o conteúdo do coração.
Conforme Atos 2 e Tiago, a língua pode ser comparada a uma chama que, quando mal utilizada, pode destruir diversos aspectos da vida. As Escrituras nos alertam sobre a responsabilidade de controlar nossas palavras, pois a língua pode influenciar negativamente nosso trabalho, relacionamentos e até mesmo nosso ministério. Ao tropeçarmos em pecados assim, devemos buscar rapidamente pelo arrependimento, reconhecendo a fragilidade humana. A nobreza de um crente não reside no fato de nunca errar, mas pela prontidão para se arrepender. Aqueles que reconhecem seus erros e buscam a correção demonstram justiça diante de Deus e dos outros.

A Porta das Águas
“e os servos do templo que habitavam em Ofel, até defronte da Porta das Águas, para o oriente, e até à torre alta.” Neemias 3:26
Ao explorarmos o subsolo de Jerusalém, onde se encontram as bases do muro e as pedras de fundação do templo, percebemos a presença de muitas cisternas para armazenar água. Suspeita-se que essa Porta era uma das entradas pela qual a água era conduzida para essas cisternas no templo.
A Porta das Águas nos remete à água de purificação e renovação espiritual, conforme mencionado nas Escrituras. O Senhor prometeu que essa água fluiria de nós, representando a purificação espiritual.
Precisamos eliminar as impurezas e toxinas espirituais, ao mesmo tempo em que renovamos nosso espírito. Não basta tentar abandonar o pecado apenas com esforço humano; é essencial buscar uma imersão no Espírito Santo.
Assim como lavamos um copo sujo despejando água limpa, a busca pela santidade não consiste apenas em tentar remover o pecado, mas em encher-se do Espírito. Devemos buscar diariamente a renovação espiritual.
“Afirmou-lhe Jesus: Quem beber desta água tornará a ter sede; aquele, porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna.” João 4:13,14
No contexto desta passagem, Jesus dialoga com a mulher no poço, destacando que a água que Ele oferece saciará uma sede específica. Essa sede não se refere apenas à necessidade física de água, mas sim a anseios mais profundos, como a busca por paz, a renovação espiritual e o sentido para a existência. Essa água divina é capaz de aplacar a secura e o vazio causados pelo pecado. Aqueles que recebem a água de Cristo nunca mais experimentarão essa sede, pois ela se transforma em uma fonte perene que jorra para a vida eterna. Assim, ao aceitar Jesus, o Espírito Santo passa a habitar na pessoa, como uma fonte.
“Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva.” João 7:38
O Espírito Santo, presente em cada crente, atua revelando a verdade, instruindo, concedendo sabedoria e alertando sobre perigos. Mesmo para aqueles que ainda não conhecem profundamente a Bíblia, a lei de Deus é colocada em seus corações pelo Espírito Santo, guiando-os no caminho da justiça.
Apesar de todos terem a fonte (Espírito Santo), a intensidade do rio (fluência espiritual) pode variar. A falta de interesse, negligência e a ausência de práticas espirituais como oração, jejum e leitura da Palavra podem tornar a fonte “ralinha”. Contudo, ao buscar intimidade e um relacionamento mais profundo com o Espírito Santo, os rios de água viva começam a fluir. A busca genuína desta intimidade resulta na abertura de portas e no fluxo abundante de bênçãos.
Profetizo que você experimentará a abertura de portas de águas em sua vida, e o rio fluirá trazendo não apenas benefícios pessoais, mas impactando outras vidas. A Fonte trabalha individualmente, mas o rio flui para abençoar coletivamente.
É necessário destravar a porta para um avivamento pessoal na vida de cada um. Ao mesmo tempo, quanto à ordem do culto, damos liberdade ao Espírito para que ele transcorra segundo o cronograma oficial ou em direções diferentes, segundo a Sua orientação, “pois cultos de avivamento não terminam…” Em outras palavras, devemos estar abertos ao movimento contínuo do Espírito, mesmo que isso signifique que o culto não tenha um final predeterminado. Ao buscar um avivamento genuíno, é crucial não se escandalizar se o culto não seguir um cronograma convencional. O Espírito Santo deve estar no controle, e o culto termina quando Ele encerra Seu mover.
A igreja anseia por um avivamento genuíno, mas é preciso estar preparado para o desconhecido. Permitir que o rio flua implica em aceitar manifestações que podem incluir quedas, risos incontroláveis e a exposição do pecado. A igreja não deve impor barreiras ao mover do Espírito; ao contrário, deve remover todas as represas para permitir que o rio flua livremente. Estamos em um tempo em que é hora de deixar o homem fazer o que Deus quer, permitindo que o Espírito Santo conduza e o rio de Deus flua.
Jesus é a fonte que vai impulsionar esse rio. Precisamos viver o equilíbrio entre a necessária estrutura e a liberdade para o agir divino. Muitas vezes, na busca por segurança e estabilidade, podemos inadvertidamente limitar o poder de Deus em nossas vidas. Ao priorizarmos Deus, todas as estruturas necessárias para nossa jornada serão providenciadas.
“buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” Mateus 6:33
Viver na provisão invisível de Deus implica confiança e prioridade no Reino de Deus. Este é um tempo de ensino, um mestrado concedido por Deus para aprendermos a viver em Sua provisão invisível. Portanto, é crucial liberar qualquer barreira que possa travar nossas jornadas espirituais, permitindo que o rio do Espírito Santo flua livremente, guiando-nos em Seu propósito.
“Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte; nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia a todos os que se encontram na casa. Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.” Mateus 5:14-16
Uma vida reta e pura é uma luz que ilumina a terra. Jesus nos compara tanto ao sal da terra quanto à luz do mundo. Deus tem um projeto em você, mas também tem um projeto através de você. Esteja preparado para permitir que o rio de Deus flua. Liberte-se de toda imundícia, livre-se de todo embaraço. Desembarace-se e afaste-se de todo pecado que te assedia. Fique limpo e permita que o rio da vida flua abundantemente em você. Lembre-se, você nasceu para glorificar o nome de Deus.
Deus abençoe você e sua casa!
Alexandre Paz
Assista ao culto completo através do link abaixo: